Uma das principais personagens de sempre no mundo dos detetives, Hercule Poirot, foi novamente adaptado para o formato de videojogo, pelo Microids Studios. Após ABC Murders e The First Cases, os contos previamente adaptados pela Microids, desta vez foi o famoso Murder on the Orient Express a receber este tratamento. Baseado no clássico romance de Agatha Christie, este jogo leva os jogadores a um mundo de mistério, intriga e quebra-cabeças, feito para quem ainda não conhece esta incrível história.
A primeira coisa que chama a atenção neste jogo é a rica e detalhada recriação do cenário do Expresso do Oriente. Apesar de os gráficos não serem muito “next-gen”, e ficarem bastante aquém do esperado tendo em conta os altos patamares gráficos dos jogos atualmente, capturam perfeitamente a atmosfera que o livro tão perfeitamente mostra. Cada carruagem, corredor e compartimento é meticulosamente projetado, o que contribui para a imersão do jogador na história.
Murder on The Orient Express segue fielmente a história do livro, colocando o jogador na pele do famoso detetive Hercule Poirot, que se vê diante de um misterioso assassinato a bordo do Expresso do Oriente. Apesar do jogo ser uma fiel adaptação da história original, com alguns twists, a nossa personagem principal, Poirot, não foi tão bem desenvolvido como no livro, faltando-lhe personalidade, e alguns dos traços que o fizeram uma das personagens mais famosas das histórias de detetives.
O jogo apresenta também opções de diálogo, porém estas são absolutamente insignificantes, já que há apenas um único final, e uma única maneira de chegar à dita conclusão. Isto faz com que toda a busca por pistas, diálogo com personagens e resolução de puzzles pareça inútil, já que para quem leu o livro, ou viu as diversas adaptações para cinema, já saiba exatamente o que acontecerá, sem qualquer novidade marcante.
Uma das principais mecânicas deste jogo é a resolução de puzzles. Apesar de variados, os quebra-cabeças não são nada desafiadores. Contudo, para quem mesmo assim tem dificuldades nos inúmeros puzzles que são apresentados, pode sempre ir pedindo “hints”, até o jogo resolver o puzzle completamente por si próprio. Apesar de não ser um grande fã desta mecânica, não me senti nunca obrigado a usá-la, logo acabei por considerá-la como uma opção de acessibilidade, que não interrompe o “flow” do jogo.
Agradecemos à Microids Studios por nos ter cedido uma chave para análise.