Nintendo Labo – Toy-Con 03: Vehicle Kit | Análise

Como nos dois Kits anteriores, tive que construir o Joy-Con Holder de cartão. Este é uma espécie de tutorial, que me ambienta e me introduz a este mundo de cartão mágico. Contudo, durante o processo, são explicados os controlos da câmara, que me permitem rodar e ampliar qualquer parte das peças de cartão, no plano 3D, podendo ir até ao mínimo detalhe. Em adição, foi-me ainda explicado como avançar e recuar no processo de encaixe das peças. Com isto tudo, não há hipótese de errar!

Depois deste tutorial, é a altura de por as mãos na massa no cartão!

Começando logo pela chave, esta é a peça que te permitirá andar nos veículos. Esta peça acolhe o Joy-Con direito, que por sua vez se insere nos Toy-Con, para os activar de acordo com o veiculo que desejas usar. Esta é de longe mais fácil de montar do que os outros Toy-Con.

Passando para o pedal, esta é outra das peças cruciais do Kit. Sem este pedal, não há outra maneira de moveres os veículos. O meu primeiro pensamento sobre este pedal era se este conseguiria ser robusto e resistente o suficiente para suportar a pressão dos meus pés. Longe disso ficou esse pensamento, à medida que fui construindo e percebendo que os arquitectos do cartão sabiam o que estavam a fazer! O resultado foi um pedal bem resistente e grande o suficiente para receber o meu pé, de tamanho 43.

Chegada à vez do Volante, este foi de longe o mais complexo dos Toy-Con deste Kit. Não confundas com a dificuldade de montagem, pois as instruções são bem detalhadas. O que me impressionou aqui foi a “tecnologia” envolvida nele. Tantas engenhocas foram introduzidas, que não me lembro de ver isto em mais nenhum Toy-Con existente. E a sua aparência não é frágil de todo, especialmente no volante, que apesar da sua resistência, é grande o suficiente para qualquer pessoa, excepto o Hulk. Outro toque engraçado são os manípulos do carro. Cada um tem uma espécie de dial que rodas, como num carro, para trocar de funções. Mas o mais giro disto tudo é que ao girares, estes fazem um som de click, idêntico ao dos veículos. Um toque mágico por parte dos criadores!

Passando para o submarino, este foi também fácil de montar, e sem grande esforço. Os manípulos circulares laterais, que me permitem rodar, apresentam-se de forma robusta e resistente. Uma vez que os rodo, um som é reproduzido, semelhante a um mecanismo de alavancas de um submarino, dando mais uma vez aquele toque de realismo. Ao mesmo tempo que rodas os manípulos, engrenagens de cartão giram dentro do aparelho. Estes movimentos são então traduzidos pelo leitor de infra-vermelhos do Joy-Con, que então realiza as acções no videojogo.

Terminado o submarino, chegou a hora de montar o Joystick, que serve para pilotar o avião. Sem suor e com o mínimo esforço, a montagem foi muito fácil e rápida. Além disso, não há assim muito lá por dentro, sendo que a única peça relevante a ser apontada é o gatilho, que funciona à base do leitor de infra-vermelhos do Joy-Con. Mas apesar disto, este continua resistente e robusto, como os outros Toy-Con.

Com estes Toy-Con construídos, há ainda espaço para uns extras. O que? pensavas que já tinhas acabado de montar tudo? Estás enganado! Além de uma chave extra, que mais à frente vou dizer-te para que serve, existem mais dois acessórios.

Um deles é um encaixe para o volante, que serve para enjaulares a tua Nintendo Switch, quando queres jogar em modo Dock. Esta peça em menos de 10 minutos está pronta a ser instalada no volante. Apesar de segurar bem a consola, não te dá garantia de que não saltará para fora se andares a abanar-te feito doido.

Por último, está uma lata de spray de graffiti à espera de ser montada. Mais uma vez, em poucos minutos, ficou montada, sem muito esforço. Esta lata de cartão servirá para pintares as peças dos teus veículos, num modo que falarei mais à frente nesta análise. Mas mais uma vez, quero salientar que há um toque especial aqui. Uma pequena peça de cartão é presa dentro “da lata”, para que ao agitar, seja reproduzido o som de uma verdadeira lata de tinta graffiti. Sei que estou a ser já muito repetitivo em relação a estes sons, mas estes pequenos pormenores fazem toda a diferença, no que toca à experiência e imersão de jogo.

No modo de jogar, tens um bom leque de modos de jogo disponíveis. Então sem demoras, vou falar-te de cada um deles.

O primeiro modo é o do Slots. Se alguma vez em criança recebeste aquelas pistas com carrinhos que andam ás voltas, então este modo não te vai ser estranho. Neste modo, simplesmente terás que utilizar o pedal como controlador. O objectivo é muito simples, basta usar o pedal para controlares a velocidade do carro na pista, mas de forma a que não o atires para fora da mesma ao acelerares demasiado nas curvas. Uma vez terminadas as voltas, é apresentado o teu tempo. É pena não existirem aqui tabelas de recordes mundiais, pois seria giro comparar recordes entre jogadores de outras partes do mundo. Porém, existe um modo multi-jogador local, onde é possível usar até 4 pedais para fazer corridas com amigos. Mas neste caso terás que possuir mais 3 pedais, ou improvisar alguns, se fores um Sr. Engenhocas.

O outro modo que quero abordar é o modo Adventure. Este é o maior deles todos, em termos de conteúdo. Neste modo, um mundo aberto está à minha disposição, com vários sectores, desde um deserto a uma montanha de neve. Mas o que realmente contou foi a experiência inicial com o Volante e o Pedal. A sensação que o pedal e o volante transmitem, através do Rumble HD, replica com algum detalhe tanto piso por onde andamos, como a sensação de fazermos curvas apertadas.

O volante conta ainda com outros inputs. Dois deles são os manípulos, que me permitem escolher entre vários itens, como uma serra, um rádio ou até um limpa vidros. O outro input é uma alavanca que me permite fazer marcha atrás, muito conveniente em certos casos. Um desses é quando necessito de abastecer, mas a mangueira de abastecimento não chega até à bomba. Existe ainda um fio em que, ao puxares, o teu veículo dará um boost de velocidade e saltará quando a largas.

Por fim tens a buzina, que te permite ver o mapa bem como as missões que terás que fazer, naquela área. Estas missões variam um pouco de área para área. Em algumas terás que dar boleia a pessoas (bonecos) até alguns pontos de interesse. Outras, consistem em cortar árvores ou encontrar tesouros debaixo de água.

Ao retirar a chave e meter noutro Toy-Con, como o submarino, o veiculo transforma-se imediatamente e permite-me explorar o mundo aquático e recolher tesouros presos em redes de aço. A maneira de controlar o submarino é um pouco complicada, mas com uns minutos de treino, acaba-se por dominar. Este submarino tem ainda um botão que serve para lançar uma espécie de gancho, que se prende nas redes de aço, com o intuito de das partir e colectar o prémio lá dentro.

Ao meter a chave no Joy-Stick o veiculo ganha asas e descola para os céus! Neste modo, o combustível gasta-se com maior rapidez, mas em compensação permite alcançar áreas mais difíceis de chegar. O gatilho tem a função de andar a disparar mísseis a tudo o que desejares, seja balões ou outra coisa no céu ou em terra.

Ao usar um Joy-Con direito extra noutro veículo, accionarás um modo Co-Op em que um amigo teu pode ficar atrás de ti com um lança mísseis. Se quiseres ser o condutor principal do teu veiculo basta tu e o teu colega buzinarem ao mesmo tempo para a troca ocorrer. Bem fixe!

Encerrando este modo, quero mostrar o descontentamento perante a falta de conteúdo dentro deste mundo. Pois apesar de haver uma boa quantidade de missões disponíveis, notei que estava a navegar por zonas vazias. Um desses casos foi na cidade, que quase parecia uma cidade fantasma!

A seguir, veio o modo Rally, um modo que utiliza o mesmo mundo que o modo Adventure. Neste modo, terás que passar por vários checkpoints, num tempo limite. Penso que em certa parte este modo poderia estar incluído no modo Adventure, sendo que era escusado estar a separar as duas coisas.

O modo Circuit, por outro lado, já aborda mais o mundo das corridas! A velocidade do veiculo aqui é mais rápida, por isso à que saber dosear o pedal de aceleração. Foi um dos modos que mais gostei, pois lembrou-me um pouco de Mario Kart, já que dava para dar socos nos carros à minha frente para os tentar despistar.

Se preferes andar à batatadas com os Carros, então há aqui um modo que te agradará. O modo Battle permite fazer duelos com o teu carro. A premissa do videojogo é simples: reduz a barra de vida do outro carro a zero, ou lança-o para fora do ringue, dando murros com os punhos do teu carro. Ainda existem Power-Ups que vão surgindo, que poderão mudar o rumo da batalha a qualquer momento.

Apesar de existir um CPU para batalhar, achei-o demasiado lento e burro, tirando um pouco a graça. Com isto, só me resta arranjar outra pessoa com outro volante e pedal, que esteja disposto a batalhar comigo.

Por fim, o Paint Studio é algo direccionado para os artistas! Aqui, posso pintar todas as peças do meu veiculo usando a tal lata de spray em cartão. É super divertido, pois há várias cores por onde escolher e o melhor é que com o sensor de infra-vermelhos posso pintar várias formas. Um exemplo é colocar a mão à frente, que por sua vez ao pintares, fica lá a marca dela!

Todos estes modos proporcionaram-me experiências divertidas e variadas. Em comparação com os dois primeiros Kits, este está muito mais rico em conteúdo!

Neste modo, poderás saber tudo sobre os teus Toy-Con a tecnologia presente neles. Desde os autocolantes reflectores a sensores de movimento, são tudo matérias curiosas. Além disso, tens também uma secção que te dá dicas sobre como personalizar os teus Toy-Con, bem como soluções a aplicar no caso de estragares alguma peça.

Existe ainda o modo Garage, um modo em que poderás criar o teu próprio Toy-Con. Uma espécie de aplicação de programação que te deixa usar os Joy-Con para fazeres o que a tua imaginação ditar-te.

Imagina criares uma espécie de bateria, onde ao bateres numa mesa com o Joy-Con, um som sai da consola. Ou então criares uma guitarra, colocando elásticos na consola e passando com os dedos pelo ecrã.

Contudo, agora poderás ainda construir o teu próprio comando, graças ao modo Custom Controls. Neste modo, poderás associar acções do veículo aos botões, ou sensores, do Joy-Con. Um exemplo que é dado no início é simplesmente conseguires controlar o teu veiculo utilizando os botões dos Joy-Con. Podes inventar o que quiseres aqui, desde que consigas ter imaginação para a coisa.

Estes Toy-Con não servem só para ser jogados neste videojogo, pois existem outros que já começam a suportar esta tecnologia,e um dos casos de que te quero falar é o Mario Kart 8 Deluxe!

Recentemente este videojogo recebeu suporte para o volante e o pedal, em adição ao já suportado guiador da mota, do Kit variado. Como grande fã do jogo de corridas mais louco da Nintendo, fui fazer um test drive.

O que tenho a dizer-te é que, apesar de o pedal responder bem, este não suporta variação de velocidade. Ou anda ou pára, é assim que funciona. No caso de pregares a fundo no pedal, este age como o botão de derrapar, o que até não é mau. Mas o verdadeiro stress foi o volante, que de alguma forma tem um atraso de resposta suficientemente longo para mim. Com isto, só me resta dizer que é um suporte engraçado, mas só se jogares de modo muito casual!