Finalizada a minha análise aqui, na Squared Potato, sobre Blacksmith of the Sand Kingdom, conheci o não tão maravilhoso mundo de videojogos à lá RPG Maker da KEMCO, editora e ocasional desenvolvedora desta “novidade” intitulada Asdivine Cross.
Coloco novidade entre aspas porque, supostamente, Cross é um port do que já se encontrava nos telemóveis, assim como a maior parte dos títulos deles, para ser honesto. Dito isso, é estranha a categorização na loja da Microsoft como “título optimizado para as consolas Series X|S”. Nada neste videojogo necessita de dita actualização, sendo mais uma táctica de marketing do que outra coisa. Estou, no entanto, a desconversar; avancemos para a análise propriamente dita:
Asdivine Cross
Tal qual como sucedeu anteriormente com o outro título, a KEMCO, percebe-se lá porquê, tem mãozinha especial para histórias e narrativas preenchidas com os maiores clichés existentes, retirados daquela animação japonesa produzida por um estúdio que ninguém conhece, mas que uma ou outra alma ainda vê. Atenção: não é mau, salvo uma ou outra caracterização mais irritante, mas é previsível até dizer chega.
Harvey, protagonista forte, ocasionalmente machista e um pouco irritadiço, pertence a um grupo de ladrões ao estilo Robin Hood. Certo dia, durante um dos vários roubos, as coisas correm mal e Harvey vê-se colado, em conjunto com outras três protagonistas, ao destino de salvar o mundo de entidades ancestrais.
As mecânicas de combate e jogabilidade também não fogem aos padrões de um jRPG comum. Com uma visão de cima para baixo movimentamos o grupo para falar com NPCs, abrir baús de tesouro ou induzir em demandas opcionais. Caminhando pelo mundo ou por masmorras mortíferas, existe a crescente possibilidade de cair numa batalha aleatória; estás ao sabor do estilo por turnos ATB (Active Time Battle) onde a iniciativa de cada personagem depende das suas estatísticas.
Fora as opções tradicionais de usar um item ou defender, a “novidade” em Asdivine Cross é combinar habilidades (com um teto definido) para desencadear de uma vez só. Outra são os especiais inerentes a cada personagem, como se fossem Limit Breaks, mas sem a necessidade de estarem em estado crítico de vida.
Fora do combate, encontramos um mundo surpreendentemente colorido e encantador. Os inimigos vêm em várias cores e desígnios, assim como as personagens mais importantes para a história que se destacam das outras criações.
Porém, a banda-sonora é um pouco mais fraca, nomeadamente o tema de batalha aleatória. Esta começa a ralar os nossos ouvidos demasiado cedo para o seu bem. Dito isso, nada em Asdivine Cross foge à regra: é uma experiência típica jRPG cuja função é apelar à tua nostalgia de títulos encontrados na SNES ou consola semelhante.
Felizmente, obstáculos artificiais não são um tema muito comum. Claro que o inimigo principal no final da masmorra é um pouco mais forte, mas empregue está a possibilidade de baixar ou aumentar a dificuldade geral do jogo. Dado que Cross apresentou-se, inicialmente, como um jogo de telemóvel “gratuito” inerentes à identidade do jogo ficaram certos bónus adquiríveis com dinheiro.
No entanto, como o título na loja da Microsoft já é pago; à medida que o jogo progride, recebe-se moeda de troca premium para trocar por mais experiência ou outras vantagens similares.
Uma prática, em certa parte, condenável, mas que não impactou a minha viagem em particular. No entanto, é o que é e tem de ser mencionado.
Asdivine Cross está disponível para Android, na Steam para PC, Xbox Series X and Series S, Xbox One, e Nintendo 3DS.