Mais um ano, mais umas voltas em Spa, Jeddah, ou caso procuremos unica e exclusivamente caos, Mónaco.
Começando num dos destaques, F1 25 traz consigo Braking Point 3, um pseudo-modo de história que vem surpreendentemente fundamentado na forma como seguimos as personagens Aiden Jackson e Callie Mayer. A mensagem vai bem para lá de pilotos à procura de pódios, abordando uma vertente realista, com bagagem emocional, rivalidades pessoais e pressões de todos os lados. Claro que não se trata de uma escrita digna de Óscar, mas encontramos momentos de destaque, particularmente durante as tensões a meio da temporada, em que nos conseguimos sentir genuinamente investidos.
Adicionalmente, os modos de carreira deste ano procuraram um impacto diferente. A reformulação completa do My Team para o novo formato “só para proprietários” começou por gerar alguma preocupação, mas, honestamente, a profundidade estratégica acrescida torna-o mais gratificante a longo prazo. Gerir orçamentos, cortejar patrocinadores, desenvolver o carro, evoluiu este modo de damas para xadrez.
O novo modo Challenge Career também é bastante apelativo. É um pouco mais pequeno, e orientado para objetivos, logo, é perfeito para sessões em que não queremos mergulhar num fim de semana de corrida completo. Encontramos também SPOILER SPOILER SPOILER → uma ligação ao próximo filme de F1, o que acabou por ser uma surpresa agradável.
Na vertente online as corridas são surpreendentemente estáveis, sem grandes soluços. Tive algumas sessões “caricatas” com pseudo-pilotos demasiado agressivos, mas já faz parte do sangue desta saga. A única desvantagem é que os menus podem ficar um pouco demorados e, por vezes, o matchmaking demora mais tempo do que deveria. Não é nada que estrague a experiência, mas é percetível.
O modelo de condução é onde F1 25 brilha verdadeiramente, não tendo apenas a ver com a aderência e a física, mas antes com a forma como cada carro se sente sob pressão. A Codemasters sempre dominou a arte de simular o realismo, mas em F1 25, creio que iguala a mítica entrada de F1 2020, esforçando-se para ir mais além.
Claro que existe uma ligeira curva de aprendizagem, especialmente com as novas atualizações no comportamento da tração e do desgaste dos pneus, o que nos leva a ter de mudar alguns hábitos, como acelerar a fundo demasiado cedo nas curvas a baixa velocidade.
Embora o brilharete principal esteja na condução, não é só aí que F1 25 brilha, trazendo os melhores visuais a esta série já apresentou. Pistas como Suzuka e Silverstone encontram-se extremamente detalhadas através das digitalizações LiDAR, sentindo-se todos os ressaltos e as nuances que costumavam ser suavizados nos jogos anteriores.
A iluminação também se apresenta forte este ano, com as corridas ao fim da tarde no Bahrain ou as manhãs húmidas na Bélgica a gerarem uma atmosfera incrível. No que toca à mistura de áudio, também existem boas novidades. Os motores são mais ricos e distintos, especialmente entre equipas. A conversa de rádio é dinâmica e (felizmente) menos repetitiva.
Um agradecimento especial à PlayNXT pela cedência de uma cópia digital para PS5.