Este 1986 é, sobretudo, uma viagem ao passado.
Um voltar atrás aos anos 80, em que as pessoas usavam os videoclubes para alugar os seus filmes em VHS, assistiam ao programa 1,2,3, Cola Cao fazia furor entre os adolescentes, o disco de Vinil era o que se usava mais, a televisão a cores ainda era coisa de gente rica e muito mais…
Se és fã de Cultura Pop dos anos 80 como, por exemplo, clássicos de cinema como Gremlins, Indiana Jones, Caça Fantasmas, Goonies, Star Wars, ET – O Extraterreste, Pesadelo em Elm Street, filmes juvenis do realizador John Hughes, consolas antigas como ZX Spectrum e Máquinas de Arcade e muitas referências musicais dos anos 70 e 80, então esta série é para ti!
O culto que foi criado à volta de 1986 foi um fenómeno na televisão portuguesa, não só a série passou a ser transmitida às terças-feiras a partir do dia 13 de Março de 2018 como, ao mesmo tempo, foram disponibilizados todos os episódios na plataforma da RTP Play (algo semelhante ao esquema da Netflix), sendo o segundo programa na televisão portuguesa a ter tudo disponibilizado no mesmo dia.
Criou-se um vasto número de fãs que foram conquistados pela série e cada vez mais imersos dentro da história e das personagens ao ponto de ser criado imensos fan arts de 1986 e ser criada uma conta própria de Instagram inteiramente dedicada a memes da própria série.
Em Maio de 2018, foi feito um concerto solidário intitulado 1986 – Concerto por um Novo Futuro que decorreu no Altice Arena e contou com os cantores todos das músicas como a maior parte dos atores da série.
1986 é uma série criada por Nuno Markl (a mesma mente de O Homem que Mordeu o Cão) que escreveu, juntamente com a sua irmã Ana Markl, Filipe Homem Fonseca, e Joana Stichini Vilela e deu início a um verdadeiro fenómeno português da RTP.
Considerada pelo próprio, como o seu projeto mais ambicioso de sempre, nota-se um verdadeiro carinho e trabalho na composição dos 13 episódios da série.
A série decorre em 1986 na altura das eleições presidenciais mais criticas em Portugal, Mário Soares contra Freitas do Amaral. E, ao mesmo tempo, que estas decorrem e a tensão política mantém-se, a história fala sobre Tiago (Miguel Moura e Silva), que não só tem de lidar com as esquisitices e o comunismo do seu pai Eduardo (Adriano Carvalho), como pelo facto de estar apaixonado por Marta (Laura Dutra), uma colega de escola que ainda por cima é filha de pais apoiantes de Freitas do Amaral e ambiciona ser muito mais do que aquilo que a família a pressiona seguir na profissão e no seu futuro.
Toda a série é deliciosa, pois do primeiro ao décimo terceiro episódio (que até temos um episódio inteiro de homenagem a Pesadelo em Elm Street), há toda uma história de início, meio e fim sem que haja necessidade de um cliffhanger no final para uma segunda temporada. Algo que ainda assim por vontade dos fãs (e, inclusive, minha) é um desejo enorme que se realize.
1986 apresenta-nos um vasto número de personagens e constrói-as (ou desconstrói) em prol do desenvolvimento da narrativa, algo que merece todo o nosso elogio a Nuno Markl, ao elenco e a toda a equipa técnica. Não há nenhum personagem que esteja lá por estar e todos têm a sua importância seja ela grande ou pequena para a série.
A banda sonora da série também tem o seu toque especial e ambientada nos anos 80: somos logo apresentados ao tema Electrificados cantada por Lena D’Água, Catarina Salinas e João Só. Um tema nostálgico que apresenta várias memórias de tempos antigos transmitindo realmente a sensação que estamos a ver algo daquela época mágica. Podem ficar com o videoclip da abertura da série clicando aqui.
A banda sonora é ainda composta por músicas como Pensamos no Futuro Amanhã de Ana Bacalhau, América ao Pequeno – Almoço de Samuel Uria, O que é que vês? de Márcia e Takanta, Ninguém de David Fonseca, A Verdade nunca sai à Rua de Rita Redshoes entre outros acompanhados de muitas outras músicas famosas dos anos 70 e 80 que embelezam a série sempre com um propósito e não gratuitamente. Tarzan Boy da banda Baltimora é logo uma delas no primeiro episódio, e promete arrancar muitos risos e peripécias ao longo da série.
Todas as músicas portuguesas citadas acima foram feitas exclusivamente para a série e destacando a Electrificados que não só Lena D’Água contribuiu como ainda é homenageada num dos episódios que envolve Tiago e Sérgio.
Puderás encontrar a série completa disponível na plataforma da RTP Play, aqui.