Eram meados de 2010 em plena E3, lembro-me perfeitamente de não conseguir conter o meu maxilar ao ver o trailer de Crysis 2 apresentado pela Crytek. Na altura, era sem dúvida um marco tecnológico incrível para as novas consolas, os verdadeiros “next-gen”.

Passam-se anos e cá estou eu, maravilhado novamente com o destaque de hoje: Crysis Remastered Trilogy.

Para quem não conhece a história, Crysis 1 leva-nos para uma ilha ocupada pelas forças norte-coreanas, onde nós encarnamos Nomad, um soldado dentro do Nanosuit, um fato tecnologicamente ímpar, que nos permite ficar invisíveis, ter super-força, saltar mais alto, entre outros.

A história desenvolve-se ao ponto de termos vários protagonistas ao longo da trilogia, nunca deixando de parte os originais, mas trazendo sempre caras novas para refrescar o desenvolvimento da mesma. Esta é bastante simples, não tenta complicar ou ramificar, o que também se traduz em experiências mais breves nas campanhas (cerca de 8/10h).

Creio que esta trilogia é a que possui o maior salto tecnológico entre o primeiro e o último jogo. Crysis 1 foi claramente desenhado como jogo de computador, e tendo sempre sido re-lançado apenas em formato remaster, mantém as mesmas limitações tecnológicas que os outros melhoraram. Crysis 3 já é um monstro completamente diferente, jogando-se que nem manteiga, e ao notar-se este crescimento, faz logo valer a pena o tempo investido na trilogia.

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Talvez por ser fã de jogos de ação-furtiva, mas Crysis 2 sempre foi um dos meus FPS preferidos, maioritariamente pelo simples facto de que posso passar o jogo inteiro e talvez usar um único carregador. Esta liberdade é incomum, recorrendo-se ao tradicional guns blazin’ , o que a meu ver torna a fórmula repetitiva.

Os jogos têm ainda um lote diversificado de armas e de melhorias ao fato, o que potenciam ainda mais o estilo de jogo de cada jogador. Não só existe diversidade nestes campos como ainda podemos conduzir veículos (embora a câmara seja por vezes desafiante), o que torna Crysis uma experiência bastante divertida.

Tenho de dizer que esta trilogia veio repleta de bugs. Não sei quem é que testou o jogo, ou se chegaram sequer a testar mas tive inúmeros crashes, tanto no jogo como na consola. Cheguei inclusive a ter de reiniciar a consola porque o último nível dos dois (!) jogos estava impossível visto que um crashava e o outro não carregava as texturas, ou seja, não conseguia ver o caminho a seguir.

Apesar disto, todos os jogos correm a 60 fps estáveis (tirando o 1 claro), deixando o dissabor de terem mantido as cutscenes originais. Não digo isto como uma crítica mas era sem dúvida incrível ver o que a Crytek conseguia fazer com os novos visuais, talvez até em real-time. Isto claro, precisava de mais do que um remaster.

Os visuais são incríveis, mantendo-se ao corrente desta nova geração, aliciando os novos jogadores para o potencial de um novo jogo nesta saga. Como já referi, a experiência é fluída, não tendo quaisquer problemas, até nos bosses. A banda sonora mantém-se a mesma obra de arte do mestre Hans Zimmer, sendo esta prejudicada pelos bugs audiovisuais. Desde início e paragens aleatórias da música ou falas, à música errada tocar quando estamos em modo stealth ou em combate.

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CONCLUSÃO
Pechincha
7.8
crysis-trilogy-remastered-analiseEsta trilogia é sem dúvida uma experiência obrigatória para os fãs do género, oferecendo um leque de abordagens que poucas sagas dão. Com um preço mais que acessível por 3 jogos, a Crytek dá aos fãs exactamente o que pedem, embora com pouco polimento, algo que com certeza será corrigido nas semanas que vêm.