Sempre tive um fascínio pelos filmes feitos pela Blumhouse Productions. Estes são sempre filmes de terror de budget pequeno, mas os mesmos são o pão nosso de cada dia desta companhia. No geral, o que me leva a ter tanto fascínio pelos seus filmes, é sem dúvida o factor da qualidade dos mesmos, oscilando entre filmes tão bons que ficam na memória por um bom tempo como Insidious – Insidioso, A Purga e até Whiplash – Nos Limites, e filmes maus que “são bons”, como ambos os filmes de Unfriended. Para mim, Cam consegue cair de novo na secção de filme “mau que é bom”, mas apenas suficiente bom.

Cam é um thriller de terror, com direcção de Daniel Goldhaber e uma argumentação de Isa Mazzei. Este foi um filme que me chamou à atenção inicialmente pelo seu enredo fora do comum. A história de Cam segue uma dita “Camgirl”, nome Inglês para mulheres que exibem o seu corpo sexualmente ao vivo para várias pessoas. Esta está a tentar ser uma das figuras mais populares de um website onde faz as suas exibições, mas a certa altura descobre que já não tem controlo da sua conta e uma “outra ela” toma posse da mesma. Uma historia decentemente simples na sua execução, mas em várias alturas cai por completo com problemas de andamento.

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O trabalho no próprio filme está razoavelmente interessante, com várias alturas em que o filme salta de uma vista real para uma vista do próprio computador da personagem principal, a Alice Ackerman (Madeline Brewer). Falando na Alice, tenho sem dúvida que dar os parabéns à actriz por um trabalho capaz num papel incrível.

Quanto à direcção, fiquei bastante surpreendido pelo belo trabalho neste filme, especialmente nos vídeos das mulheres e outras cenas. Uma cena em específico de salientar será sem duvida uma altura em que a Alice está a experimentar algo de novo no seu repertório, e a câmara está lentamente a mover-se à volta da actriz, com vários movimentos caóticos em várias partes do quarto, conseguindo na minha opinião mostrar a perda completa de controlo da personagem naquele momento, especialmente adicionando uma luz fria branca como única iluminação. Os sentimentos são lindamente retratados!

Falando em iluminação, a iluminação geral do filme está muito bem conseguida, com recurso a vários tons e luzes de néon nas alturas mais promiscuas, cores frias em alturas tensas e cores mais quentes no decorrer do dia-a-dia do filme, consegue falar mais que qualquer palavra nas alturas corretas, tal como exemplificado anteriormente.

Para concluir, teria de dizer que o filme foi sem dúvida interessante, tinha bastante potencial para contar uma história fora do normal, mas cai por completo com graves momentos em que nada de interessante acontece, no entanto consegue redimir-se com uma boa actriz, o bom uso de luz e o trabalho de câmara bem conseguido.

CONCLUSÃO
Meninas transfiguradoras perto de si querem falar consigo!
6
cam-analiseMais um filme de Blumhouse com bastante potencial para ser bom, mas infelizmente não consegue cativar por completo. O bom trabalho geral no filme ajuda, mas não fará deste um clássico de terror. Bom para ver numa noite em que não se tenha mais nada que ir ver ou simplesmente por pura curiosidade.