Meus caros, a espera terminou. Num mundo cheio de excelentes jogos AAA para analisar, nunca eu pensei que iria estar a escrever sobre um jogo cujo próprio se intitula como “A Gay Furry Visual Novel”. Porém, esse dia chegou, e não poderia estar mais excitado… perdão, entusiasmado, para vos falar sobre esta obra-prima. Aviso desde já que nem todo o conteúdo presente nesta análise poderá ser chamado de “Safe For Work”, apesar de o jogo não conter qualquer tipo de nudez, logo todo esse conteúdo estará presente em piadas de mau gosto espalhadas por estes parágrafos ;).

Começando pela história. Burrow of the Fallen Bear é o antigo lar de uma das criaturas mais perigosas que já habitou a terra. Esta toca havia sido selada com magia, porém um dia abriu-se novamente. Enfrentando todos os perigos, Krille descobrirá mais sobre o passado de todos os seus companheiros: Grivoth, o leão com muita sabedoria (e também segredos), Ulfric, o lobo cansado que despreza os heróis peludos, e Boris, o urso médico que é definitivamente um urso, está a caminho do covil do “Urso Caído”, e certamente essas duas coisas não estão de alguma maneira conectadas.

Sinceramente, não sei onde é que esta anal ise vai dar assim…

Tal como o nome do videojogo diz, Burrow of the Fallen Bear é uma visual novel, uma história contada apenas através de diálogo, tendo apenas a componente visual, presente com a arte das personagens e o ambiente onde elas estão presentes. Normalmente, devido à falta de elementos de gameplay, a história costuma ser o ponto forte destas visual novels, porém este jogo descarta completamente a sua narrativa, focando-se apenas no número infindável de diferentes finais que contém (18 no total!), e no número de escolhas de diálogos que nos levam a cada um desses términos da ação.

Vamos lá ser honestos: quem vai comprar um jogo destes, provavelmente não vai à espera de uma narrativa ao nível de um The Last of Us, ou de um Death Stranding. Porém, teria sido interessante ver algum tipo de “storytelling” num jogo destes, especialmente este, que até contém personagens relativamente interessantes. Apesar de o nosso protagonista, Krille, ser um choninhas irritante, que sem alguma dúvida, é o bottom da relação (como se costuma dizer, cão que ladra não morde *hehe*), as outras personagens contém personalidades um tanto marcantes, desde a masculinidade intensa de Ulfric, até aos métodos sedutivos de Sylvester.

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Epá não sei, desculpa man, não consigo controlar isto, sabes?

Por outro lado, um aspeto onde o jogo domina é a sua arte. Desde o design dos monstros, até ao design dos nossos “ursos carinhosos”, o jogo mostra um nível de detalhe de que eu não estava nada à espera. Quanto aos ambientes, a maioria deles são muito simples, e reutilizados várias vezes, porém as personagens apresentam imensos detalhes no que toca a características corporais, como os seus abdominais. Para mim, este é um aspeto não tão importante que Burrow of the Fallen Bear apresenta. Contudo para muitos este será sem alguma dúvida o ponto alto que este jogo lhes irá oferecer.

Infelizmente, a banda sonora foi altamente desapontante. Algo que costumo valorizar muito em visual novels é a qualidade da música que as acompanha, porém Burrow of the Fallen Bear trouxe nada mais do que a típica soundtrack de jogos clássicos de fantasia. Além disso, notei que haviam bastantes tracks que eram interrompidas muitas vezes pela própria ação do jogo, e que levavam a momentos bastantes estranhos, em que praticamente havia uma enorme ausência de música a acompanhar esta jornada BESTIAL.

Com um braço daqueles, só pode levantar pesos (¬‿¬)

E obviamente que tínhamos que chegar à parte… gostosa, diria eu, do jogo. Apesar de não conter diretamente algum tipo de nudez, o jogo contém cenas de sexo, que devo já dizer que são hilariantes. A posição da câmara, os gemidos… não, todo o áudio presente nestas cenas, torna algo que deveria ser escaldante, em algo absolutamente engraçado de se assistir. Digo já que esta é sem dúvida a melhor experiência audiovisual que o jogo tem a oferecer, e para quem procura a “experiência completa”, pode, na versão da Steam, fazer o download da DLC grátis que tem todo o conteúdo NSFW. Step aside, Left Behind, esta é a melhor DLC da história dos videojogos!

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Porém, apesar de existirem cenas românticas entre o protagonista e as outras personagens, as relações sexuais entre as mesmas são apenas físicas, sem qualquer tipo de teor amoroso, o que torna as nossas escolhas inúteis, para quem escolhe “desfrutar” desta parte da experiência. De qualquer forma, todas as escolhas possíveis de realizar em Burrow of the Fallen Bear são absolutamente ridículas, oferecendo não só muito pouco conteúdo narrativo, mas também pouquíssimo espaço para uma pessoa se divertir com o jogo. A verdadeira diversão do jogo encontra-se noutro lado, mas acho que já falei sobre isso no parágrafo anterior…

burrow of the fallen bear
Como se costuma dizer, quem não caça com cão, caça com gato.

No geral, Burrow of the Fallen Bear é exatamente o que poderiam esperar de uma experiência deste género. Sendo a minha primeira vez a jogar uma Gay Furry Visual Novel, devo dizer de antemão que só à primeira é que custa. Espero que tenham conseguido aguentado ler isto sem “coçar a cabeça”, pensando: porque raio é que estou a ler isto? Não se preocupem, tive exatamente o mesmo sentimento em quanto o joguei. Por isso, só acrescento o que o meu amigo Ulisses costuma dizer: “Nem todos os heróis usam capas.”. E pela primeira vez, senti isso bem na pele, ao trazer-vos esta obra-prima.

Burrow of the Fallen Bear: A Gay Furry Visual Novel já está disponível para Playstation 5, Nintendo Switch PC.

Agradecemos à EastAsiaSoft por nos ter cedido uma chave para análise.

CONCLUSÃO
Gostoso
4.5
burrow-of-the-fallen-bear-a-gay-furry-visual-novel-analiseBurrow of the Fallen Bear é uma visual novel que traz uma história muito fraca, e com opções de escolha de diálogo pouco revelantes, porém com uma arte agradável (excetuando em certos momentos). Sem dúvida, um jogo em que é difícil de se entrar, mas muito fácil de se sair.