Os últimos anos não têm sido fáceis para os fãs de Boxe no mercado de videojogos. O último grande título dedicado a abordar de forma séria a arte do pugilismo, foi lançado em 2011, falo de Fight Night Champion, e desde então que este desporto vem perdendo a relevância que outrora teve no vasto mercado gaming.

Big Rumble Boxing: Creed Champions – o título que irei analisar hoje – não chegou para mudar esse padrão dos últimos anos, mas foi sempre claro na sua proposta desde a revelação ao público. Trata-se de um jogo de Boxe? Sim, mas plenamente arcade, com toques simples, acessível para todos e o mais importante, inspirado nos sucessos de bilheteira da sétima arte: Rocky e Creed.

Arcade, versus e muito aborrecimento

Existem apenas dois modos de jogo: Arcade, e Versus, sempre em modo offline. O modo versus como é explicativo na própria denominação e já conhecido de muitos outros universos, trata-se de batalhas simples, 1vs1, contra a IA ou outro jogador humano.

O modo arcade poderá ser considerado de forma simplista o story mode desta obra. Escolhes um de muitos personagens e segues a jornada dele, com 40 minutos de campanha para cada lutador, podendo demorar um pouco mais dependendo da dificuldade mais elevada. Todas as campanhas são contadas num ecrã imóvel, com as imagens das duas personagens a interagir, e será sempre assim antes de cada combate. Nenhuma desta escrita criada para vos dar contexto, vai saciar o desejo de algo mais profundo. Todas as campanhas são escritas de forma sofrível, acompanhadas por gemidos dos lutadores já que o budget não dá para mais, e que podiam facilmente ser substituídas por uma ‘progressão de torre’ ao estilo Mortal Kombat.

Além dos combates, existem também alguns segmentos de treino das personagens (apenas no modo Arcade) que fazem claras alusões a alguns dos filmes da saga. Servindo apenas para homenagear e nada mais, são mini-jogos em quick time events, onde poderão realizar o sonho de encarnar Rocky Balboa a treinar literalmente aos socos com carne de porco, daquelas inteiras, prontas para o corte que encontram nos talhos, sim essas mesmo!

Após finalizares o modo arcade, desbloqueias uma nova personagem, e roupas extra para personalizar o personagem em questão. Talvez tenha sido essa a única razão que me fez continuar a distribuir umas boas murraças com variados personagens, já que basta jogares duas ou três vezes para saberes tudo sobre os fundamentos do jogo.

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Como mencionei anteriormente, será possível convidar um amigo, mas apenas para combates a 2 comandos, e nada de partidas online. Ainda bem que assim o é, já que é demasiado fácil de quebrar e abusar da jogabilidade, com exploits até relativamente simples de descobrir. Não iria ser nada agradável ver dois jogadores online a usar as mesmas tácticas vezes e vezes sem fim. Iria ser renhido, e provavelmente, ganhava o que tivesse menos problemas de internet.

Nocaute de um botão

Big Rumble Boxing: Creed Champions podia ser facilmente adaptado para smartphones, e os dois dos maiores factores que me levam a reflectir sobre isso são a jogabilidade e os seus gráficos.

Os combates são triviais e relaxados, sem grande profundidade de combinações ou tácticas para determinados oponentes. Não existe um estilo distinto entre os lutadores, que são apenas diferenciados por serem mais ágeis com golpes mais curtos e menos dano, ou mais pesados, com aqueles socos prontos a causar uma indução de knockout.

Uma vez que não existe grande distinção de combinações, conseguirei facilmente explicar o core da jogabilidade. Existem golpes fracos e fortes, esquivas, bloqueio, e grappling seguido de um golpe. O objectivo é muito simples, ires desgastando a barra de HP do teu oponente até que o mesmo acabe em nocaute. No caso de defender, terão também além da barra de vida, uma de defesa, que pode ser vista como um acumulador de golpes. Assim que a barra de defesa chega ao fim, entram em estado de atordoamento, ficando susceptível a sofrer golpes sem hipótese de paragem. Se usarem os comandos de bloqueio na hora do golpe, um dodge será feito e o oponente sofrerá um contra-ataque automático, e esta talvez seja a estratégia mais diferenciada de todo o jogo.

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A mecânica é divertida e muito directo ao ponto (neste caso, à cara), mas fica a faltar alguma sagacidade que garanta mais horas gastar a descobrir combinações ou furos na defesa dos adversários. Mesmo se tratando de uma proposta totalmente arcade e descontraída, já tivemos jogos do mesmo desporto a abordar esse estilo, de uma maneira que funcionava, divertida e com factor replay, como é o caso de Best Bout Boxing. Infelizmente pouco acontecerá por aqui.

Como pontos positivos, existem alguns pormenores interessantíssimos, como é o caso de poder socar o oponente até às cordas, e vê-lo baloiçar atordoado pronto para levar com mais alguns golpes em cima, ou então apertá-lo no canto, sem saída, e massacrar nessa posição até que surja o KO. São físicas interessantes e que deixam um bom sorriso na cara.

Visualmente, Big Rumble Boxing: Creed Champions cumpre com o restante da proposta. É um jogo estilo cartoonesco mas facilmente identificável dentro do universo de Rocky. Os persoangens, arenas, ambientações e música cumprem com o legado da saga cinemática, com detalhes especiais que alguns dos fãs mais atentos irão reconhecer imediatamente.

Cabe ressaltar também que a soundtrack contém algumas das mais brilhantes faixas sonoras tanto da saga Rocky, como agora de Creed com rappers como Meek Mill, entre outros.

Big Rumble Boxing: Creed Champions encontra-se disponível para a Playstation 4, Nintendo Switch, Xbox One e PC.

CONCLUSÃO
Acessível
6.5
Igor Gonçalves
Curioso, explorador, e fã de videojogos desde que me lembro, e em especial pela saga Metal Gear. Não jogo plataformas, jogo jogos.
big-rumble-boxing-creed-champions-analiseBig Rumble Boxing: Creed Champions é um jogo divertido, e uma bonita homenagem aos filmes de Rocky e Creed. Se procuram uma experiência totalmente arcade para um combate de boxe casual, podem ter aqui algumas animadas horas num jogo que cumpre, mas que não nos entrega nada de extraordinário mesmo dentro do género de luta mais arcade.