Os famosos gauleses Astérix e Obélix criados por Albert Uderzo e René Goscinny estão de volta aos videojogos, com uma continuação directa de Astérix & Obélix Slap Them All!, lançado no final de 2021. A distribuidora Francesa Microids é a responsável pela continuação directa deste beat ’em up, no desenvolvimento da Mr Nutz Studio, trazendo-nos assim uma nova história inédita dos gauleses mais temíveis do período conhecido como a Idade do Ferro, no domínio do império romano dominado por Júlio César.
Se jogaste Astérix & Obélix Slap Them All! e gostaste, apontaria que este jogo será uma escolha acertada para ti, ainda que possas sentir algum cansaço. A Nutz Studio apostou pelo seguro, mantendo praticamente todas as bases do primeiro, acrescentado algumas pitadas que pouco acrescentam qualidade na jogabilidade, e mantendo a curta campanha de aproximadas 5 horas, um pouco mais curta nesta sequela.
A nova narrativa leva-nos a um problema que começa com Justforkix, o sobrinho de Vitalstatistix, que desperta a raiva dos romanos. O jovem rebelde e apreciador de supercarros de corrida é suspeito de estar envolvido num roubo da Aquila de Lutetia, e César enviou, assim, uma grande parte de suas forças para exigir reparação na base da violência. Claro que Justforkix precisaria da ajuda dos nossos Gauleses, que logo se aprontam a tratar de tudo, e é assim que começa a jornada.
A jogabilidade continua exactamente com os mesmos movimentos e golpes das personagens, e o desbalanceamento entre Asterix e Obelix continua presente aqui, com o pequeno Gaulês a levar a melhor, uma vez mais. Astérix continua muito mais ágil e com a hitbox muito mais definida que o seu fiel e companheiro amigo.
Uma das poucas novidades implementadas nesta sequela, são os ataques de fúria e os ataques Ultimate, representados por uma barra que se vai enchendo à medida que absorvam golpes ou se esbofeteia alguns inimigos. Parcialmente preenchida, concede fúria, deixando um dos nossos protagonistas ligeiramente mais ágeis e com golpes a causar mais dano. Já se a barra tiver completamente cheia, o ataque ultimate despoleta uma animação contínua capaz de eliminar todos os inimigos presentes no ecrã, uma vez mais com ligeira vantagem para o Astérix, que se foca através de um tornado da poção mágica, eliminar todos os inimigos. Já Obélix faz cair menires do céu, uma boa referência à série, também destruidora mas não tão eficaz ao do seu companheiro.
O visual apresentado continua lindo, capaz de captar a atenção até de qualquer pessoa que não se interesse minimamente por videojogos. Cenários desenhados com pormenores impressionantes, transmitindo assim a atmosfera vivida quando estamos a ler a banda desenhada de Astérix. Agora há mais diálogos presentes, e as dobragens, além de serem muito imersivas, são bem realizadas pelos actores presentes aqui.
Infelizmente, não existe muito mais de substancial a explorar nesta sequela. O progresso linear de um beat’em up não ajuda, diga-se de passagem. Os inimigos continuam praticamente os mesmos, com piratas, romanos, vikings. As skins e padrões de movimentos repetidos vão acusar muito mais rapidamente o cansaço para quem já jogou o primeiro, e provavelmente até para quem nunca jogou nenhum. Até os chefes de final de fase continuam padronizados ao sentido do primeiro jogo, e é algo que a Mr Nutz Studio terá que apostar nesse sentido numa próxima sequela.
Agradecemos à Microids por nos ter cedido uma chave para análise.