Começamos o ano com mais uma análise a um novo jogo de tabuleiro, o Aqua! Este jogo, de 1 a 4 jogadores, de Dan Halstad e Tristan Halstad e editado pela Devir, leva-te a construíres vários habitats e recifes, convidando todo o tipo de animais marinhos a juntarem-se à festa!
A jogabilidade
O sistema de jogo é algo simples de se aprender. São dispostas várias peças de coral na mesa, igual ao número de jogadores +1. De seguida, cada jogador terá que escolher uma das peças de coral da sua preferência e anexá-la a outra peça sua de forma a que dois lados da mesma cor coincidam. Uma vez que o jogador crie um hexágono de uma cor, automaticamente este coloca um animal pequeno em cima desse hexágono.
Num ponto mais avançado do jogo, se um jogador conseguir criar um conjunto específico de animais marinhos de diferentes habitats, este poderá estabelecer uma biodiversidade e “chamar” um animal maior que é colocado em cima dos mais pequenos. Dado que existem poucos animais de grande porte, estes pontuam muito mais quando comparado com os animais pequenos. Contudo, à medida que estes vão sendo levados, vão perdendo valor, sendo que as peças que estão mais acima da pilha valem mais do que as debaixo. Então há aqui uma espécie de corrida concorrida aos animais grandes! É então aqui que entra a importância de começar sempre primeiro!

O primeiro jogador é aquele que possui a ficha do Caracol Marinho, sendo este quem distribui as novas peças de coral para a mesa. Uma vez feita a primeira ação, o Caracol Marinho entra para a mesa junto às outras peças de coral disponíveis da ronda. Os outros jogadores, caso queiram começar em primeiro na ronda seguinte, podem recolher o Caracol em vez de uma peça de coral, para garantirem que conseguem obter uma boa peça no próximo turno, antes de todos os outros jogadores. Assim que todos tiverem colocado 1 peça de coral, uma nova ronda começa e novas peças de corais são colocadas na mesa por quem tiver o Caracol. Feitas 17 rondas, os jogadores procedem à soma dos seus pontos, sendo vencedor aquele que tiver mais pontos.
Uma variante mais avançada do jogo também está presente, onde no início da partida são distribuídas aleatoriamente, várias peças de ecossistema. Estas concedem pontos extra aos jogadores, caso sejam elegíveis, como terem um certo animal pequeno adjacente a um outro de determinada cor. É aqui que a complexidade sobe, contudo, não da maneira que gostaria de ver.
Para os que são solitários, o jogo apresenta-se como um sistema de objectivo de pontuação, sendo necessário alcançar determinada pontuação para obteres o que poderia traduzir em estrelas (1 a 5).

De forma a abrir mais a durabilidade deste jogo, o manual de instruções apresenta algumas proezas para os jogadores. São como uma espécie de missões que devem cumprir, em determinados conjuntos de cenários referenciados no manual. Não que sejam de todo “revolucionários” em mudar a experiência do jogo, mas sempre concedem mais “algo” a este.
Aqua, apesar de ser um jogo bastante simples na jogabilidade, este peca ao ter um sistema um pouco chato de contagem de pontos no final da partida. Sim, é muito bom estarmos entretidos a construir os nossos ecossistemas e vermos a fauna a crescer; contudo, chegando ao fim, são tantas variáveis que concedem pontos, que se torna aborrecido estar a apontar tudo no bloco (que vem incluído na caixa). Isto culminou em erros de contagem e, no final, ninguém se quis importar, pois já nos tínhamos entretido a criar aqueles belos cenários marinhos.
Os materias e apresentação
As peças do jogo, apesar de serem feitas de cartão, são bastante grossas e resistentes, isto traduzindo-se no considerável peso que a caixa do jogo tem. E, falando nesta, somos contemplados com um conjunto de peças para criarmos um organizador interno para as várias peças de jogo, evitando assim amontoados de peças misturadas que assombram até algumas das minhas coleções de jogos de tabuleiro.

Já as ilustrações de cada uma foram muito bem produzidas pelo artista francês Vincent Dutrait, com cores vivas e traços característicos de pintura tradicional, fugindo do atual digital. Pensando até nos gostos dos jogadores, as peças dos animais grandes possuem dois lados, sendo que em cada um é ilustrado um animal diferente.
Não gostas de um Dugongo? Então vira e já tens um lindo Golfinho-Roaz a sorrir para ti. Como toque final, a própria caixa internamente apresenta a sua própria ilustração de Vincent, algo verdadeiramente lindo!
Por fim, é normal que gostemos de aprender algo com os nossos jogos. E, em Aqua, há uma pequena seção de aprendizagem no manual de jogo. Nesta secção, tens especificadas as várias peças de jogo, com os nomes e descrições dos vários animais nelas ilustradas. Poucos jogos oferecem este tipo de “bónus”, pelo que é sempre algo bem vindo!

O jogo, apesar de ter-nos sido cedido amavelmente pela Devir Portugal, ainda não se encontra à venda nas lojas. Contudo, não faltará muito para que este fique disponível.