Aquilo que começou por ser um videojogo de lutas cómico da Nintendo, agora é o crossover mais ambicioso de sempre. Super Smash Bros. é uma verdadeira celebração de todo o gaming, contando com a presença de diversas franquias. Desde as mais inocentes até às mais violentas, engloba uma quantidade absurda de géneros completamente diferentes, só para pôr a malta toda à batatada!
Para ajudar na espera por Super Smash Bros. Ultimate, vamos revisitar aos poucos, os berços de todos os lutadores que participam neste título, através desta nova rubrica do Squared Potato.
1. Ball – Game & Watch (1980)
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Lutador: Mr. Game & Watch
Reza a lenda que Gunpei Yokoi estava a viajar de comboio, quando reparou num homem aborrecido a brincar com a sua calculadora. Nesse momento, ele teve uma ideia: Porque não utilizar esta tecnologia para fazer pequenos jogos portáteis? Foi assim que surgiu a ideia para a série Game & Watch: Máquinas de LCD monocromático, com um relógio incluído, onde podemos jogar duas variantes de um pequeno videojogo.
O primeiro Game & Watch a ser lançado, foi o Ball, e era bastante simples. Uma personagem, sem qualquer nome em particular, apresenta-se a fazer malabarismo, e nós temos que mudar a posição das mãos com dois botões. Isto para que ela não deixe cair os seus malabares no chão. O jogo teve sucesso, e rapidamente surgiram outras máquinas com jogos completamente diferentes. Ball até teve direito a vários relançamentos, tanto em compilações noutras consolas, como em edições especiais de porta-chaves e brindes do Clube Nintendo.
A tal personagem sem nome, continuou a aparecer pela série fora, a fazer todo o tipo de peripécias como: saltar de edifícios em chamas, fazer pesca submarina, ou ainda a cair para o esgoto enquanto andava no meio da rua… Ele realmente teve uma vida bem animada! Foi então que, em 2001, com a sua introdução no Super Smash Meele, esta mascote finalmente ganhou um nome: Mr Game & Watch.
2. Pac-Man – Arcada (1980)
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Lutador: Pac-Man
Se algum jogo merece a coroa do rei das arcadas, é Pac-Man. O videojogo foi um estrondoso sucesso mundial, roubando mais de 2 biliões de dólares em moedas aos jogadores durante toda a sua existência. Até malta mais velha que pouco ou nada tocou num videojogo o reconhece facilmente. O seu nome, é derivado da onomatopeia japonesa, de quando se abre e fecha a boca de forma sucessiva, “Pakku-Pakku”.
O objectivo do jogo é navegar Pac-Man, uma personagem amarela cuja característica mais notável é a sua grande boca, por um labirinto e tentar comer o máximo de paletes possível. O obstáculo principal é um grupo de fantasmas coloridos que trabalham em grupo para tentar encurralar o protagonista… Os videojogos faziam pouco sentido no passado.
Estes fantasmas, em equipa já mostravam terem algo que se assemelhasse a “inteligência artificial”. Cada um deles tinha uma personalidade distinta: Bliky vai sempre atrás de Pac-Man, Pinky tenta posicionar-se à frente de Pac-Man, Inky alterna o seu comportamento imitando os outros fantasmas e Clyde anda pelo labirinto de forma irregular. Os quatros juntos conseguiam fazer a vida negra a Pac-Man de forma bem variada.
O videojogo também foi o primeiro a ter um power-up, que possivelmente é o mais famoso de todos. Quando Pac-Man apanha uma Power Pallet todos os fantasmas ficam vulneráveis, como indicado pela sua cor azul escura, e entram em pânico. Temporariamente Pac-Man pode comer estes pobres coitados para ter aqueles pontos extra bem doces.
3. Donkey Kong – Arcada (1981)
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Lutadores: Mario e Donkey Kong
Ah…este sim é mesmo um jogo especial. Há alguma disputa em identificar qual foi o primeiro videojogo de plataformas, mas uma coisa é certa Donkey Kong foi o primeiro onde pudemos “saltar”. E o que é um jogo de plataformas sem saltos?
Esta história passa-se numa cidade que mais tarde se iria chamar New Donk. Foi aqui que um gorila, chamado Donkey Kong, num episódio de casmurrice, raptou uma mulher chamada Pauline, e começou a trepar por um edifício em construção. Para resolver esta situação, temos de contar com um carpinteiro de bigode chamado Mario.
Donkey Kong tem quatro níveis diferentes que são reutilizados ao longo da partida. Cada um deles, representa 25 metros de altura do edifício. O jogo começa apenas com 50 metros de altura, fazendo com que o segundo nível seja o confronto final com o gorila. Depois disso, a história vai se repetindo com incrementos de 25 metros em cada iteração.
Mario tem de subir pelo edifício acima através das escadas, saltando sobre buracos e elevadores, esquivando-se das chamas, molas, tartes, e claro dos icónicos barris que DK atira ao pobre carpinteiro. Mas claro, o objectivo principal não é chegar ao fim (visto que o jogo nem tem um fim programado), mas conseguir o máximo de pontos possível. Portanto salta sobre os barris, usa esse martelo, e recupera os pertences que a Pauline deixou cair pelo prédio inteiro.
O que aconteceu a este carpinteiro não é nenhum mistério. Ele mudou de ganha-pão, passando a trabalhar na canalização, com part-time na medicina (sim, eu também não percebo muito bem essa), e também participa em todo o tipo de eventos desportivos. Mario veio aos poucos a tornar-se no maior ícone dos videojogos no processo. Um pouco como a malta de Hyrule, Donkey Kong não é uma personagem única, mas um nome que é passado de pai para filho por esta família de símios. O terceiro Donkey Kong deu a nascer a sua própria franquia e é aquele em que nós pensamos quando ouvimos o seu nome.
4. Mario Bros. – Arcada (1983)
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Lutadores: Luigi
Esta é a segunda aventura do Mario… Bem, isto se excluirmos aquele pequeno incidente infeliz com o Donkey Kong Junior. Mario Bros. é possivelmente um dos videojogos de Mario mais discretos dos anos de 80. No entanto, não deixa de ser uma entrada importantíssima do percurso da maior mascote do gamming.
Por alguma razão estranha, várias criaturas estão a invadir o sistema de esgotos da cidade. Para resolver o assunto, foram contratados dois irmãos. Quem são eles? O Mario obviamente! Este, é agora um canalizador controlado pelo primeiro jogador, e faz-se acompanhar por uma nova personagem chamada Luigi, o segundo jogador.
Em cada nível existem várias plataformas horizontais, para onde os inimigos vão parar depois de saírem pelo cano fora. Neste jogo, saltar em cima dos inimigos não resulta. Nós temos de bater na parte de baixo da plataforma até estes bichos se virarem do avesso. Só aí podemos atirá-los borda fora. Mais tarde no jogo, começam a surgir chamas, inimigos que fazem congelar as plataformas (ficando essas escorregadias), e a cair pingentes de gelo em cima da malta.
Mario Bros. deu nos o bloco “Pow” que limpa o ecrã para aliviar o jogador mais aflito. Deu-nos também os icónicos tubos verdes da série, o início da animosidade entre tipos de bigode e tartarugas, e claro, o nosso amado irmão mais novo vestido de verde. Luigi era exactamente igual ao seu irmão na altura. Só mais tarde é que ele desenvolveu a sua personalidade mais cobardolas e azarada, mas extremamente charmosa. Deve ter sido demasiado tempo a ficar com o papel de “segundo jogador” coitado…Ou então ele foi sempre assim desde o inicio.
5. Duck Hunt – NES (1984)
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Lutadores: Duck Hunt Duo
Sem dúvida o mais icónico dos videojogos compatíveis com o NES Zapper, a pistola que servia de comando acessório à NES. Duck Hunt é um jogo de perspectiva em primeira pessoa, onde o jogador tem que abater vários alvos, apontando o Zapper para a televisão. No modo C temos de atirar contra 10 discos de porcelana em cada nível… Mas vamos ser sinceros, ninguém quer saber desse modo.
É nos modos A e B que acontece a parte mais engraçada do jogo. O teu cão de caça vai espantando um pato de cada vez (dois no B), e cabe-te a ti abatê-los antes fugirem. Em cada nível, tens 10 aves para caçar. No entanto, o requerimento mínimo para passar à próxima fase vai aumentando cada vez mais… Com os pobres dos patos a ficarem cada vez mais rápidos!
Mas o verdadeiro momento que te fica na memória quando jogas Duck Hunt, é quando falhas o alvo. Nesse momento, o teu “leal” cão de caça começa a rir-se da tua cara e a fazer troça. A gargalhada marcou tanto os jogadores, que o personagem virou lutador no Smash (fazendo equipa com um destes patos) graças a seu riso enervante. Mas a nossa vingança é servida fria na versão de arcada, que foi lançada posteriormente. É lá que podemos disparar para o malvado no nível bónus…
(Continua…)