Não é que a malta já anda a falar do Dia das Bruxas? Como já não dava para adiantar o Natal, passou-se a puxar pelo Halloween… Que assim seja! Comecemos hoje então pela visita a uma mansão assombrada, onde acabaremos no disfarce típico desta noite… Vai se uma Jornada Smash com um selo de aprovação do próprio rei dos pesadelos, e com uns medicamentos pelo meio a ver se o pessoal aguenta a pedalada…
9.Castlevania – NES (1986)
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Lutador: Simon
Para mim os filmes que mais sobressaíram nos primórdios da história do cinema foram os de terror. A atmosfera criada pela imagem preta e branca, e a simplicidade das filmagens assentavam bem que nem uma luva. A sombra de Orlok projectada na parede enquanto ele sobe as escadas ainda é um dos meus momentos favoritos de sempre.
Castlevania antes de criar a sua própria identidade baseou o seu conceito nestas grandes obras primas. O protagonista do primeiro jogo é Simon Belmont, e o seu objectivo é destruir o vampiro dos vampiros, o Conde Dracula. Para isso, o caçador de vampiros tem de atravessar vários níveis do Castelo do Conte, cheios de monstros e armadilhas, até chegar aos seus aposentos no topo.
Sendo este um videojogo de plataformas, uma das suas principais acções é saltar, e depois de escolhermos a sua direcção já não podemos mudar a sua trajectória. Podemos agachar para evitar alguns dos obstáculos (frisando mesmo muito o “alguns”) e o nosso ataque principal é um chicote cujo uso não é totalmente instantâneo. Poderás achar que estes controlos são antiquados, mas fazem transmitir bem a ideia da força de um mero humano que luta contra um grande número de hordas das forças das trevas.
A maior parte das sequelas de Castlevania focam-se noutros membros da família Belmont, e até mesmo noutros grupos que se opõem a Dracula. Mas felizmente Simon não ficou preso a esta entrada, ele teve direito a uma sequela directa e a vários Reboots. Ele deve ser um dos Belmont mais simples, onde toda a sua caracterização está apenas focada na sua profissão. Mas ele ainda é para muitos a cara principal da série, tanto para aficionados como para o publico mais casual.
10.Super Mario Land – Game Boy (1989)
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Lutadora: Daisy
Super Mario Land foi o verdadeiro primeiro Super Mario para uma consola portátil. Poder jogar o videojogo de plataformas do maior canalizador de sempre em qualquer lado, era uma verdadeira loucura!
Este foi o primeiro Mario em que Shigeru Miyamoto não teve qualquer tipo de envolvimento directo na sua produção, e o resultado foi uma espécie de re-imaginação do Super Mario Bros.. No lugar de Mushroom Kingdom temos Sarasaland, e os Koopa Tropas quando são derrotados largam uma bomba em vez de retraírem-se nas suas carapaças. No lugar das bolas de fogo, Mario ganha um power-up onde ele atira bolas saltitantes. O fim do nível foi transformado num puzzle de plataforma, deixando o poste com a bandeira para trás, entre outras peculiaridades…
Claro que no departamento das personagens temos também algumas alterações no elenco, apesar do seu papel ser exactamente o mesmo as personagens predecessoras. Tatanga substitui Bowser e a Princessa Daisy troca o seu posto com a Princessa Peach Toadstool. Apesar destas mudanças todas, o conceito traduziu-se muito bem para a consola portátil e ainda hoje está na memoria daqueles que jogaram no tijolo de ecrã esverdeado. Isto, para não falar que esta jogabilidade alternativa, que foi o desenrolar inicial de uma grande bola de neve que deu origem à série mais excêntrica de Wario.
Aqui Daisy não fez mais do que o seu papel clássico de estar no “Castelo” errado e de ser salva após o combate final contra Tatanga; deixando depois disso de aparecer em qualquer tipo de entrada principal desta franquia. Mas ela começou a participar nos eventos desportivos e nas festas que a malta do Mario gosta de participar… Tu sabes, Golf, Corridas de Karts, Ténis e afins; onde ela prefere agora a companhia do Irmão mais novo do protagonista.
11.Fire Emblem: Shadow Dragon and The Blade of Light – NES (1990)
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Lutador: Marth
Ah… É aquela franquia que a malta que joga Smash acha que tem demasiadas espadas! Shadow Dragon and The Blade of Light, um exclusivo japonês para a Famicom, foi a primeira entrada da série de Fire Emblem. O videojogo foi concebido como um híbrido de um jogo de estratégia por turnos e um JRPG, sendo um dos primeiros a fazer esta combinação.
A história segue um príncipe chamado Marth, que foi exilado do reino de Altea quando este foi atacado pelo reino de Dohr. Para derrotar o seu inimigo, ele parte numa jornada com os seus aliados para recuperar a espada sagrada Falchion e adquirir o Fire Emblem.
Como já deves saber, Fire Emblem é jogado em mapas divididos por uma grelha, onde as personagens andam de casa em casa, com o objectivo de derrotar as forças do adversário. Se duas personagens de lados opostos estão próximas uma da outra, estas podem atacar-se (e contra-atacar-se). Existem cerca de 25 personagens para adquirir ao longo do jogo, e acesso a cerca de 20 classes diferentes. Estas classes, influenciam as capacidades destas mesmas unidades: Arqueiros podem atacar com alguma distancia, unidades mais pesadas defendem melhor os ataques, etc…
Algumas características de jogos seguintes ainda não estavam presentes, como o triângulo das armas, em que um tipo de arma é eficiente ou fraco comparativamente a outro tipo de arma. Tal e qual um jogo de “Pedra, Papel ou Tesoura”. Mas as mortes já eram permanentes, há pois! Engoles o sapo e arcas com as consequências do teu fracasso, ou fazes reset e começas o mapa de novo.
Fora do Japão, Marth (e a franquia em geral) só viu a luz do dia quando saiu o Super Smash Meele. A Nintendo nunca se sentiu justificada a localizar estes videojogos, algo que sempre achei estranho visto a concorrência não ter a mesma opinião (A série Shinning da Sega chegou facilmente às nossas consolas, por exemplo). Mas o marketing que o Smash faz das séries incluídas, sempre foi uma coisa fantástica e com o interesse acrescido dos gamers, finalmente tivemos o nosso primeiro jogo em inglês, Fire Emblem: The Blazing Blade (ou apenas “Fire Emblem”), em 2003 para o Game Boy Advance.
No entanto, o seu enredo, como na maior parte dos restantes Fire Emblem, era focado em personagens completamente diferentes. A malta ocidental só teve acesso a um videojogo do Marth quando Shadow Dragon and The Blade of Light foi refeito para a DS em 2008. Mas mais vale tarde que nunca!
12.Dr. Mario – NES (1990)
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Lutador: Dr. Mario
Tecnicamente, já tínhamos falado anteriormente da origem do Mario no primeiro artigo desta rubrica… Mas esta iteração doutorada, em particular do nosso canalizador de vermelho, teve direito à presença dedicada no elenco do maior party game/ jogo-de-luta de sempre. Portanto justifica-se um pouco gastar umas linhas para falar da origem desta iteração em particular.
Mario pôs em prática o seu diploma em medicina, no jogo de puzzle com queda de blocos com o nome extremamente descritivo de Dr. Mario. Já estás a ver a cena: é tipo o Tetris, Columns ou Puyo Puyo.
Na mesa de jogo, representada por um frasco de medicamentos, estão vários vírus coloridos (Vermelho, Azul, Amarelo) espalhados pelo recipiente. O Dr. Mario vai atirando cápsulas com duas cores para dentro do frasco e o nosso objectivo é fazer linhas de quatro da mesma cor para eliminar estes bichinhos chatos. Depois de eliminares todos os vírus, passas para o nível seguinte. Mas claro, o melhor deste tipo de videojogo é o modo de multi-jogador, onde temos de fazer eliminações consecutivas para sabotar o jogo do adversário.
Dr. Mario foi popular o suficiente para marcar a presença em praticamente em todas as consolas da Nintendo, incluindo portáteis, e além disso ainda teve direito a uma versão de Arcada. É sem dúvida o jogo de puzzle mais conhecido do canalizador. (Sabias que ele tinha jogos de Picross?)
13. Kirby’s Dream Land – Game Boy (1992)
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Lutadores: Kirby e Dedede
Ui aqui temos o início da franquia que mais influenciou o Smash, o que não é surpresa nenhuma, visto que esta é também uma criação de Masahiro Sakurai! Kirby’s Dream Land é um jogo simples e pequeno de meia-hora, para jogadores mais inexperientes, como crianças mais novas.
O protagonista era um balão com pernas e dois braços pequenos, que começou apenas como um rascunho de uma eventual personagem principal, mas que a equipa desenvolvedora gostou tanto dele que foi provido a desenho final. Ele era para ser baptizado de Popopo (talvez explicando um pouco porque é que o vilão se chama Dedede) com o videojogo a chamar-se Twinkle Popo, mas o nome final passou para Kirby.
Há uma história curiosa que devia explicar porque ele é branco na capa ocidente. Supostamente era porque havia uma briga entre Sakurai, que queria que Kirby fosse rosa e Miyamoto que queria que ele fosse amarelo. Mas a verdade era outra, Miyamoto apenas achava que Kirby era amarelo até ver a arte oficial, não havia zaragata nenhuma. Ele na capa era branco apenas porque a plataforma do jogo era uma consola monocromática. É uma prova que a informação vai se distorcendo com o tempo quando é passada de boca para boca. (Malta do Metroid, Justin Bailey não passa de um meme estúpido …)
Kirby em Dream Land tem de passar por 5 níveis, para recuperar a comida que foi roubada num puro acto de ganância pelo alegado rei da terra dos sonhos, o Dedede, uma grande ave que anda sempre de martelo na mão. A jogabilidade é simples, Kirby pode saltar, voar como um balão e sugar os inimigos com a sua boca enorme, e cuspi-los num ataque com forma de estrelas. Ele pode ainda usar itens, como um prato cheio de picante que o faz cuspir fogo, por exemplo. Estas mecânicas mais flutuantes e o uso deste tipo de objectos foram, talvez de forma indirecta, a origem da ideia principal do Smash.
Depois da batalha final Kirby contra o rei, ele recupera toda a comida e devolve-a a todos os habitantes da Terra dos sonhos. Os dois, voltaram várias vezes a defrontar-se um ao outro, mas normalmente este está longe de ser o conflito principal das sequelas seguintes. Mais tarde vem se a perceber que Dedede não é assim um tipo tão mau como isso, e está normalmente presente quando o seu reino está realmente em perigo. Portanto não é estranho esta dupla formar alianças de vez em quando…
14. Kirby’s Adventure – NES (1993)
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Lutador: Meta Knight
“Espera ai um momento” deves estar a pensar, “Como é que te esqueces de mencionar o poder mais importante do Kirby?”. Por uma razão muito simples, tal coisa ainda não existia em Dream Land. O jogo a preto e branco foi um bom começo para a bolinha cor-de-rosa, mas foi em Kirby’s Aventure que a franquia começou realmente.
Desta vez, temos 40 níveis distribuídos por 7 zonas, com um sistema de saves para guardar o nosso progresso naquele que é um dos jogos mais coloridos da NES. Mas o mais importante de tudo, é que foi aqui que o Kirby ganhou a habilidade de utilizar os poderes dos inimigos. Para isso basta engolir um inimigo especial. Ele pode usar de tudo e mais alguma coisa: Chamas, bombas, guarda-sóis, espadas, e com alguma sorte, até mesmo um disco voador. Foi isto que finalmente deu a Kirby a sua identidade própria, e é sem dúvida a característica que lhe mais sobressai no Smash.
Desta vez, Dedede roubou a capacidade dos habitantes de sonharem, quando ele partiu a Star Rod em várias partes e a dividiu por alguns dos seus súbditos. Um deles era o misterioso cavaleiro mascarado, Meta Knight. Ele, ao longo do jogo, envia várias tropas para lutar contra Kirby, e estranhamente também lhe dá alguns itens para lhe ajudar no percurso. A Honra é também algo muito importante para este espadachim. Na sua batalha como boss, ele recusa lutar com Kirby enquanto este não tiver também a usar uma espada. Para ele é necessário que os dois lutem de igual para igual.
No fim do jogo, veio a perceber-se que todo este teatro era para preparar Kirby para defrontar o verdadeiro vilão do jogo, a força maligna que Dedede estava a tentar travar com as suas acções. Nightmare, um ser saído do pior dos pesadelos, é a antítese de tudo o que a terra fofinha e calma dos sonhos representa. É uma situação que se iria repetir várias vezes ao longo da série e até mesmo (sem surpresas) nos jogos do Super Smash.
Meta Knight tornou-se assim, outra das personagens que marca a sua presença de forma regular na série. Ele já voltou como vilão principal de uma das histórias de Kirby’s Fun Pack, onde ele está farto da preguiça típica dos habitantes da terra dos sonhos, e como outro dos aliados do balão cor de rosa.
As suas verdadeiras intenções sempre foram algo que se mantiveram desconhecidas. Mas a solução deste mistério talvez esteja ligada ao facto de ele ser uma criatura da mesma espécie que Kirby, escondido por detrás da sua máscara metálica.
(Continua…)