Todos já tivemos aqueles momentos de fúria, quando não conseguimos dormir por causa daquele mosquito irritante, ou aquela mosca que não para de rondar as nossas sandes do piquenique. Além do desconforto, há perigos para a saúde associados a estas pragas que nos atormentam desde a era primitiva. Desde contaminação da comida até a transmissão de doenças, são um autêntico perigo para os humanos. Com o nosso amigo mata-moscas, podemos tentar exterminar a ameaça num simples golpe. Mas isso requer alguma agilidade e destreza, com a probabilidade de espalmar o bicho naquele sofá branco agora manchado de sangue. Mas, e se houvesse algo mais prático e divertido para matar estes insectos, envolvendo o mínimo de contacto com estes, estarias interessado(a)? Pois aqui na Squared Potato gostamos de trazer conteúdo do mais geek possível. Com isso em mente quero-te apresentar uma ferramenta verdadeiramente original: A Bug-A-Salt 3.0!
Um “mata-moscas” de outro mundo
Desenvolvida e patenteada por Lorenzo Maggiore, Bug-A-Salt 3.0 é uma pistola “mata-moscas” que, ao invés de disparar balas ou água, dispara sal. Sim, o mesmo sal de mesa que utilizas para salgar as tuas batatinhas fritas!
Utilizando um sistema de mola sob pressão, sem necessidade de pilhas ou baterias, esta “arma” consegue disparar uma pequena quantidade de sal a alta velocidade, atingindo pequenos insectos a uma curta-média distância, fazendo-os cair mortos no chão. Moscas, traças, mosquitos ou qualquer outro bicho voador que esteja a atormentar a tua vida será erradicado num piscar de olhos.
O depósito de sal é largo o suficiente para receber uma boa quantidade de sal. Este vai garantir uns 80 disparos até que seja necessário voltar a encher. Posso confirmar que dos testes que fiz, confirmo que consegui 80 ou mais disparos. Contudo, a partir dos 70 disparos, necessitei de dar umas agitadas antes de disparar para que o sal entrasse dentro do alimentador de forma a não estar a disparar apenas ar. Para evitar acidentes, a arma possui um sistema de travagem de gatilho, evitando assim disparos acidentais. Ao contrário da antiga 2.5, este sistema de segurança já não necessita de ser travado cada vez que se dispara.
No que toca à sua construção, o Bug-A-Salt 3.0 tem uma boa qualidade de construção, com um design bastante atrativo, assemelhando-se a uma caçadeira, e dando destaque às moscas impressas em relevo nas laterais. Mesmo com a construção em plástico, é perceptível no primeiro momento em que a pegamos que este não é um plástico rasca.
O seu peso também foi uma surpresa. Pesando cerca de 700g, dá um agradável conforto ao agarrar, mais uma vez não parecendo de todo que estamos a segurar um brinquedo de crianças. Se tiveres uma arma Nerf, vais sentir uma enorme diferença de peso entre as duas armas, acredita!
Já nas dimensões, este poderá tornar-se numa inconveniência para alguns, em particular no transporte. Com cerca de 53 cm de comprimento, dificilmente cabe numa mochila convencional. E não será menos discreto quando transportado num saco de compras comum. Contudo, isto são pequenos pormenores que não fazem grande comichão na maior parte das pessoas.
Outra coisa que a Bug-A-Salt 3.0 poderia possuir era um sistema de Sling Hook, de forma a podermos equipar a arma ao nosso corpo para andar com a arma confortavelmente, enquanto procuramos pelo próximo alvo a abater.
Relatório da missão da Bug-A-Salt 3.0
Como um verdadeiro test dummy decidi testar a potência da arma ao disparar contra a palma da minha mão, a uma distância de cerca de 30cm. O resultado foi surpreendente, tendo sentido uma ligeira dor, como se tivesse sido atingido por dezenas de agulhas. Claro que não é o suficiente para fazer sangrar ou causar uma dor agonizante, mas dá uma percepção do dano que uma mosca sofre ao ser atingida.
Passando aos verdadeiros testes, a Bug-A-Salt 3.0 conseguiu com grande eficácia erradicar os pequenos voadores que andavam por casa. Estes quando atingidos são projetados a grande velocidade, caindo mortos no chão, praticamente sem deixar marcas de sangue ou entranhas no local do disparo. Muito poucos (1 em cada 10), conseguiram sobreviver ao impacto, ficando com alguns danos e meio desorientados. Nestes casos, um segundo disparo terminou com o sofrimento destes. Já em outros casos houve tiros que não tiveram efeito, dando uma janela de oportunidade para o alvo escapar. Isto ocorreu porque a arma requer alguma habilidade e não apenas disparar à maluca. O segredo está em achar o ângulo e a distância certa dos disparos. Felizmente, a caixa traz uma pequena folha com uma representação visual da zona de impacto de três distâncias diferentes, o que ajuda a ter noção do dano no insecto, bem como também as hipóteses de sobrevivência dele. Confesso que também a maior parte das minhas falhas foram causadas pelo facto de estar constantemente a gravar com o telemóvel numa mão enquanto a outra tentava disparar, num esforço para conseguir executar ambas as tarefas o mais estável possível.
No entanto, alguns insetos são resistentes a esta arma de sal. Aranhas por exemplo foram os alvos que precisaram de mais do que 2 ou 3 disparos até que deixassem de mover-se. Insectos como escaravelhos, são praticamente imunes a esta arma. E por favor, não dispares contra abelhas ou vespas! Não fui louco para o fazer e nem tenho qualquer intenção de o fazer no futuro. No que toca a baratas, pequenas ou grandes, durante o processo de análise da Bug-A-Salt 3.0 não encontrei nenhuma cobaia para realizar estes testes. No futuro, assim que conseguir fazer testes, atualizarei este artigo com os novos dados. Com tudo em consideração, a Bug-A-Salt 3.0 continua a ser uma das maneiras mais eficazes (e originais) de matar pequenos insectos voadores.
Alguns cuidados a ter em consideração ao utilizar a Bug-A-Salt 3.0
Até agora deves estar a perguntar-te se em vez de sal quisesses colocar outra coisa parecida. Areia, açúcar ou terra são algumas das coisas que ocorrem na cabeça de muitos curiosos que desejam fazer modificações na arma. Porém, estas “munições” alternativas são completamente desaconselhadas pela própria Skell Inc. Baseando-me nas palavras do documento que acompanha a Bug-A-Salt 3.0, estes materiais não só poderão danificar a tua arma permanentemente como também a garantia da mesma. Com isto, a minha honesta opinião é que fiques pelo sal e nada mais.
No que toca a resíduos, se a utilização for feita dentro de casa, é muito provável que comeces a sentir que estás na praia passado uma boa sessão de disparos. Mas já que vamos ter que varrer as moscas do chão depois, aproveitamos também para varrer o sal. Portanto, não vejo assim grande incómodo neste ponto. Contudo, tem atenção ao tipo de material em que acertas. Apesar de se tratar de sal, a velocidade a que este é disparado pode deixar algumas marcas em materiais muito frágeis como Televisões, ou cair nas teclas, mais propriamente dentro dos teclados.
Apesar de ser mais apropriado utilizar a Bug-A-Salt 3.0 no exterior, há que ter em atenção algumas áreas em específico, como por exemplo plantações agrícolas ou vasos de plantas. O sal em demasia poderá afetar as características do solo e complicar o crescimento de nova plantação e até mesmo ser tóxico para a vegetação.
A solução para os mais zarolhos
Para aqueles que têm problemas com pontaria, existe ainda um acessório chamado de Bug-Beam. Este é nada mais do que um laser que se encaixa na ponta da Bug-A-Salt 3.0, que vai ajudar com a precisão dos disparos de sal.
A embalagem de pequenas dimensões traz o laser (de classe 2) e um pequeníssimo manual numa folha, dobrada umas 5 vezes, que te explica como deves colocar e ajustar o laser usando a chave, também incluída na embalagem. O processo de calibração foi algo relativamente fácil de fazer, ficando ajustado para a distância que mais me sentia confortável.
No que toca ao laser em si, apesar de este já vir incluído com as 3 pilhas-botão LR44, achei muito estranho não vir com uma fita a isolar as pilhas do circuito, de forma a que estas não percam carga ou eventualmente ganhem corrosão e danifiquem o laser em si.
Uma vez tudo bem afinado, o laser acrescentou um notável apoio na mira, acertando em cheio tudo onde apontava. Dada à área de impacto da Bug-A-Salt 3.0, mesmo que a mira fique a 2 ou 3cm do alvo, a taxa de sucesso ainda será elevada, portanto não necessitas de meter a mira mesmo em cima.
Algo curioso que notei foi que, aparentemente, os insectos não se importam com a mira, por isso não tens muito que te preocupar se lhes apontas a mira diretamente nos olhos. Mas jamais apontes este ou outro laser nos olhos de um animal ou pessoa!
Preços de disponibilidade
A Bug-A-Salt 3.0 apenas está disponível para aquisição no site oficial europeu, com um preço de 54,99€ (ou 99,99€ por 2), estando disponível em 4 cores diferentes. Este preço poderá ficar fora do orçamento de algumas carteiras, considerando que é vista como um “brinquedo de adultos”. Contudo, deixa-me dizer-te que esta arma será algo que vou usar com regularidade até ao dia que esta deixe de funcionar. Pois, para além de ser útil, divertida e muito viciante, esta também torna-se numa excelente oferta para oferecer a um amigo ou familiar com gostos especiais e com muito ódio a moscas e mosquitos.
Contudo se ainda assim o quiseres, poderás adquirir a versão mais antiga da arma, a Bug-A-Salt 2.5, que é um pouco menos poderosa que a 3.0, mas um pouquinho mais acessível, com um preço de entrada de 44,99€. Infelizmente não possuo uma para poder comparar com exatidão as diferenças, mas uma pesquisa no Google poderá deixar-te com algumas ideias das diferenças entre as duas versões.
No que toca ao Bug-Beam, este custa cerca de 20€, porém, desde a data de escrita deste artigo, o produto já não se encontra disponível na loja online. No entanto, poderá voltar a ficar disponível no futuro.