Após o lançamento de Mass Effect: Andromeda, admito que o meu entusiasmo por Anthem era muito baixo, pois parecia que a Bioware tinha perdido o seu charme no que tocava a criar mundos e histórias com grande imersão e personagens fantásticas. No entanto, a história de Anthem, durante a sua introdução, parecia estar num bom caminho.

A história começa quando num planeta alienígena, uma raça misteriosa desenvolve uma tecnologia capaz de utilizar o Anthem of Creation. Uma energia poderosíssima, capaz de feitos como mudar o tempo, ou criar portais e criaturas únicas, mas também dotada de um grave defeito: ser bastante instável. Desta forma, tornou-se difícil para os humanos habitar este planeta. Contudo, sendo os humanos uma espécie bastante teimosa, esta arranjou forma de sobreviver às instabilidades através dos Freelancers. Estes, são um grupo de guerreiros que combatem as mesmas com os seus Javelins, uma armadura resistente que também aumenta as capacidades físicas, bem como dá ao seu utilizador a capacidade de voar devido aos propulsores situados nas costas.

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Uns anos antes da nossa aventura começar, uma facção chamada Dominion ataca Freemark, a base de operações dos Freelancers, com o objectivo de utilizar o Cenotaph, um artefacto que poderia controlar o Anthem. Os Dominion venceram a batalha e activaram o artefacto, o que resultou numa explosão que destruiu Freemark, e o que restou da cidade ficou na história conhecido como o Heart of Rage. Uns anos mais tarde, o Cenotaph reactivou-se, e os Freelancers voltaram ao Heart of Rage para impedir outro desastre, e é aqui que a nossa aventura começa, na pele (ou Javelin) de um novato.

Algo que se percebe imediatamente ao jogar, é que o movimento soberbo! Controlar o Javelin é satisfatório, quer seja a voar pelas cascatas para mantê-lo frio, a andar pelo chão a fazer dodges, a utilizar uma habilidade como uma granada ou um foguete guiado que é disparado do ombro, ou a sofrer com os fortes impactos dos ataques corpo-a-corpo. É muito raro sentires que não tens controlo sobre o teu Javelin, e o uso de tantas formas de movimento dá algo fresco ao género dos jogos de tiros em terceira pessoa.

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Após as missões de introdução, somos levados para o Fort Tarsis, que é o hub do jogo, onde podes verificar missões diárias e semanais; comprar materiais para crafting; cosméticos para o teu Javelin; personalizar o equipamento e a aparência do teu Javelin na forge; e ainda falar com vários npcs, sendo que estes últimos têm as suas próprias pequenas histórias que vão progredindo entre missões. O hub é bastante aborrecido, fazendo com que tenhas de caminhar muito entre os npcs e as várias zonas, com maior parte das conversas a puxar pelo sono.

Antes de continuares a tua aventura, o jogo introduz-te à forge e dá-te uma escolha entre 4 Javelins: O Colossus – um gigante extremamente resistente e capaz de suportar muito dano, mas também o mais lento de todas as escolhas; O Ranger – que é o mais equilibrado e o mais básico, sendo o mais fácil de controlar para quem está habituado a um shooter mais tradicional; O Storm – um mago capaz de utilizar os elementos para atacar, e com capacidade de voar mais que os outros; e por fim, o Interceptor – o mais rápido e ágil, capaz de fazer vários dodges seguidos, bem como conseguir fazer um triplo salto com bastante controlo, mas este detém uma armadura mais fraca.

Depois de escolheres o teu Javelin, poderás ver o equipamento do mesmo na forge, onde podes fazer crafting ao mesmo ou mudá-lo. Podes escolher 2 armas para levar, buffs para aumentar o dano de certos tipos de armas ou para teres mais chance de apanhar balas dos inimigos, o tipo de ataque especial que queiras, como granadas, foguetes, ou os elementos do Storm, entre outras coisas… Também podes customizar a aparência do teu Javelin, com pinturas, autocolantes, e até mudando a armadura.

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Todos os teus equipamentos têm um nível de potência, bem como uma cor que representa a raridade dos mesmos, como verde ou azul, tal como em vários MMOs. No entanto, no que toca ao crafting, este é muito mais simples do que o típico do género. Pois apenas envolve teres os materiais e simplesmente seleccionar o que queres, não precisas de evoluir o crafting, nem de te especializares em algum tipo de equipamento.

Quando interages com o Javelin no Fort Tarsis, é apresentado o menu de expedição, onde podes escolher entre ir para uma missão, para o freeplay, onde podes explorar o mapa e fazer eventos, ou para os Strongholds, que são missões exclusivamente online mais difíceis e com melhor loot.

Assim que fui lançado para o mundo de Anthem, a primeira coisa que reparei foi nas suas paisagens deslumbrantes e vastas, cheias de vegetação, cascatas e ruínas de uma civilização já extinta. Uma qualidade gráfica soberba digna do motor Frosbite, apenas com umas falhas no que toca à pop-in visível e ao terreno que fica com pouco detalhe a distâncias pequenas.

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As missões têm todas uma estrutura bastante semelhante, com defesas de pontos, bosses, e o uso de puzzles, como apanhar um número de objectos para abrir uma porta, ou utilizar combinações de símbolos onde tens de procurar as respostas no cenário. Durante as missões, vais tendo conversas com vários personagens, e muitas vezes as conversas têm bastante humor e tornam-se interessantes, dando mais vida à estrutura repetitiva.

No final das missões, é revelado o loot que recebeste, e ganhas umas medalhas de várias proezas que conseguiste cumprir, como acertar em pontos fracos dos inimigos ou curar a tua equipa, e claro que também recebes experiência, sendo que esta aumenta o nível do teu piloto, dando-te mais opções para armas e buffs nos teus Javelins.

Infelizmente, com tudo isto, ainda assim os problemas de Anthem foram difíceis de se ignorar. Pois muitos deles são um bocado sérios. Primeiro, a história do jogo, apesar de parecer começar bem, torna-se rapidamente esquecível, o que depois aumenta a monotonia das suas missões. O loot também é bastante aborrecido, sendo que as armas têm todas o mesmo aspecto, fazendo com que apenas o loot mais raro e de nível mais alto seja o único que entusiasme o jogador. As missões também têm um limite de área, onde te forçam a ficar dentro duma zona pequena.

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Mais tarde na história, o jogo obriga-te a fazer uns pré-requisitos para poderes progredir, o que envolve fazer vários eventos, apanhar coleccionáveis, materiais para crafting, e fazer várias missões secundárias. Tudo isto podia ter sido melhor executado, pois dá-te a sensação de que estás a ser forçado a fazer um grind para poderes continuar no jogo. Isto junto com o jogo alongar demasiado e interromper constantemente a história no final com várias missões desnecessárias, faz com que o mesmo seja incrivelmente aborrecido.

O endgame também não intriga, tendo de se fazer um grind ainda maior que o anterior feito a meio da história, e havendo apenas umas missões especiais novas e mais os strongholds.

Quero ainda deixar em nota que joguei Anthem num PC com uma RX 480, 16Gb de Ram e um I7 4770K, o mesmo não correu da forma mais estável, havendo pequenos problemas de performance (quedas de fps), independentemente das definições gráficas.

Anthem já está disponível para a Playstation 4, Xbox One e para PC na Origin.

CONCLUSÃO
Meh
6.5
anthem-analiseMesmo com as suas mecânicas de movimento e jogabilidade sólida, Anthem é um jogo que está aquém da qualidade da antiga Bioware, com as mecânicas vindas dos MMOs acabando por ser um obstáculo em vez de uma adição interessante.