Hoje apresento-vos as minhas impressões da demo de Flintlock: The Siege of Dawn, o novo projeto da A44 Games, que desenvolveram o famoso soulslike focado em cooperação Ashen. Esta demo disponibiliza-nos as primeiras horas do jogo, onde podemos ter uma pequena ideia das mecânicas que o definem, bem como nos interioriza um pouco no mundo e conceito do jogo.

Começamos a demo num cenário de guerra, onde temos o Coalition Army a defender a cidade de Dawn de um ataque resiliente por parte do exército dos deuses. Nós tomamos o papel de Nor Vanek, com a missão de avançar e tentar criar um buraco nas defesas do exército dos deuses.

A demo não demora muito a dar-nos controlo da personagem, dando-nos a entender os controlos e mecânicas básicas do mesmo. O sistema de combate, apesar de usar a fórmula dos souls como base, tenta-se diferenciar por uma série de aspetos únicos e interessantes. Primeiro de tudo, a barra de stamina é completamente removida, sendo possível fazer qualquer ação ininterruptamente durante praticamente tempo infinito, dando lugar a outras mecânicas que definem e diferenciam o combate do jogo relativamente ao género. Nor tem ao seu dispor um machado e uma pistola com 3 balas. A pistola é uma ferramenta bastante forte, fazendo bastante dano e sendo usada para poderes interromper os ataques mais fortes dos teus inimigos, quando representados pelo símbolo vermelho no centro dos mesmos. Para equilibrar a utilidade da pistola, a equipa decidiu limitar o jogador para 3 balas no máximo, sendo que, se quiseres recuperá-las, terás de te aproximar e dar umas quantas machadadas nos inimigos, pondo-te em risco de levar dano. A cada 4 ataques com o machado, recuperas uma bala, sendo preciso uma boa mestria tanto do machado como da pistola para decidir qual a melhor situação para usar as balas e nos aproximarmos para poder recuperar as munições.

Mais tarde, irás encontrar um companheiro que te irá apresentar novas mecânicas. Este companheiro é um pequeno deus, lembrando uma raposa, chamado Enki, que nos traz a possibilidade de atacar os inimigos com magia. A magia no jogo é bastante diferente do género. Sendo que, quando atacas algum inimigo com o Enki, aparece uma barra por cima do mesmo. Ao atacares o inimigo com qualquer ataque, essa barra vai enchendo, sendo que, quando completamente cheia, o inimigo fica vulnerável a um ataque forte com bastante dano. Penso que pode ser considerado uma espécie de barra de stamina ou posture do inimigo, mas desta vez, tem de ser o jogador a impor essa desvantagem.

O combate é complementado por uma série de upgrades que poderás desbloquear com a reputation que ganhas ao matar inimigos. Estes upgrades são substanciais, sendo todos praticamente ataques ou utilidades extra. Estes upgrades estão divididos em 3 categorias: disparos, magia e corpo-a-corpo. Estes upgrades fizeram-me bastante indeciso, devido à utilidade que todos apresentam, como poderes levitar um inimigo com a magia de Enki, ganhando algum crowd control, ou podendo defletir projéteis dos inimigos, ganhando alguma defesa à distância. A progressão da personagem é um aspeto impressionante, e estou desejoso para descobrir como a jogabilidade evolui nas horas mais tardias do jogo, onde o jogador já se encontra com a maioria destas habilidades desbloqueadas.

Em adição ao combate, temos alguma exploração nesta demo. Nor consegue saltar a uma distância bastante impressionante, com a ajuda de uma habilidade especial que Enki lhe proporciona, dando-lhe a possibilidade de usar pólvora para poder executar um duplo salto e um dash no ar. Outra habilidade especial de Enki provém de umas caveiras especiais que encontras nos níveis, desbloqueando uma série de triângulos no ar, onde o jogador pode simplesmente voar em direção aos mesmos. Estas caveiras são usadas para caminhos opcionais com uma série de segredos como armas adicionais ou simplesmente material para melhorares o teu equipamento, bem como podem servir como atalhos, dando-te uma forma de navegares pelo mapa com bastante fluidez e velocidade.

Apesar do mapa dar a entender que estamos num mundo bastante complexo em termos de estrutura, senti que o jogo é bastante eficaz a manter um bom equilíbrio de liberdade de exploração e linearidade. Nunca me senti perdido, ou que estava no local errado, tendo uma experiência bastante fluída e progressiva.

Quando o mapa se abre, é-nos apresentada uma mecânica que provém dos jogos de mundo aberto. Podemos encontrar várias bases e campos de inimigos, onde teremos de derrotar o líder dos mesmos para os poder libertar. Ao libertares uma base inimiga, irás ver a mesma a ser populada, aumentando o número de frascos para te curares, desbloqueando lojas onde podes comprar cosméticos como roupas, bem como outras atividades, como jogar ao jogo de tabuleiro Sebo com alguns dos habitantes.

Apesar das suas óbvias inspirações no género dos souls, Flintlock: The Siege of Dawn não tenta refletir demasiado a típica fórmula do género. O seu foco nas armas de fogo, encorajando o jogador a aproximar-se para poder usufruir dos ataques mais fortes, é uma forma certamente diferente de se jogar. Considerando que já nos encontramos com recursos limitados para manusear nestas mecânicas, agradeço a omissão de stamina, fazendo com que o combate mantenha um ritmo acelerado e intenso. Esta demo sem dúvida despertou o meu interesse pelo jogo, estando bastante curioso para ver como este sistema de combate se desenvolve no produto final.