A Jóia Encantada, ou The Secret Of NIMH, é um filme que provavelmente marcou a infância de muitos. Felizmente este filme não teve cenas cortadas, ao contrário de outros filmes de Don Bluth, como o Todos os Cães Merecem o Céu.
Em 1979, os animadores da Disney, Don Bluth, John Pomeroy e Gary Goldman, abandonaram os seus empregos para formarem o seu próprio estúdio, após anos de decepção com o que consideravam ser o declínio nos padrões de um grande estúdio. Estes detinham ideais sublimes e muito a provar, e consequentemente fizeram sucesso com o seu primeiro filme, uma longa-metragem de animação, A Jóia Encantada (The Secret Of NIMH), em 1982.
O filme inicia-se numa câmara escura e misteriosa, onde uma mão velha e enrugada escreve com tinta mágica sobre grande livro. A voz gentil explica que alguém chamado Jonathan Brisby, um rato, faleceu, deixando para trás a esposa e quatro filhos.
Jonathan pode ter partido, mas está claro que ele é parte integrante da história do filme, e que a sua morte será muito sentida por aqueles que o conheceram. Só mais tarde é que descobrimos o seu destino, e o que este significou para os ratos que irão moldar o futuro da sua viúva.
Os visuais são esplêndidos. A equipa de Bluth pintou cada fundo com uma riqueza fantástica de profundidade, detalhe e textura. Esta deu também às personagens, sombras e cores que contrastam com o fundo. Cada cena têm diferentes tons de iluminação e as paletas de cores definem o ambiente, e criaram efeitos de iluminação vívidos que literalmente fazem o filme brilhar.
Em comparação com os filmes de animação modernos, NIMH desenrola-se a um ritmo diferente e desmentido. O vilão principal só aparece uma hora depois do inicio, e Don Bluth contenta-se em deixar as personagens desenvolverem-se devagar, vagando por cenários exuberantes e num enredo complicado.
Há momentos de violência, e mais que uma vez vemos derramamento de sangue e morte de personagens de maneiras agonizantes, de uma forma que nunca se pensaria ver num filme de crianças.