Babylon chega com o estrondo caracterísitico de mais uma obra do mais novo realizador de sempre a receber um Óscar de Melhor Realizador, Damian Chazelle (La La Land, Whiplash), e quando digo estrondo falo na primeira cena do filme, uma coreografia exímia de atores, atrizes, bailarinos e a perspicácia e qualidade absurda de Chazelle com a câmara.
Este filme junta um elenco de luxo com Margot Robbie à cabeça, com ela contracenam Brad Pitt, Diego Calva, Tobey Maguire, Phoebe Tonkin, Olivia Wilde, Samara Weaving, Li Jun Li, P. J. Byrne entre outras estrelas de Hollywood. A verdade é que nunca parece demais uma vez que a época que este filme retrata parece ter sido uma época de excessos desmedidos.
A história centra-se no Hollywood do fim dos filmes mudos, numa altura em que se gravavam três e quatros filmes ao mesmo tempo num descampado gigante perto da cidade de Los Angeles, numa altura em que as festas de excesso com álcool, drogas, sexo, jazz, animais exóticos, mortes e tudo o mais, acabavam quase na hora de começar um novo dia de gravações.
A história não se centra numa personagem mas antes em três: Nellie LaRoy (Margot Robbie), Jack Conrad (Brad Pitt) e Manny Torres (Diego Calva), uma história que se entrelaça numa festa no início do filme, Nellie procura o seu primeiro papel de relevo em Hollywood, Conrad é o ator melhor pago da MGM e uma superestrela de cinema e Manny é um empregado na festa onde os três se cruzam, mas que adora a magia do cinema e sonha trabalhar num estúdio.
A partir daqui existe declínio, subidas, confusões e muito amor ao cinema! Damian Chazelle procura mostrar quanto ama a sétima arte e isso fica bem patente na última cena do filme, onde podemos ver um jogo de cores, cenas e outros objetos indispensáveis à história do cinema.
No centro de tudo isto estão as grandes interpretações de Margot Robbie e Brad Pitt que parecem ser incapazes de fazer alguma coisa mal seja qual for o papel. Esta personagem de Margot tem um arco gigante entre uma forma mais de gritaria, êxtase, festa para uma pessoa com sentimento, perdida na vida que lhe foi tirada e depois na vida que acaba por ganhar com uma certa pressa, em Brad Pitt vemos uma personagem solitariamente acompanhada pelos devaneios da fama e tudo o que isso traz e temos novamente Pitt a dar vida a uma personagem cujos dotes de falar italiano são, no mínimo, de soltar uma grande gargalhada na sala de cinema.
É na sala de cinema que este filme deve ser apreciado, uma fotografia explêndida e cores vivas são também a bandeira deste filme.
Houve uma altura perto da última parte do filme em que a duração do mesmo começou a pesar mas rapidamente esqueci-me disso porque as últimas partes são mesmo incríveis.
Queria dizer ainda que Tobey Maguire encarna uma personagem aterrorizadora. Nunca tinha visto o ator fazer algo assim e a parte do filme onde o mesmo aparece é um verdadeiro “mini-filme” de terror.
Finalizando, e apesar de ter gostado muito do filme duvido que vá ser um sucesso, para os mais conservadores, terá muita festa e debocharia, para os que procuram comédia mais fácil, não a vão encontrar, para os que procuram um relato histórico correto e sóbrio também penso que este não o será, para quem procura um filme de época, este é muito mais que isso e portanto diferente desse género, é um filme que não é para ficar na memória de todos mas que deveria ser visto por todos.