A Remedy Entertainment é uma equipa que é imediatamente conhecida pela acção frenética de Max Payne e pela atmosfera e terror psicológico de Alan Wake. Estes dois jogos, apesar de distintos em mecânicas e design geral, mostram a capacidade e talento da equipa, pois são ambos jogos que penso serem bastante sólidos.
Imaginemos que, vários anos depois, poderia haver um jogo que juntasse a acção e a qualidade do combate de Max Payne com a atmosfera densa de Alan Wake e, ao mesmo tempo, conseguisse puxar a qualidade de ambos.
Eis que temos Control, o jogo mais recente da Remedy Entertainment, que no momento em que começa, na primeira cena, nos agarra logo, e apesar das coisas ridículas que o jogo nos apresenta durante a aventura, o ambiente e atmosfera do mesmo são mantidos de uma forma quase perfeita.
Com a recente adição de Control Ultimate Edition nos jogos do mês da PS Plus, decidi, finalmente, mergulhar nesta aventura que, no final, se tornou um dos meus jogos favoritos da geração.
Em Control, tu controlas a Jesse Faden, e a aventura passa-se completamente dentro de um edifício de uma empresa, chamada Federal Bureau of Control.
Ora, um jogo inteiro num edifício pode parecer que vai ter cenários aborrecidos e a única coisa que vamos ver são mesas, cadeiras e objectos que geralmente se encontram em escritórios e afins. Mas a Remedy Entertainment decidiu que a equipa iria ter liberdade artística completa ao fazer o jogo, e o que resultou dessa liberdade foi algo que apenas consigo descrever como “absurdamente fantástico”.
Control mexe com a tua noção de direcção e espaço. Os vários cenários absurdos que o jogo, por vezes, decide nos apresentar são fascinantes, e quando o som e a fantástica tecnologia gráfica se juntam, temos aqui verdadeira arte ao nosso dispor.
O máximo que posso simplesmente dizer é que por vezes o que parece não é, e a maneira como a Remedy Entertainment fez deste edifício algo interessante é formidável.
Incrivelmente, junto com as coisas bizarras que o jogo te apresenta, Control não deixa de ter um mundo interessante, com vários conceitos que me mantiveram constantemente atento à história e ao mundo do jogo, de modo a tentar perceber o que se está a passar.
Pode parecer que o jogo falha aqui um bocado, mas se estiveres verdadeiramente atento a tudo, apesar das várias distrações, o jogo dá-te quase todas as respostas necessárias.
Algo que também impressionou bastante foi o facto de ter sentido uma sensação de desconforto durante grande parte do jogo. Apesar de Control ser um jogo de acção, a atmosfera, por vezes, tem um peso que penso que toca um pouco no terror, juntando o som e a imagem em algo denso que te mantêm atento.
Algo que o que também serve a arte são os gráficos. Com tecnologias de ponta como ray tracing, um sistema de físicas onde tudo pode ser destruído e usado no combate, e das melhores animações faciais da indústria, com qualquer nuance a ser notável. Tudo isto acrescenta à arte e à qualidade elevada de Control.
A Remedy Entertainment é uma equipa que, na minha opinião, sempre se focou em ideias únicas e inovadoras, fazendo com que todos os seus jogos sejam reconhecidos e diferenciados, e penso que Control não só se junta como mais uma das suas únicas criações, como possivelmente a melhor criação da equipa.
Control é um jogo verdadeiramente único, que não me irei esquecer tão cedo. É o fruto da liberdade total de uma equipa com um talento enorme, e algo que definitivamente recomendo jogar, especialmente para quem gosta de jogos de acção e metroidvanias.