Não! Não existe nenhum engano… Battlefield 2042 é indubitavelmente um jogo lançado há quase um ano atrás. Com a chegada da nova temporada (season 2) e a celebrar os 20 anos da série, a Squared Potato decidiu visitar este controverso jogo da DICE, examinar as melhorias significativas implementadas ao longo do ano, e trazer-vos uma análise diferente do habitual de lançamento, de um jogo que começou mal, mas com muita margem de progressão.

Atmosfera do campo de batalha!

Battlefield 2042 teve um começo muito complicado e carregado de problemas, o que facilmente demonstrou a extrema e desapontante falta de preparação da DICE para peso pesado como este. O produto inicial a ser comercializado encontrava-se extremamente desequilibrado, com problemas de optimização e sobretudo com bugs e graves problemas de hitbox (colisão), algo crucial no sentido minucioso para este género. 11 Meses depois, já se consegue ver Battlefield 2042 chegar ao estado que deveria ter tido aquando o seu lançamento.

Em mais de 25 horas colocadas apenas no modo conquest, tanto as batalhas de 128 como 64 jogadores já seguem o “padrão essência” da atmosfera que apenas esta saga nos consegue entregar. Alguns dos mapas tiveram melhorias significativas no seu design, com mais suportes de defesa e pontos estratégicos, entregando assim uma imersão bem diferenciada do jogo base. Os graves problemas de hitbox foram resolvidos e a maior parte dos bugs corrigidos. Honestamente, preferia evitar esta sensação de déjà vu nos lançamentos da DICE e obter um produto jogável desde o seu lançamento. Tanto Battlefield V como Star Wars Battlefront 2 tiveram lançamentos idênticos à de Battlefield 2042, com começo fraco, e uma evolução bem numerosa. O risco de começar a perder a confiança é enorme, e os jogadores (principalmente deste estilo) não gostam nem um pouco.

O detentor do meu troféu pessoal como modo de jogo favorito continua a ser o modo Breakthrough que chegou no Battlefield 1 e nunca mais nos largou. Se não conheces o modo, explico-te muito rapidamente: A equipa atacante terá que avançar as linhas da frente até conquistar o mapa, dividido por três sectores. É uma experiência bem menos ampla comparando ao modo conquest, e a DICE voltou a reajustar este modo. Agora, apenas 64 jogadores podem jogar este modo de jogo em simultâneo, já que os 128 jogadores de lançamento tornavam a experiência muito mais caótica. Nada bate no entanto, a experiência breakthrough dos jogos anteriores. Em Battlefield 2042 a experiência está um pouco mais desequilibrada, e a culpa é do excesso de veículos que facilita normalmente quem ataca. Este modo deveria ter uma limitação mais robusta no controlo de tudo o que tem um motor, seja barcos, tanques, hovercraft, etc.

Como é sabido, a DICE decidiu apostar todas as suas fichas numa experiência online, e abdicar assim do modo campanha que vem acompanhando a série ao longo dos seus 20 anos. Battlefield 2042 foi mais um dos títulos modernos a incluir um Battle Pass para desbloqueio de itens cosméticos, padrão dos jogos habitualmente gratuitos, o que comprova uma debruçada no comprometimento de uma mudança de padrão, jogo como serviço. A nova temporada chegou, e os 100 níveis de novo conteúdo habitual de Battle Pass já marcam presença com a nova actualização.

O modo Portal foi sem sombra de dúvidas o que mais entusiasmou os jogadores desde a sua apresentação. A possibilidade de visitar os nostálgicos locais que fez Battlefield ser a saga que é hoje, e até criar os teus próprios cenários é algo inexplicável, especialmente para os mais antigos fãs da franquia. Infelizmente e para meu espanto, este é dos modos de jogos com menos jogadores presentes; vai-se lá saber a razão…

Bastante trabalho pela frente

O sistema de classes foi drasticamente alterado, algo que pessoalmente não consigo apreciar mesmo com os mais recentes ajustes. Agora, em vez do padrão habitual da série, as classes foram substituídas por especialistas com habilidades únicas, mas o leque de armas continua a ser o mesmo para qualquer um deles, o que a meu ver é negativo e dá mais margem para instabilidades na jogabilidade. As mais recentes actualizações já começam a mudar um pouco este conceito, uma vez que a DICE decidiu levar a sério o feedback dos fãs, restringindo alguns itens ao se jogar com determinados especialistas. Gostaria de ver algumas armas também restritas, quem sabe numa futura actualização e com o contínuo feedback dos fãs.

Com este sistema, sinto que o jogo perde completamente a essência de trabalho de equipa, e isso nota-se quando jogado a solo e no campo de batalha; diferente de todos os títulos Battlefield que joguei. Não há nada mais gratificante do que ver um médico vir em teu auxílio após uma queda na linha da frente, e a comunidade Battlefield sempre foi extremamente rica nestes roles. Em Battlefield 2042 os jogadores estão muito mais distanciados e não cumprem o papel, porque o jogo simplesmente não incentiva a isso.

O crossplay (jogo entre plataformas) tem sido o meu maior problema com Battlefield 2042. Quando activado, é um estremecimento de desequilíbrio que só jogando se sente. Ao contrário de Call of Duty e outros shooters com diferentes configurações de assistência de mira para as consolas, Battlefield 2042 é muito menos detalhado nesse sentido, e os jogadores de PC têm uma tremenda vantagem ao jogar contra os jogadores de consola. Por outro lado, caso esse modo esteja desactivado, alguns servidores ficam vazios e os modos de jogo extremamente limitados. Com praticamente um ano de jogo, a DICE poderia pelo menos tentar executar como a concorrência directa, e entregar-nos um crossplay de input, ou seja, dar a opção de parear os jogadores que jogam de comando em lobbies privados. Iria resolver praticamente todos estes problemas, e pelo menos juntar os jogadores de Playstation e Xbox, e até jogadores de PC que prefiram o comando por alguma razão de acessibilidade ou praticidade, e assim juntar muitos mais jogadores numa sessão.

Já se realizaram algumas mudanças na interface, desde o lançamento do título em Novembro, mas ainda continua a ser o Battlefield menos intuitivo e de fácil acessibilidade de todos. Alguns detalhes simples falham redondamente, como uma lista dos servidores disponíveis ou um loadout mais limpo que não passe a sensação de segundo plano e foque completamente no seu especialista e na sua personalização. Esperamos que a DICE continue a ouvir os fãs como tem feito, e entregue a experiência definitiva que os fãs de Battlefield merecem.

Agradecemos à Electronic Arts por nos ter cedido uma chave na plataforma Playstation 5 para análise.

CONCLUSÃO
Work in progress
7
Igor Gonçalves
Curioso, explorador, e fã de videojogos desde que me lembro, e em especial pela saga Metal Gear. Não jogo plataformas, jogo jogos.
battlefield-2042-analiseAproximadamente um ano depois do seu lançamento, Battlefield 2042 deixou de ser a BETA que nos foi apresentada no produto inicial, e começa agora a ganhar mais solidez e competitividade no mercado dos fps, ainda que esteja uns bons furos abaixo dos seus antecessores.