Mais um ano, mais um Festival F, e como agora é tendência, mais uma Gaming Zone para visitarmos. Os festivais de verão estão a apostar em força para trazer jogadores, espécimes que geralmente não são muito dados a estas coisas, como apanhar sol e afins, aos seus recintos. Com os eSports a rebentar toda esta bolha social que até então separava festivaleiros de geeks, cada vez mais nos deparamos com toda uma diversidade de eventos a incluírem um cheirinho do mundo dos videojogos. Muito devido ao empenho da MagicShot em democratizar esta cultura. Toda a gente de repente quer agarrar este tema, sejam organizações, marcas, canais, etc… Parece que os jogos electrónicos se tornaram na galinha dos ovos de ouro. Mas claro, nós estamos a adorar cada momento triunfante desta cultura!
Faro, é uma cidade que tem crescido imenso no que toca à cultura, não omitindo Loulé, mas a capital algarvia deve este feito sobretudo aos jovens. Estes nos últimos anos têm procurado dinamizar a cidade com eventos que costumam ser mais pontuais nas regiões de Lisboa e Porto. Graças a iniciativas como as da Associação Núcleo de Geeks do Algarve, por exemplo, a cidade onde nada se passava, passou a albergar o Manga & Comic Event, e outros.
Nos últimos dois anos, vimos surgir um lounge de eSports, Farowest, um bar de gaming, Game Over, com 2 escape rooms, e agora até a Motion Sphere veio-se acomodar na cidade algarvia, trazendo consigo a sua tecnologia de realidade virtual. De facto, esta é uma cidade onde cada vez mais os geeks se sentem felizes com a sua oferta. O Festival F, sendo em si o culminar de um verão intenso, é também em termos de gaming, todo o culminar das iniciativas que se deram na cidade.
Este festival, marca o encerramento da época dos festivais de Verão. Organizado pela Câmara de Faro , pelo Teatro das Figuras, e pela Ambifaro, decorreu entre os dias 31 de Agosto e 1 de Setembro, ocupando tanto a Cidade Velha como o Largo de São Francisco. Desde já, quero fazer notar o empenho de todas as entidades envolvidas que arregaçaram as mangas e nos deram o melhor evento alguma vez produzido nesta cidade. Recordo-me de ver o pessoal dos CTT a recolher o lixo das ruas. A FAGAR (uma empresa de gestão de águas e resíduos) a proporcionar um espaço dedicado exclusivamente para as crianças se divertirem no festival. A Associação Recreativa e Cultural de Músicos, que ao contrário do que seria de esperar, promoveu sobretudo espectáculos de comédia. E tantas outras iniciativas que uniram forças para tornar este evento possível. E que evento!
Com 7 palcos, 3 espaços de exposições, dezenas de artistas e caras conhecidas, algumas performances de rua esporádicas, 1 balão de ar quente e 1 zona de gaming, este foi um evento de rebentar com a cidade pelas costuras. O primeiro dia contou logo com cerca de 16 000 visitantes. Este é certo que se trata de um número que a organização não poderia esperar ultrapassar só num dia. Isto, pois apesar da animação com o excelente concerto de Diogo Piçarra que aqueceu a noite, o evento em si foi claustrofóbico. Estares no Palco Ria (do Fórum Algarve), onde tocaram ao longo da noite Salvador Sobral, Diogo Piçarra e D.A.M.A, e pensares em dar uma volta pelo recinto todo, significava que quando voltasses ao ponto de partida, já estivesse outro concerto a tocar.
Houve todo um congestionamento nas ruas que levavam a que passasses muito tempo a andar numa curta distância. No entanto, este é um problema que não há medidas que a organização possa tomar para remediar. Sendo as ruas da Cidade Velha tão estreitas que só dá para passar um carro, quer me parecer que a manter-se o Festival F em Faro, este terá de mudar de localização. Dessa forma, o Vale das Almas parece-me ser a melhor opção na mesa.
No entanto, nos dias seguintes verificou-se menos público e melhor facilidade de circulação. Com tanta quantidade de artistas, com nomes de peso como os Moonspell, The Gift, Aurea, Alexander Search, entre os que já referi e outros, e iniciativas como a Silent Portugal, podes ter a certeza absoluta que foi proporcionado aos visitantes uma oferta musical bem variada, e sempre diferente em cada palco.
Já na zona do gaming, apesar do espaço ser um pouco limitado, foi possível abranger uma vasta gama de experiências, dentro do mundo dos videojogos. Logo à entrada, a Motion Sphere captou a atenção dos visitantes com a sua esfera volumosa de realidade virtual. Nesta foi possível experimentar um simulador de corrida de carros, que proporcionava uma experiência imersiva de alto realismo. Também à entrada, encontrava-se uma banca de Pokémon GO, onde era possível adquiri pequenas figuras de Pokémon e outro merchandise. Porém esta também realizou várias actividades de caça de Pokémon de forma a entreter os visitantes.
Ambos os bares de gaming estiveram presentes com os seus equipamentos e respectivas actividades. O Farowest trouxe-nos os eSports, com torneios de Fortnite, CS:GO e LOL. Já o Game Over apostou no Guitar Hero bem como na divulgação do seu espaço. A Nintendo e a Playstation também marcaram presença com as suas Demo units, com os jogos do momento. Ainda neste mesmo espaço, um palco animava o público com sessões de Dr.Why bem como com outras actividades, incluído o concurso de Cosplay, proporcionadas pela MagicShot.
Com isto, é de louvar a organização pelo alto teor de oferta de experiências que foram proporcionadas no festival. Foi um upgrade muito significativo quando comparado com as edições anteriores. Porém a lotação do recinto suscita-nos preocupação, pois em alturas de maior afluência foi-nos muito difícil transitar dentro do evento. Esperamos ver a zona de gaming expandir-se ainda mais para o ano. Assim como o perímetro do próprio festival em si.
Festival F, vemo-nos para o ano!