Ui… Aquilo era mesmo pessoal da velha guarda não era? No entanto, nós agora, vamos mesmo entrar pela NES a dentro com a força toda, começando com alguns dos primeiros jogos que esta nos consola ofereceu. Tenho as vagas suspeitas que já ouviste falar do primeiro da lista de hoje…
6. Super Mario Bros. – NES (1985)
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Lutadores: Peach, Bowser e Piranha Plant
Super Mario Bros. não é só um dos jogos mais importantes da Nintendo, é também do género de plataformas, e possivelmente de toda a indústria dos videojogos. Aqui os irmãos Mario largaram o mundano e foram transportados para o mundo da fantasia.
Mushroom Kingdom foi facilmente conquistado graças à magia negra das forças de Bowser, um malvado híbrido gigante entre um dragão e uma tartaruga. Como manda a tradição destes repteis cuspidores de fogo, ele também aprisionou a líder deste reino dos cogumelos: a Princessa Toadstool, ou Peach para os amigos. Mas não é um cavaleiro de armadura branca que vai tratar desta situação, oh não… É um canalizador! Esta estranha quase-parodia das histórias de encantar, é algo que iria seguir a mascote da Nintendo até ao fim dos tempos.
Largar os ecrãs estáticos dos jogos de arcada, e receber um estilo de jogabilidade com scrolling, o estilo dos videojogos de tiro e de outros jogos de plataforma como Pac-Land (daquele tipo amarelo que falámos na semana passada), foi a melhor coisa que podia ter acontecendo ao Mario.
O jogador começa a partida do lado direito ecrã, e tem de chegar à outra ponta do nível, saltando de plataforma em plataforma, escapando-se de inimigos como cogumelos malvados, plantas carnívoras, atiradores de martelos, e até tartarugas voadoras! Alguns destes inimigos têm propriedades interessantes. Por exemplo: os Koopa Troopa e os Buzzy Beetle. escondem-se dentro da carapaça quando um dos irmãos salta em cima deles. Esta carapaça, também dá jeito para ser usada para eliminar mais inimigos… Ou para levar com ela na tola se tiveres distraído. Pode não parecer nada de outro mundo nos dias de hoje, mas eu aprecio a genialidade que se encontra na sua simplicidade.
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Foi em Super Mario Bros. que foram vistos pela primeira vez, os mais míticos power-ups da série: O Super Mushroom que dá mais uma oportunidade de o jogador falhar antes de perder uma vida, e a capacidade de partir blocos de tijolos; a Fire Flower que dá as mesmas capacidades do item anterior, mais a possibilidade de atirar bolas de fogo; e Starman que dá ao jogador imunidade a qualquer ataque inimigo durante alguns segundos.
Isto tudo juntando com outros detalhes, como segredos por descobrir, fez com que Super Mario fosse uma fórmula vencedora, e que deu origem a inúmeros imitadores. Moldou o género para sempre, e ainda hoje é usado como o exemplo mais básico, de como se ensina a jogar apenas com o design do jogo em si, sem chatear com tutoriais e textos exageradamente longos nos manuais. Isto tudo, apenas com 4 tipos de níveis diferentes, e reciclando muitos dos gráficos utilizados, produto das limitações de espaço dos cartuchos em 1985.
Uma prova desse impacto está no próprio Bowser e na Peach. Eles destronaram completamente o Donkey Kong e a Pauline dos seus papeis respectivos, e a seremos sinceros, tu associas os tubos verdes e a habilidade de revirar os inimigos batendo na parte debaixo dos blocos, ao jogo anterior, o Mario Bros.? Duvido muito…
Após Mario entrar no castelo errado sete vezes, ele finalmente luta com (o verdadeiro) Bowser, atirando o bicho pela ponte abaixo e salvando finalmente a sua pobre princesa indefesa. Esta dança foi repetida inúmeras vezes apôs esta história, muitas das suas versões envolvendo bolos por alguma razão. Mas considerando que Peach é igualmente capaz de fazer as mesmas perícias que os canalizadores nos jogos seguintes, e que Bowser é relativamente amigável com o Mario na maior parte dos eventos desportivos,, faz me suspeitar que estas aventuras não são assim tão sérias quanto isso…
7. Ice Climber – NES (1985)
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Lutadores: Os Ice Climbers – Popo e Nana
Em contraste com o monstro do gamming que falamos no início do artigo, Ice Climbers é um videojogo mais discreto. Bem enraizado no estilo simplista das arcadas, foi sendo esquecido pelo tempo, até ao ressurgimento de compilações e lançamentos digitais. Mas isso não implica que Ice Climber não mereça a nossa atenção!
Neste videojogo os protagonistas são Popo e Nana. O primeiro, um esquimó vestido de azul controlado pelo primeiro jogador, e Nana, uma esquimó vestida de Rosa para o segundo jogador. O seu objectivo, é trepar por uma montanha acima, para apanhar o Condor que lhes roubou os seus pepinos e outras leguminosas.
A montanha contém várias secções nas quais o jogador tem de partir o gelo menos resistente com a cabeça para conseguir subir. Estas secções vão se tornando cada vez mais difíceis de nível para nível; surgindo partes com elevadores, com os clássicos pingentes de gelo, com buracos, e até solo escorregadio. Tudo isto implica o uso de saltos mais controlados.
Existem dois inimigos básicos, os Topi que tentam bloquear a tua passagem com gelo, tapando os buracos que vai encontrando, e os Nitpicker, pequenas aves que vão voando pelas varias secções, de forma a atrapalhar o progresso do Esquimó. Quando Popo e Nana demoram demasiado tempo na mesma secção, aparece um urso polar de óculos escuros e calções, cuja função é assegurar-se que tu continuas a subir.
O fim do nível passa-se no topo da montanha, numa secção bónus onde o jogador tem que colher o número máximo de leguminosas possível e apanhar o condor. Se tiverem dois jogadores presentes, aquele que ganha mais pontos é o vencedor deste bónus. Depois disso, a história vai se repetindo, voltando tudo a começar na base desta estrutura rochosa.
Além de pequenos referencias noutros jogos da Nintendo, como Kirby, Animal Crossing e Warioware; Popo e Nana não tiveram nenhum futuro para além de Ice Climber. Mas o par tem o seu grupo de fãs! Estes fizeram a sua voz ouvir-se quando os Ice Climbers foram excluídos da quarta iteração do Smash, por causa das limitações técnicas da Nintendo 3DS.
Ainda bem que desta vez, todos estão presentes!
8. Stack-Up – NES (1985)
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Lutador: R.O.B.
Se jogarmos o jogo, “Quem não pertence ao grupo?” com as personagens do Smash, a resposta mais óbvia é R.O.B.. Isto porque ele não é uma personagem de videojogos em primeiro lugar! O Robotic Operating Buddy é um acessório para a NES, cuja função é servir de “segundo jogador” nos videojogos desenvolvidos à volta deste pequeno brinquedo.
O primeiro videojogo desta série é Stack-Up. Os objectivos dos 4 modos do jogo aqui existentes estão todos relacionados com 5 suportes que são montados à volta de R.O.B, e 5 discos coloridos que são colocados uns em cima dos outros nestes mesmos suportes.
O jogador controla um cientista chamado Hector, que anda aos saltos num comando gigante. Sempre que Hector salta num botão associado a uma ordem, a televisão envia um sinal para os olhos de R.O.B. e ele replica o comando. Mover os braços e agarrar e largar discos, é tudo o que o nosso amigo consegue fazer.
Em DIRECT temos de fazer com que o nosso robô mova os discos para a posição ilustrada no ecrã, com o mínimo de saltos e tempo possível, passo a passo. MEMORY segue o mesmo molde, só que a lista de todos os comandos necessários têm de ser inseridos antes de R.O.B os executar. Em BINGO(1P) Hector tem de fazer com que R.O.B. mova os discos com dois inimigos a atrapalhar o envio de comandos, e em BINGO(2P), dois jogadores fazem uma competição para ver quem consegue roubar mais discos para o seu suporte.
O conceito no papel é realmente genial, mas infelizmente R.O.B. estava limitado pela tecnologia dos anos 80, e era um pouco lento demais para o seu propósito. Assim, apenas teve direito a só mais um videojogo na sua franquia.
Mas ele foi importantíssimo para a Nintendo conseguir vender a consola, em mercados que estavam completamente saturados com a má qualidade dos jogos finais da Atari 2600 e dos seus competidores. Sendo os Estados Unidos o caso mais notável desta situação.
Vamos ser sinceros quem é que não gostava de ter um R.O.B. genuíno na sua colecção?
(Continua…)