Diablo IV

Surpresa. Esta é a melhor palavra que descreve a minha experiência com a beta do Diablo IV que ocorreu no fim de semana de 17 a 20 de Março. Tenho que admitir que as minhas expetativas não eram altas, pensando que o jogo iria ser uma experiência bastante modesta. Quando dei por mim, já tinha acumulado cerca de 20 horas no que é praticamente apenas uma fatia do produto final. Irei desenvolver um pouco a minha experiência com essas 20 horas, mas, para quem quer um pequeno resumo, apenas direi que cerca de 99% foram momentos de diversão constante.

Ora, agora penso que estarão bastante interessados no 1% que falharam o critério de “diversão”. Ora que, sendo algo comum com lançamentos da Blizzard, Diablo IV não conseguiu evitar as famosas “queues” que já estamos tão habituados. No primeiro dia da beta, sofri com cerca de 80 minutos de espera para entrar no jogo. Algo que também não ajudou, foram os servidores, que colapsaram na primeira hora, e houveram algumas situações de desconexões, seguidas de novamente uma espera de cerca de 80 minutos para entrar. Obviamente que ninguém gosta de esperar, mas esperar duas vezes ou mais foi um pouco frustrante. Felizmente, as queues foram praticamente eliminadas no segundo dia, sendo que consegui entrar no jogo sem espera até ao final da beta.

Durante a beta, tiveram apenas 3 classes disponíveis:

  • Barbarian – Classe focada em combate corpo-a-corpo, bastante agressiva e com o uso de armas pesadas como machados gigantes;
  • Rogue – Classe híbrida, com opções para atacar ao perto e ao longe, usando um arco e adagas ou espadas pequenas;
  • Sorceress – Classe focada em magia, com bastantes opções à distância, que utiliza uma série de magia elementar para aniquilar os inimigos.

Durante a beta, apenas o primeiro ato do jogo esteve disponível, com a zona de Fractured Peaks inteira para o jogador explorar. Não irei desenvolver muito a história, considerando que isso não é o foco principal destas impressões, mas, o que deu para experienciar durante a beta, a mesma mostra um conceito interessante e manteve o meu interesse durante toda a sua duração. A cutscene inicial, que mostra 3 personagens a realizar um ritual que invoca Lilith, a grande vilã do jogo, imediatamente nos mostra a atmosfera que irá estar presente durante este ato inteiro, com a sua violência e gore. Diablo IV parece que não vai tentar ser meigo como Diablo III, voltando às suas raízes, com bastante conteúdo gráfico que reflete o mundo e a violência desta luta contra os demónios.

A apresentação da cutscene foi impressionante, com boas animações, vozes e arte, e, consequentemente, o mesmo se transfere para a apresentação do jogo em si, a qualidade das texturas, modelos, efeitos e animações, estão todos feitos de forma exímia. A equipa esforçou-se para tentar apresentar o maior detalhe possível. Tem de haver alguma consideração ao trabalho de textura e modelagem do terreno e dos variados objetos e detalhes que se apresentam, sendo que o jogo todo é visto de cima, estes detalhes são extremamente importantes para a apresentação e a coerência artística do jogo, e penso que a equipa acertou em cheio. Diablo IV consegue expressar a veia artística do talento incrível que se encontra na Blizzard, e isso é algo que se nota imediatamente.

A zona de Fractured Peaks também impressiona. Sendo apenas uma fatia do produto final, a zona que está disponível nesta beta é enorme, com várias áreas amplas para explorar, com um terreno de neve cheio de demónios e inimigos prontos para te atacar. Obviamente que também irás encontrar várias vilas e aldeias, onde irás encontrar os vários NPCs do jogo, juntamente com lojas e o smith para poderes vender e melhorar o equipamento.

Enquanto exploras, irás também encontrar várias dungeons, side quests, e outros colecionáveis como os Altars of Lilith. No que toca aos altares, estes são bastante simples, aumentando um dos teus atributos para todas as personagens da tua conta, como aumentar um pouco da Dexterity por 2 pontos, por exemplo.

As dungeons são variadas, havendo algumas bastante longas e outras mais curtas, geralmente envolvendo um boss no final, e sendo a melhor forma de obter equipamento. Há a existência de algumas dungeons com um layout repetido, mas não me senti aborrecido com as mesmas, sendo que, na maioria, estas dungeons geralmente são bastante curtas, havendo uma variedade maior nas dungeons mais longas.

As side quests são outro aspeto do jogo que impressiona. Todas as side quests têm uma pequena história separada da história principal, envolvendo uma série de objetivos simples, como matar inimigos específicos, ou encontrar um objeto ou NPC numa das variadas dungeons. As side quests não se tentam afastar muito do loop geral da jogabilidade, e dá algum contexto adicional ao mundo do jogo.

Como vimos, Diablo IV parece acertar na exploração, com um leque de atividades e distrações que dão sempre algo para o jogador fazer. Toda esta exploração ronda à volta do sistema de combate do jogo, que é sem dúvida o aspeto principal, e, na minha opinião, foi a melhor parte da minha experiência com a beta.

O combate de Diablo IV é dinâmico, com bastante movimento, mas simples. Ao contrário da competição, aqui temos skill trees mais lineares, onde temos secções com tipos de skills específicas, havendo um encorajamento em criar combinações interessantes e em ser-se dinâmico com o leque de habilidades que podes usar. Dando um exemplo, com o rogue, podes deixar os inimigos num estado em que explodem quando morrem, fazendo dano à sua volta, e criar uma combinação onde atacas numa área, deixando vários inimigos com esse estado, e crias praticamente uma onda de explosões que aniquila um grupo em meros segundos. Isto tudo com uma extrema facilidade de experimentação, com apenas o toque num botão para reiniciar a skill tree, dando a hipótese de escolher outra combinação de habilidades.

Os bosses, como é de esperar, também mostram uma qualidade surpreendente, com padrões e ataques telegrafados devidamente, e várias fases que vão mudando entre elas. A variedade de bosses na beta foi impressionante, e deixou-me com água na boca para ver o que a equipa desenvolveu para os atos seguintes.

Algo que foi interessante, foi o fato de haver um foco maior na vertente online que o habitual. Nenhum conteúdo requer a cooperação com outros jogadores, mas temos no mapa vários eventos, onde o progresso é partilhado por todos os que participam, encorajando a cooperação. Este aspeto junta-se perfeitamente à existência de cross-platform, que basicamente ultrapassa a barreira de diferenças de plataformas, sendo mais fácil de encontrar outros jogadores durante a exploração pelo mapa.

Voltando ao início das minhas impressões, penso que uma série que praticamente popularizou um género inteiro merece um tratamento devido da equipa de desenvolvimento. Diablo IV tem as ferramentas todas para ser uma entrada de qualidade, com um combate, exploração e grafismo de topo. Obviamente que isto apenas se trata de uma demonstração do produto final, que ainda se encontra em desenvolvimento, mas estaria a mentir se, após esta beta, dissesse que não estaria interessado no jogo.

Com isto, que venha o lançamento, de preferência com esperas mais modestas, no dia 6 de junho.