Hoje trago-vos uma experiência de terror narrativa, com um foco em contar e mostrar a sua história ao jogador, sendo mais uma experiência interativa com um grande foco em exploração e puzzles.
Apresento-vos Charon’s Staircase, uma experiência que nos leva a uma missão com um objetivo simples, mas, ao chegar ao local, rapidamente nos apercebemos que algo não está bem e que há muitos segredos escondidos por desvendar.
Os segredos de Oak Grove
Em Charon’s Staircase, tomas o papel de Desmond, um agente com a missão de encontrar e destruir todos os documentos e evidências do passado de um regime de tirania. Infelizmente para Desmond, a sua missão complica-se, e o agente descobre que algo sombrio e chocante esconde-se na zona abandonada de Oak Grove.
Charon’s Staircase guia-se por completo pela premissa da sua história e lore. Sendo que praticamente toda a sua jogabilidade se apoia na sua narrativa. Penso que o que a equipa criou definitivamente deixou-me intrigado, com o que parece ser uma viagem simples a uma zona abandonada à procura de uns documentos, tornar-se numa investigação que nos leva a descobrir muito mais do que realmente se passou em Oak Grove.
Uma atmosfera pesada e misteriosa
Um dos aspetos que mais se destaca no jogo é a sua atmosfera. Os sons de fundo, como a madeira a ranger nos interiores, são suficientes para arrepiar o jogador. O jogo foca-se imenso no som ambiente, juntamente com os detalhes relativos à localização onde o jogador se encontra, temos muitas vezes música que complementa a atmosfera, sendo geralmente uma melodia simples e pouco intrusiva, com pequenas notas de piano a preencher os silêncios.
O jogo tem uma boa variedade de localizações, entre interiores e exteriores, como uma casa abandonada que irás explorar logo no início, ou uma zona na floresta que contém bastantes segredos para encontrar.
Obviamente que a atmosfera não é tudo num jogo de terror, e por vezes irás levar um susto que te deixa mais alerta. Penso que estes sustos situam-se no meio de um “jumpscare” e um pequeno susto legítimo, com a música a tornar-se mais presente e a câmara a forçar um plano para o que interessa no contexto. Não irei exemplificar nenhum dos sustos, para deixar a surpresa a quem quer jogar, mas os sustos têm uma variedade competente, sendo que comecei-me a sentir “imune” aos mesmos apenas perto do final do jogo.
Algo que, infelizmente, magoa a atmosfera é a qualidade gráfica do jogo. A iluminação é competente, não sendo muito avançada, mas faz o seu trabalho e consegue ser convincente maior parte das vezes. Infelizmente, a qualidade das texturas, e especialmente os modelos de personagens, apresentam uma qualidade bastante inferior ao standard, sendo comparáveis a um jogo da Playstation 3.
Também não ajuda o desempenho não ser muito estável, sendo que muitas vezes o jogo não mantém os 60 fps na Playstation 5. Mesmo usando a opção de performance que se encontra no menu do jogo, não notei qualquer diferença, tanto a nível visual como de desempenho.
Exploração acompanhada com bastantes puzzles
No que toca à jogabilidade, Charon’s Staircase apoia-se na simplicidade com dois fatores: exploração e puzzles. Estes dois fatores complementam-se, sendo que não temos puzzles sem exploração e exploração sem puzzles.
Não querendo revelar muito sobre os puzzles, a maioria dos mesmos envolve o jogador ler bastantes documentos que se encontram espalhados pelas zonas, com o intuito de procurar pistas para poder avançar, geralmente sendo um código para uma porta, por exemplo.
A solução nunca se encontra verdadeiramente “escondida”, sendo que, de acordo com as várias pistas que vais encontrando, a solução geralmente envolve encontrares certos objetos específicos na zona para chegares à mesma. Penso que esta jogabilidade se encaixa bastante bem no jogo, pois encoraja o jogador a se entregar à lore, ao mesmo tempo que encontra formas de avançar para o próximo puzzle.
Felizmente, ao contrário dos sustos, Charon’s Staircase é bastante variado nos puzzles, sendo que cada nível contém tipos de puzzle diferentes, que não irei mencionar para evitar spoilers. Penso que esta variedade ajuda o jogador a manter o interesse na jogabilidade, havendo uma boa progressão que complementa a narrativa do jogo.
Penso que o único ponto negativo que tenho a dar sobre a jogabilidade, é que alguns objetos relativos aos puzzles destacam-se demasiado no cenário, quebrando um pouco a imersão. Um dos maiores exemplos é o fato de te encontrares numa casa abandonada entre os anos 60-70, e encontrares teclados digitais para abrir as portas, sendo mais uma adição mecânica do que natural.
Já podes fazer a tua visita a Oak Grove na Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series S|X, Nintendo Switch e PC na Steam e Epic Games Store.