Gostas ou tens curiosidade por JRPGs? Queres jogar algum, tendo a certeza de que a qualidade está mais que provada? Pois aqui tens uma lista dos que consideramos serem os melhores representantes do género na plataforma PS4.
Japanese Role Playing Game, ou simplesmente JRPG, é um estilo de videojogos que começou a ganhar fama na NES com sagas como Dragon Quest e Final Fantasy. Consequentemente, desde então, múltiplas sagas floresceram, cada uma com muitos tipos de definições e sistemas de combate.
A PS4 viu um renascer dos JRPG em consolas, depois da relativa escassez na anterior geração, tanto em quantidade como em qualidade. Final Fantasy, Kingdom Hearts, Dragon Quest, Tales of, Star Ocean, Persona, Shin Megami Tensei, etc. – todas as sagas mais famosas apareceram de uma forma ou outra na plataforma. Com a Playstation 5 já com mais de dois anos às suas costas, vamos olhar para o percurso que a sua predecessora teve neste tipo de jogos. Aqui tens as nossas escolhas:
Final Fantasy VII Remake
Final Fantasy VII é provavelmente o JRPG que mais influenciou o género e o fez ganhar popularidade no Ocidente. Depois de muitos anos de súplicas (e mais uns quantos de desenvolvimento) ao fim recebemos a parte 1 (de 3 partes) deste ambicioso projeto.
No jogo seguimos Cloud juntos aos membros de Avalanche na sua luta contra a empresa Shinra, culpada de estar a acabar com os recursos do planeta. O remake foca-se na secção inicial de Midgard do jogo original e expande-a de uma maneira incrível. Os personagens principais e secundários recebem muita mais profundidade, novos personagens e elementos são adicionados, zonas expandidas, novas histórias e alguma liberdade em relação ao guião original são os principais pontos a destacar. Juntando a isto temos uns gráficos e desenho artístico de infarto, um sistema de batalha que combina à perfeição a ação com toques do ATB clássico dando lugar a algo que, acredito, consegue satisfazer fãs da ação e turnos.
O projeto Final Fantasy VII Remake tem um grande potencial. Se algo nos diz esta parte 1 é que a Square Enix parece ter voltado a acertar no caminho. (Dêem uma vista de olhos ao grande remaster do Crisis Core, prequela deste jogo, também disponível na plataforma).
Destaco: História original largamente expandida, visuais fantásticos, sistema de batalha e banda sonora.
O jogo conta com vozes em inglês e japonês e também inclui textos em português do Brasil.
Saga Atelier – Atelier Ryza: Ever Darkness & the Secret Hideout
A saga Atelier é uma saga que fez, em 2022, 25 anos. Com 23 jogos da saga principal que, ainda em março deste ano, passará a 24 com o Atelier Ryza 3.
Ora, é Atelier Ryza 1 que vou destacar. Apesar de Atelier Sophie 2 (o jogo mais recente da saga) poder também perfeitamente estar aqui, considero Ryza 1 como não só tendo muita qualidade, mas como uma fantástica porta de entrada na saga. Atelier Ryza é, sem dúvida, o Atelier mais famoso de toda a saga, tanto em vendas como em popularidade. Esta popularidade começou com a apresentação da protagonista, Ryza, que muito cedo despertou a atenção devido a certos atributos seus. Apesar disso, o jogo conseguiu destacar-se por diversos aspectos e tornar-se um grande JRPG.
Seguimos Ryza e seus amigos numa missão para se aventurarem para além da sua ilha, com uma vontade de explorar as terras que os rodeiam. Uma história sobre o “coming of age”, de novas amizades e descobrir os segredos de onde vivem, onde a amizade e os sonhos se tornam num ponto central da trama. Começando pelo apartado visual temos um jogo esteticamente de grande beleza, com uma arte invejável, umas cores muito pronunciadas e uma boa iluminação (um grande destaque em relação aos Atelier anteriores). Um sistema de combate que mistura turnos com um pouco de ação em tempo real e um sistema de alquimia relativamente mais simplificado que os jogos anteriores, mas que ainda conserva certa profundidade para aqueles que desejem submergir-se nele. A banda sonora continua a tradição da saga com a qualidade (mas nota-se uma mudança no estilo desta).
Uma grande entrada nesta magnífica saga e um JRPG (e jogo no geral) mais calmo e relaxante.
Destaco: Relaxante, sistema de jogabilidade único, amizade e sonhos como temática central, banda sonora.
O jogo apresenta apenas vozes em Japonês.
Nier Automata
Quem diria em 2010, quando saiu o primeiro NieR, que a saga iria alcançar a fama que alcançou hoje, chegando ao mainstream. Pegando no melhor que o original ofereceu (a sua história, personagens e banda sonora), Yoko Taro pediu ajuda à Platinum Games e ao seu toque, para fazer sobressair mais as suas obras. O resultado está à vista.
NieR Automata apresenta a história de 2B e 9S, robôs humanóides na sua missão de recuperar a terra de uma raça que os invadiu. A história é mais sombria, cheia de momentos tristes, que vos fará pensar no que resulta estar vivo na realidade, e qual o significado da vida. Para verem tudo o que a história tem para oferecer, terão que jogar ao jogos diversas vezes, com personagens diferentes e cumprir certos objetivos.
Os visuais são bons, destacando a parte artística e a fluidez. O jogo tem a ação típica da Platinum: muito vistoso, rápido e com muitos combos. A banda sonora é amor. Muita qualidade, com muitos temas com voz, temas muito energéticos mas também lentos e com certa tristeza associada.
Dificilmente encontrarão algo igual.
Destaco: História cheia de momentos emotivos e que questiona muito o que significa ser humano, sistema de combate muito ágil, banda sonora.
O jogo apresenta vozes em inglês e japonês.
Persona 5 (Royal)
Acho que ninguém duvida da presença deste jogo no top. Lançado originalmente em 2017 no Ocidente, para a PlayStation 3 e PlayStation 4, Persona 5 tornou-se num enorme sucesso de vendas e crítica. Pegando no que Persona 3 introduziu e Persona 4 melhorou, Persona 5 vai ainda mais além.
Seguimos o protagonista que foi acusado de um crime que não cometeu, e é obrigado a mudar-se de cidade para começar um novo dia a dia noutra escola. Depois de certos eventos, torna-se Joker, líder dos Phantom Thieves, que têm como objetivo mudar a sociedade ao “roubar” o coração a certos indivíduos mais corruptos.
Um nível artístico invejável, tanto nas ilustrações, desenho de masmorras, menús e personagens, tudo tem estilo, tudo tem personalidade. Um combate por turnos que é tão fluido, tão rápido mas ao mesmo tempo, com tantas possibilidades. As masmorras foram uma das grandes evoluções, sendo magnificamente caracterizadas. A banda sonora, desta vez, adota um som mais Jazzy, sendo esta cheia de qualidade e bangers. E a história é longa e agarra desde o ínicio.
Isso sim, este é sem dúvida o jogo que mais vos vai render o vosso dinheiro, com uma duração de 100 horas para a história principal. Um dos melhores JRPGs jamais feito.
Destaco: Desenho artístico, banda sonora, sistema de combate, personalização do dia a dia.
O jogo apresenta vozes em inglês e japonês.
Ys VIII: Lacrimosa of Dana
A saga Ys é uma das sagas mais veteranas da indústria, com mais de 30 anos às suas costas. No Ocidente já tivemos muitas entregas mas foi o Ys VIII que mais impacto teve. Feito originalmente com a Playstation Vita em mente, o jogo foi também lançado pouco tempo depois, na PlayStation 4.
Voltamos a seguir Adol, um aventureiro que percorre o mundo em busca de aventuras com o seu amigo Dogi. Numa viagem de barco para outro continente, este é atacado e todos os que iam a bordo naufragam e acabam presos numa ilha cheia de criaturas e segredos.
O estilo artístico é bastante bom, cheio de cores que dão muita vida e personalidade ao jogo, ajudando a suavizar o facto de este ter origem na Vita. O sistema de combate é ação, mas ação da mais rápida, sem descanso, que exige toda a tua atenção. Os personagens atacam a uma grande velocidade e é uma maravilha fazê-los “dançar” no campo de batalha. A história começa simples mas vai, pouco a pouco, ganhando força. E a música, cheia de força, usando muito temas que nos fazem querer avançar com tudo o que temos.
Realmente têm que experimentar esta saga.
Destaco: Sistema de batalha ágil e música de extrema qualidade e variada.
O jogo tem vozes em inglês e em japonês.
Saga Trails – Trails From Zero
Trails é a saga que mais tem vindo a surpreender nos últimos anos (com o permisso de Persona, que já é conhecido de sobra pela sua qualidade). Jogos onde destaca a sua história, NPCs e lore no geral, todos muito detalhados, que vão evoluindo após cada evento e, cada jogo, contribui para a construção deste universo. É uma saga muito dependente de se jogar aos jogos anteriores. Da minha parte recomendo começar pelo primeiro de cada arco.
Trails from Zero é o primeiro jogo do segundo arco da saga (a duologia de Crossbell). O jogo saiu originalmente em 2010 na PSP mas nunca chegou ao Ocidente. Este remaster marca a primeira vez que temos a honra de o jogar no Ocidente.
Seguimos a história de Lloyd e os restantes membros do SSS, na sua jornada na região de Crossbell, em que iniciam a aventura tentando crescer dentro da agência de polícia mas, em breve, se verão envolvidos nos segredos desta cidade de sonhos e sombras.
Facilmente verificamos que o jogo já tens os seus anos, apesar disso os visuais têm o seu charme, tendo envelhecido medianamente bem. É na história e seus personagens que o jogo é um mind blown, rica em detalhes e conteúdo e, se a isto, juntarmos uma mega banda sonora cheia de temas que nos fará acelerar o pulso (get over the barrier – roaring version não me sai da cabeça) e um sistema de batalha cheio de possibilidades, rápido e dos melhores do género estamos perante uma obra atemporal.
E, caso o joguem e acabem, a sua sequela Trails to Azure, é considerado por muitos fãs, como o melhor da saga.
Destaco: História, NPCs e lore da saga. Banda sonora.
O jogo tem vozes em japonês.
Yakuza: Like a Dragon
Quem iria imaginar que o que começou como uma brincadeira do dia das mentiras se tenha tornado realidade? Yakuza (7) Like a Dragon tornou-se um JRPG por turnos e a verdade é que bem lhe assentou.
Combinar a adrenalina, comédia e drama da saga Yakuza com as mecânicas de um JRPG por turnos foi feito à perfeição. Mas não é a única coisa nova. Temos um novo protagonista, Ichiban (deixando de lado o já clássico Kiryu), o que torna o jogo num bom ponto de entrada para a saga.
Seguimos Ichiban, membro de um grupo Yakuza, depois de ter estado preso por diversos anos e ver como tudo mudou neste tempo longe da sociedade, procurando respostas para o que aconteceu com o seu clã.
Gráficos realistas com o toque japonês, um sistema de batalha por turnos fresco, músicas carregadas de força, uma história principal cheia de drama e momentos de comédia por iguais, este é um true Yakuza e JRPG experience.
Destaco: História e humor do jogo, sistema de batalha por turnos.
O jogo tem vozes em inglês e japonês e subtítulos em português do Brasil.
Kingdom Hearts 3
A combinação de Disney com personagens de Final Fantasy parecia algo que não iria resultar mas, estranhamente, funcionou às mil maravilhas. Depois das duas entregas principais e de inúmeros spin off de grande qualidade e com grande importância para a história principal, cá temos o terceiro.
Voltamos a seguir Sora, Donald e Goofy na sua busca em recuperar o poder de Sora e das sete luzes. Estes viajarão por diversos mundos Disney e originais, encontrando-se novos e velhos amigos e inimigos.
A saga atingiu um patamar visual como poucos, um desenho artístico e modelado fenomenal, com cenas que parecem extraídas diretamente dos filmes e outras fantasticamente bem adaptadas ao visual geral do jogo. O sistema de combate continua a apostar na grande ação, cheia de inimigos e efeitos especiais que, sem dúvida, brilha ao mais alto nível (apesar de se tornar fácil com tudo o que temos à disposição) e que decorre sem ecrã de transição entre exploração e batalha.
Mesmo que este seja o teu primeiro Kingdom Hearts creio que vais ficar maravilhado com esta junção da Disney e seus personagens, com o lore criado pela Square Enix. Vais estar, isso sim, perdido na história central de Sora, o personagem principal (mas se queres que te diga, muitos dos fãs que seguem a saga desde o seu início também o estão e é neste aspeto que a saga mais divide, devido ao convoluto que a história se tornou). Mas, como é óbvio, se tiverem tempo e dedicação, sempre podem jogar aos jogos passados, disponíveis na PlayStation4 através de diferentes coleções (1.5, 2.5 e 2.8 collection).
Destaco: Encontrar os personagens Disney e inclusive combater lado a lado com eles, visualmente, é algo único, reflectindo na perfeição a alma Disney, banda sonora de uma excelente qualidade, incluindo os remixes de músicas Disney.
O jogo conta com vozes em inglês.
Chained Echoes
Uma das grandes surpresas de 2022 e dos JRPG em geral, ainda mais se tivermos em conta as suas raízes humildes e o não ter sido feito por estúdios japoneses.
Chained Echoes é um JRPG que faz homenagem aos grandes clássicos da era de 16 bits, mas que consegue tornar-se algo único e inclusive comparar-se e superar muitos desses clássicos.
Seguimos a história de Glenn e seu grupo, unidos pela causa e destino onde os seus reinos estão em guerra mas, devido a certos eventos, tudo muda.
Visualmente estamos perante um jogo de 16 bits, com tudo o de bom e mau que isso implica, mas com um certo toque de distinção dado pelo autor. A jogabilidade é do melhor que o turn based system de 16 bits tem para oferecer, com sistema de mechas e overdrive, é incrível como 1 pessoa é capaz de fazer o que grandes estúdios não conseguem. A história dá lugar a momentos de conflito, humor, amizade e amor, que é ajudada pela música, de grande qualidade, inspirada nos clássicos, inclusive com temas mais orquestrais.
Esperemos que continuem a vir jogos deste tipo, com esta qualidade, ambientado nos clássicos (Final Fantasy VI, Chrono Trigger, etc…) que tão adorados são (Sea of Stars, estou a olhar para ti).
Destaco: Clássico com essência de 16 bits com as melhorias atuais do género.
O jogo não tem dobragem nas vozes.
Valkyria Chronicles 4
Valkyria Chronicles 1 foi uma joia da Playstation 3 que foi muito esquecida, unido a que o Valkyria 2 saiu na PSP e o 3, também na PSP, foi exclusivo do Japão, fez os fãs temerem o pior com a continuidade da saga. Felizmente, a Sega voltou a dar outra oportunidade, com o lançamento de Valkyria Chronicles 4, e o resultado foi outro jogo excelente, ao nível da primeira entrega.
Seguimos o Squad E, na sua luta contra o grande império, sendo o nosso grupo destacado para uma missão dentro do território inimigo, que lhes mostrará o horrível da guerra e como os laços humanos o enfrentam.
Com visuais estilo aquarela bem únicos, um RPG tático em que cada personagem, no seu turno, se move em tempo real, com muita estratégia e uma banda sonora de Hitoshi Sakimoto que acompanha à perfeição estes momentos que o jogo representa, durante a guerra e quando estamos perante algo grande. E a história consegue mesmo chegar cá dentro.
Apesar de este ser uma quarta entrega, tem lugar ao mesmo tempo que o 1.º jogo, pelo qual podem perfeitamente começar por aqui (mas destaco também que o primeiro está disponível na PlayStation 4 em forma de remaster).
Destaco: Jogabilidade tática que combina perfeitamente o tempo real com a estratégia, história emotiva que retrata diversos momentos de uma guerra.
O jogo apresenta vozes em inglês e em japonês.
Ni No Kuni 2
O primeiro Ni No Kuni foi, sem dúvida, um dos melhores JRPG da geração passada, feito em colaboração com o conceituado Studio Ghibli. Apesar desta sequela perder o fator novidade, consegue manter a qualidade, muito similar ao primeiro, mesmo sem contar com a colaboração directa do Studio Ghibli, à excepção do desenhador de personagens e o compositor.
Seguimos o rei Evan durante a sua fuga do seu reino durante um golpe de estado, com a esperança de fundar um novo reino, onde todos possam ser livres e felizes.
Visualmente estamos perante um estilo Cel Shading lindo, bem detalhado, e muito fluido incluso na PlayStation 4 original. A história, no geral, é inferior ao primeiro (apesar de boa) mas é no sistema de combate que o jogo se destaca. Enquanto o anterior optava por uma mistura de turnos e ação, a sua sequela passa a ser 100% ação, com uma melhor AI e um combate muito divertido e com bastantes possibilidades. A banda sonora destaca-se pela música orquestral.
Fazia muita falta mais voice acting, sinto que muitas cenas ficaram sem voz e sendo o jogo como um filme Ghibli jogável, acho que é algo muito importante.
Destaco que o primeiro jogo também está disponível em forma de remaster.
Destaco: Visual Cel Shading de alta qualidade, feel good geral do jogo e das personagens, reminiscentes do estúdio Ghibli, combate ágil e divertido.
O jogo apresenta vozes em inglês e em japonês.
Tales of Berseria
A saga Tales é já uma veterana do género, dando jogos de boa qualidade, alguns superiores a outros. Tales of Berseria saiu depois de Zestiria (depois de este último ter deixado os fãs pouco satisfeitos) mas conseguiu perfeitamente alcançar os melhores da saga.
Seguimos a história de Velvet na sua busca de vingança pelo ocorrido ao seu irmão mais novo. Ela, tanto como os personagens que a acompanham, estão dispostos a tudo para o conseguir, essa vingança que tanto desejam.
Sem dúvida, o melhor do jogo é a sua história, em que encarnamos os supostos vilões, os “maus da fita”, contando com um grupo de personagens fantasticamente carismáticos, todos com as suas razões para ali estar, um objetivo em comum. A história conta com muitos momentos potentes e alguns plot twists. O sistema de combate segue a linha da saga, combate cheio de ação, talvez o mais ágil da saga, com uma espetacular quantidade e combinações de combos. É nos visuais que mais se nota que o jogo foi feito com a PlayStation 3 em mente, ainda assim, conta com um bom desenho artístico e banda sonora que segue o típico que a saga nos tem oferecido (que apesar de alguns temas muito bons, não chega ao topo da saga).
A aventura da Velvet e seu bando é extremamente emotiva.
Destaco: História emotiva e combate muito ágil.
O jogo apresenta vozes em inglês e japonês e textos em português do Brasil na sua versão de PC e versão americana da Playstation.
Tales of Arise
Depois de uma pausa de 5 anos, a saga Tales prometeu voltar com inovações e um orçamento superior aos últimos anos. Cumpriu. Tales of Arise é um dos jogos mais ambiciosos da saga.
Juntamente a Alphen, temos à nossa frente a missão de libertar o planeta de Dahna dos seus opressores, o planeta de Rena, ao mesmo tempo que o nosso protagonista se enfrenta à sua amnésia e Shionne, à maldição que lhe afeta.
O primeiro que entra pelos olhos é o apartado visual, muito colorido, cheio de detalhes e com uma qualidade geral bastante elevada, incluso nas texturas, onde a saga mais costuma falhar. O combate segue a tradição da saga com combates cheios de ação e efeitos no ecrã. A banda sonora, novamente composta por Motoi Sakuraba, traz o melhor deste para os temas de batalha e um novo tipo de som para a exploração dos cenários, mais ambiental e apresentando uma orquestração diferente ao habitual da saga.
Tales prometeu evoluir e foi isso que fez, e eu por cá só desejo que assim continuem (incluso ganharam o prémio ao melhor RPG no Game Awards).
Destaco: Visuais ao mais alto nível, combate rápido e cheio de possibilidades.
As vozes estão em inglês e japonês. O jogo apresenta textos em português do Brasil na sua versão PC e versão americana da Playstation.
Dragon Quest XI S: Echoes of an Elusive Age Definitive Edition
Aqui está o considerado, por muitos, como o pai dos JRPG. Uma saga bem clássica, continuando a ser este o seu ponto forte.
Somos o Luminary, o herói profetizado que irá salvar o mundo e, junto à nossa estrambótica equipa, teremos que chegar até Yggdrasil, a árvore do mundo.
Uns visuais cheios de carisma e com desenhos de Akira Toriyama (criador de Dragon Ball) que faz todo o mundo do jogo vibrar. O combate é ao mais puro turn-based, ágil e com diversas opções de personalização. A história começa num ritmo mais lento mas é interessante, com alguns dos personagens mais carismáticos do género.
A banda sonora é que podia ter sido melhor. Muitos dos temas são remixes de músicas de anteriores jogos e a totalidade de temas no jogo é muito reduzido, em comparação à grande duração deste, umas 60 horas apenas para a história principal. Destacar também que a versão original do jogo apenas conta com música em formato Midi, dando a sensação que se trata de uma qualidade a nível de SNES, enquanto a nova versão do jogo, a S (Definitive Edition) já dá a possibilidade que esta seja orquestrada.
Custa acreditar que, apesar de se manter fiel a si mesmo, a saga continua bem fresca e mostra que não é preciso inventar muito para criar um JRPG atemporal. E não, não necessitam jogar aos anteriores da saga. Tal como Final Fantasy, cada Dragon Quest é independente um do outro.
Destaco: Visuais, jogabilidade mistura o clássico com o atual na perfeição, Carisma.
O jogo apresenta vozes em inglês na sua versão original e inglês e japonês na S (Definitive Edition).
Odin Sphere: Leifthrasir
Este jogo da Vanillaware foi lançado originalmente na PlayStation 2 em 2007, tendo passado muito despercebido, tendo em conta a sua qualidade. Felizmente, teve direito a uma versão melhorada que voltou a colocar este no foco das atenções, dando-lhe umas boas melhorias.
Seguimos a história de cinco protagonistas, cada um com a sua história, que se encontrarão diversas vezes, numa luta de reinos que se alastrou por todo o continente.
O jogo apresenta visuais em 2D, com uma gama de detalhes e animações pouco vistas neste tipo de jogos. É algo que vale a pena ver. Destaco ainda mais visto ser, originalmente, um jogo de PlayStation 2. O sistema de combate segue um estilo beat ’em up, muito ágil, tendo cada personagem o seu modo de combate, sendo bastante diferentes uns dos outros, o que ajuda bastante a não gerar tanta repetição nas diferentes fases. A banda sonora orquestral acompanha brilhantemente este mundo de fantasia. A história é mais complexa do que possamos pensar.
Este remaster além de melhorar enormemente a definição e framerate trouxe muitas melhorias ao sistema de combate, tornando-o mais fluido e com mais opções (mas se preferirem, o jogo inclui a opção para jogar com o combate original da versão PlayStation 2).
Uma obra única e cheia de personalidade.
Destaco: Visuais de fantasia, combate ágil e diversificado.
O jogo tem vozes em inglês e japonês.
Menção honrosa:
Persona 3/Persona 4
Relançados em 2023, Persona 3 e Persona 4 são, tal como Persona 5, excelentes JRPG pelo que não poderia deixar de os incluir. O motivo pelo qual não os inclui no top 15 é pelo facto de o remaster em si, deixar um pouco a desejar, havendo quase zero novidades.
Persona 3 Portable é baseado na versão da PSP de Persona 3, contando com diferenças em relação ao original. Algumas deficiências (história contada em estilo visual novel e cinemáticas substituídas por imagens estáticas) e alguns benefícios (possibilidade de controlar a equipa em batalha, novas possibilidades em combate e masmorras, personagem feminina principal disponível com uma vasta gama de novas músicas e alguns social links novos).
Seguimos os protagonistas que têm que enfrentar as Shadows que surgem na hora oculta que se encontra quando o relógio chega à meia noite.
Visualmente apresenta visuais muito datados e parte deles em forma de visual novel. A história mistura o humor característico da saga com momentos mais fortes, sendo esta conduzida por um calendário, onde poderemos dedicar cada dia a fazer diversas atividades. O sistema de combate é por turnos. A banda sonora é extensa e com muita qualidade, sendo parte dela diferente, dependendo de qual dos protagonistas foi escolhido.
Persona 4, por seu lado, está baseado na versão superior, lançada na PS Vita, com um grande número de melhorias.
Aqui seguimos um grupo de adolescentes que se empenha em encontrar o culpado pelos assassinatos ocorridos na pequena localidade de Inaba.
Visualmente é superior a Persona 3 Portable mas também não esconde as suas origens humildes na PlayStation 2. A jogabilidade segue a fórmula introduzida em Persona 3 em que o teu dia é dividido em várias momentos e é necessário saber compaginar o dia a dia com a exploração das masmorras, sendo o combate, novamente, por turnos.
É na história em conjunto com os seus personagens que Persona 4 brilha. Apesar de menos dark que Persona 3 Portable, esta consegue-nos criar uma ligação espetacular com os personagens que, com a ambientação de Inaba, é capaz de te fazer sentir que estás lá. Para mim foi dos melhores lugares que já visitei em videojogos.
Destaco: História, personagens e sua progressão, liberdade no dia a dia, ambiente.
Ambos os jogos têm vozes em inglês e japonês.
Até ao final do ano de 2023, ainda irão sair jogos como Atelier Ryza 3, diversos Trails, YS, Granblue Fantasy, Eiyuden Chronicle, entre outros, e 2024 deverá trazer ainda mais uns poucos. Pelo que poderemos atualizar esta lista ou criar uma nova.