Days Gone

Aconvite da PlayStation Portugal, a Squared Potato teve o prazer de experimentar o próximo grande exclusivo PlayStation 4. Days Gone, o mais recente título desenvolvido pela Bend Studio, foi-nos apresentado no dia 25 de Fevereiro, no Instituto Superior de Agronomia, num evento atmosféricamente preparado para nos inserir no ambiente do videojogo, e que podes espreitar através do nosso Instagram! E como o título deste artigo não engana, sim, hoje vamos finalmente poder falar-te sobre Days Gone, e dar-te uma visão sobre as primeiras impressões que tivemos ao experimentá-lo! Tudo a postos? Vamos lá!

História

O videojogo arranca com uma emocionante introdução à trágica história de vida de Deacon. Um motoqueiro foragido que vê todo um futuro magnifico ser-lhe roubado de um momento para o outro, quando a sua esposa sofre um terrível acidente, deixando-nos algo incertos em relação ao seu estado e paradeiro. Isto acontece ao mesmo tempo que uma epidemia descontrolada, acaba por vítimar grande parte da população do planeta, sendo que a grande maioria dos sobreviventes se torna numa mutação do vírus, que perdendo todas as suas capacidades cognitivas, passam a ser denominados de freakers (os típicos zombies mas com um nome mais original). Passam-se 2 anos desde estes acontecimentos, e é então que nos encontramos no controlo de Deacon, que tenta sobreviver neste mundo como melhor pode: roubando e caçando recompensas.

Sem querer revelar muito mais para não te estragar a experiência do jogo, e também para deixar o mistério no ar, deixa-me só dizer-te que no momento em que arrancámos com este hands-on, nada nos faria prever a história tão tocante que estariamos prestes a testemunhar. Depois do trailer intitulado “O Casamento”, já sabíamos que este jogo colocar-nos-ia perante uma jornada dura e emocional, mas a forma como conseguimos sentir o seu impacto a cada passo, e a forma como nos fez colocar questões e procuramos respostas quais simplesmente não estavamos prontos a receber… Mostrou-nos uma pequena janela do que esta obra tem para oferecer, e digo-te, é uma vista deslumbrante que espero poder retomar em breve com maior liberdade para poder estar desfrutar de cada detalhe!

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Jogabilidade

Em termos de jogabilidade, se te dissesse que Days Gone é um universo paralelo onde jogas The Last of Us em open world, não estaria a fugir muito da verdade, mas não te fies totalmente nisto. É de facto notória a grande influência que o título da Naughty Dog teve sobre este jogo, mas ainda assim Days Gone consegue-se distinguir como uma jornada completamente única e incomparável a mais nenhum outro título. As influências que embebeu, revêem-se sobretudo em algumas semelhanças que poderás retirar entre as histórias de ambos os jogos, bem como as mecânicas de crafting e de stealth aqui presentes, entre outros aspectos. No entanto, com uma receita já tão polida, não é de admirar que tenham apanhado estas referências do marco que foi The Last Of Us e as tenham introduzido no jogo. Afinal, as mesmas conferem elementos bem realistas e necessários para aprofundar a experiência de sobrevivência do jogador neste mundo implacável.

Falando em termos de realismo na jogabilidade, este jogo irá testar as tuas capacidades de sobrevivência até ao limite. Isto porque primeiro que tudo, é aconselhável produzires tantos kits de medicina quantos possas, e segundo, porque não te podes fiar nas armas que carregas contigo. Pois as mesmas, contém durabilidade limitada, e desde já te digo que foram raras as vezes em que não tivemos de recorrer aos punhos para nos safarmos de uma situação ou outra, uma solução de último recurso nada favorável. Com isto, tem em mente que terás muitas hordas de inimigos por derrotar, o que pode ser bom por um lado para desanuviares um bocado da história e aproveitares um pouco mais do que este mundo tem para te oferecer, mas por outro, poderá tornar o jogo um bocado repetitivo, pois o mesmo aproveita-se muito dos ninhos dos freakers como pontos de paragem para te obrigar a encher uns quantos chouriços antes de avançares na história…

Apesar disto, há ainda algumas novidades em termos de mecânicas que sobressaem, tais como o sistema de tracking de inimigos, em que uma vez que faças tag aos mesmos através dos teus binóculos, consegues saber as suas localizações enquanto circulas pelas redondezas. Outra adição é sensor de perigo que sempre activo, te informa da direcção dos inimigos mais próximos, ajudando-te a evitar confrontos desnecessários. E para além de tudo o que já falámos, tens ainda, como não podia deixar de ser, um sistema de skill tree para melhorares as tuas habilidades.

Tudo isto e muito mais, garantiu-nos uma imersiva e intensa experiência de sobrevivência, mas em Days Gone também há lugar para reabastecermos as forças e recuperarmos o nosso fôlego. Em Copelands Camp por exemplo, terás um campo algo acolhedor, onde encontrarás vários sobreviventes que vivem em comunhão, e onde poderás entre outras coisas, personalizar a tua mota, comprar mercadorias, comida, etc… Basicamente uma típica cidade dos RPG‘s.

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Controlos

Os controlos mostraram-se super intuitivos! E digo isto porque mal peguei no comando, e ainda antes de conhecer qualquer aspecto do mapa de botões de Days Gone, senti-me em casa. É aquela previsibilidade que qualquer jogador de consolas da família Playstation reconhece ao ver que certas acções típicas, estão agregadas aos botões já habituais para as mesmas em muitos títulos semelhantes para estas plataformas.

Quanto ao controlo da nossa personagem em si, é de salientar que no geral tivemos uma experiência satisfatória, e que o sistema de combate com armas até que é igualmente intuitivo e emocionante. No entanto, a acção de fazer dodge e o combate com recurso aos nossos punhos tem uns controlos um pouco manhosos, tornando estas acções um pouco mais chatas visto que as próprias animações são mais demoradas, o que em certa parte é facilmente desculpado em prol do realismo do jogo. Contudo, notámos também uma grande sensibilidade nos botões analógicos quando tínhamos de conduzir a mota de Deacon. Não obstante, uma vez ultrapassada a dificuldade inicial em habituarmo-nos a este controlo, o gameplay torna-se vibrante, deixando-nos com vontade de explorar o mundo sobre as duas rodas.

Visuais

Apesar do seu realismo gráfico, com cores esvaídas sobre cenários atmosféricos de grandes paisagens de nos tirar o fôlego, Days Gone apresenta-nos um mundo com alguns objectos ou elementos do jogo que não estão assim tão bem renderizados. No entanto, é importante notar que tal reparo poderá dever-se ao facto de termos jogado numa PS4 normal e não numa PS4 pro. Contudo, foi também possível vermos alguns glitches, como por exemplo um pássaro a voar imóvel no ar, ou a nossa personagem ficar por alguns frames com uma pose completamente estranha em determinadas circunstâncias, ou um zombie a correr enquanto bloqueado por um muro, acabando por entrar para dentro desse mesmo e o sobindo… Enfim, algumas arestas por alisar mas que concerteza não farão deste jogo o próximo Red Dead Redemption em termos de bugs.

Já no campo da animação, é importante referir que um dos detalhes que para mim sobressaiu imenso nesta experiência, foi o facto de ver que aqui as quedas tem realmente impacto, e quando digo isto, tenho em mente a referência das quedas no Skyrim, em que a personagem se estatelava lá em baixo e muito vagarosamente se levantava e se recompunha (se não estivesse morta, e claro que não estou a pensar no pessoal que activa o God Mode…hrmhrm) dando ao jogador uma espécie de penalização pelo seu desleixo através desta animação, como se a própria personagem estivesse toda dorida. Este é um dos vários detalhes que vimos conferir à animação das nossas personagens uma carga emocional de peso, e uma naturalidade de atitude de não se menosprezar.

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Som

Em termos de trechos musicais que nos acompanham nesta aventura, os mesmos complementam a atmosfera do jogo, dando-nos espaço para apreciar o mundo à nossa volta, mas não são memoráveis o suficiente para sobressaírem desse ponto nesta experiência.

Sendo a versão a que tivemos acesso, dobrada em português, é claro que nos sentimos em casa desde o primeiro minuto, pelo que para quem ainda não se sente confortável com o inglês, é esperado que consiga tirar o máximo proveito do jogo desta forma. Assim, não podia deixar de referir que notamos na dobragem, um bom esforço por parte dos actores em dar uma maior profundidade às suas personagens. Tentando mesmo trazer alguma carga emocional às suas vidas, mas ainda assim deixando-as um pouco à quem das nossas expectativas. Isto sobretudo por insistirem em forçar o calão em praticamente todos os diálogos. É óbvio que em pleno contexto do Days Gone não estamos à espera de ouvir as nossas personagens falarem a língua dos anjos, mas simplesmente estas falas soam forçadas, repetitivas e nada naturais…

Conclusão

Days Gone explora um fórmula já criada por outros videojogos do género, mas ainda assim apresenta-nos um mundo sólido e distinto, com mecanismos refinados que aprofundam a experiência do jogador além de comparações possíveis. Após algumas horas a experimentar este jogo, podemos dizer que o próximo exclusivo da PlayStation 4 deixou-nos completamente colados ao comando. Estamos verdadeiramente ansiosos pelo dia em que finalmente poderemos jogar o jogo do início ao fim e partilhar contigo esta grandiosa jornada.

Days Gone tem data de lançamento marcada para dia 26 de Abril, em exclusivo para a PlayStation 4.

Joana Sousa
Apaixonada pelo mundo do cinema e dos videojogos. A ficção agarrou-me e não me largou mais! A vida levou-me pelo caminho da Pós-Produção, do Marketing e da organização de Eventos de cultura pop, mas o meu tempo livre, dedico-o a ti e à Squared Potato.