Taran e o Caldeirão Mágico Disney

O filme Taran e o Caldeirão Mágico (The Black Cauldron, no original) conta a história de um místico caldeirão mágico desejado pelo temido Rei Chifres, que assim que tomar posse dele espera dominar o mundo com a ajuda de poderes sobrenaturais vindos do objecto.

Para activar os poderes do caldeirão mágico, o Rei Chifres precisa de um elemento crucial: a porquinha Hen Wen, já que ela consegue prefer o futuro quando o coloca o focinho na água.

Taran, um simples rapaz de aldeia, está encarregue de ser o seu guardião. Este falha na sua missão por desleixo e a porquinha é raptada pelos lacaios do Rei Chifres. Este descobre, através do seu mestre, o propósito da porquinha e parte numa aventura para a salvar, acompanhado da Princesa Eilonwy, de uma estranha criatura chamada Gurgi, e do simpático Sr. Flores Flama. Em grupo, procuram impedir o vilão de alcançar o tão célebre caldeirão.

Um Filme Polémico

Taran e o Caldeirão Mágico Disney

O filme é realizado por Ted Berman e Richard Rich, responsáveis por Papuça e Dentuça (The Fox and the Hound no original) de 1981, também da Disney.

Quando o filme foi lançado inicialmente para uma audiência de teste, muitas sequências causaram alguma reacção negativa devido à sua natureza gráfica, apesar de o filme ser direccionado a públicos mais velhos. Quando Jeffrey Katzenberg entrou, este ordenou que o filme fosse cortado e re-animado por uma questão de continuidade, apesar do facto dejá ser muito tarde para a produção re-animar a cena completa.

Consta que 12 minutos de filmagem foram cortados do filme, e pistas sobre onde as cenas foram possivelmente excluídas podem ser vistas no filme final, pois a qualidade da animação parece diminuir em algumas cenas e alguns saltos e cortes em vários casos.

Alguns dos cortes mais notáveis ​​incluem as cenas do exército de mortos-vivos do Rei Chifres, nascidos através do caldeirão, que atacam e matam alguns dos seus antigos parceiros: pelo menos dois deles dissolvem-se de uma maneira bastante gráfica, com a pele a borbulhar e os seus corpos a derreter, deixando um par de esqueletos para trás.

Outra cena notável que foi cortada foi a garganta de um homem sendo degolada com uma espada. Ambos os cortes causaram saltos na banda sonora do filme.

Cenas Cortadas e Reconstruídas

Storyboard – Introdução do Rei Chifres

Reconstituição – Nascimento do Exército de Mortos-Vivos

Versão Final (Cinema, VHS, DVD)

Cortes no áudio e efeitos, inclui reconstrução

 

O Que os Animadores Têm a Dizer

Comentário do animador Mike Peraza sobre a cena eliminada do exército de mortos-vivos:

“Devo dizer que acredito que as longas cenas sangrentas do nascimento dos mortos-vivos pelo Caldeirão foram cortadas por um bom motivo, apenas pareciam más. Elas não estavam apenas grotescas visualmente, mas a animação era horrível, cheia de movimentos lentos, além de modelos de cores realistas e sem imaginação, em oposição a iluminação e cores mais inventivas.

 

Eu gostava de ter visto mais sombras nos mortos-vivos à medida que ganhavam vida mas escassamente iluminadas, que se arrastariam para dentro e para fora das sombras. Eu gostaria que eles tivessem brincado com as reacções horrorizadas dos mortos-vivos ao atacarem as suas “vítimas”, em vez de permanecerem nas criaturas.”

Comentário de Mike Peraza a Celbi na secção de comentários do artigo Cauldron of Chaos de Mike Peraza:

“Havia várias aberturas que foram criadas por pessoas diferentes. Trabalhei com o Don Griffith (grande director de arte) e Vance Gerry (um excelente contador de histórias e artista) numa versão que mostrava o Rei Chifres e o seu exército a incendiar uma vila. Chamas arrebatadoras foram usadas como transições entre cenas de destruição. Queríamos um contraste com a paz e tranquilidade da vida na quinta que abençoava o protagonista.

 

Também trabalhei numa versão sombria do povo faire, mas criou muita concorrência ao Rei Chifres e às bruxas por ser assustador (pelo que faz  sentido terem cortado esta versão) junto com uma versão brilhante que parecia que as fadas saíam de uma caixa de cereais.”

A Caça pelo Material Original

Recentemente, algumas células de produção dos homens que derreteram foram obtidas durante um leilão online e, alguns anos depois, essas células foram inseridas na reconstrução de uma das cenas do filme, juntamente com as cenas do trailer que não estavam presentes na versão final.

Dizem que o produtor Joe Hale possui uma versão em preto e branco sem cortes do filme, mas até à data nada foi ainda confirmado.

Um dos storyboards para o prólogo alternativo do filme:

A narração alternativa para esses storyboards abriu caminho para o jogo de computador da Disney e Sierra, de 1987, e material promocional para o filme.

Trivia

Em termos de sucesso de bilheteira, Taran e o Caldeirão Mágico perdeu para o filme Ursinhos Carinhosos realizado pelo estúdio canadiano Nelvana no mesmo ano.

É considerado um dos piores filmes da Disney e referido como o filme que quase destruiu o estúdio. Contudo, ao longo dos anos, ganhou um interesse por parte de fãs de filmes de dark fantasy ao estilo anos 80, e por ser a ovelha negra dos filmes da Disney.

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Já alguma vez viste Taran e o Caldeirão Mágico? Tinhas-te dado conta destes cortes?

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