Têm surgido inúmeros rumores sobre o potencial do PSVR 2, sendo sem dúvidas um trilho no qual a Sony está disposta a apostar, conforme temos visto com o apoio ao dispositivo actual. A boa notícia, para os actuais detentores, é que isto em nada significa que a Sony queira desconsiderar já o PSVR, continuando a apostar no seu sucesso. Sucesso este que levou provavelmente ao título de destaque de hoje: Fracked!
Fracked é um shooter criado pela nDreams, equipa que já trouxe títulos como Phantom: Covert Ops ou The Assembly, também para VR.
Este jogo foi sem dúvida a maior surpresa que já vi este ano, empacotando todos os ingredientes para uma aventura inesquecível. Entre trepar, esquiar e matar em estilo, é difícil não ficar boquiaberto com as sequências que Fracked traz à realidade virtual.

A história é simples, seguindo a tradicional linha dos filmes de acção, fazemos parte de uma agência que combate o crime, enfrentando alguém que quer destruir o mundo, e nós temos de o impedir. Como? Rebentando com a sua base. Como disse, simples, mas eficaz. Para além de simples é também curta, com um tempo médio de campanha por volta das 3/4 horas, contando com 5 para os jogadores menos experientes neste género.
Começamos então com uma das entradas mais explosivas de que tenho memória. Inspirando-se em clássicos como James Bond ou Missão Impossível, começamos o jogo a esquiar por uma montanha abaixo, em direcção à base inimiga. Parecendo correr tudo bem, acrescenta-se um sabor especial à receita: uma avalanche que surge atrás de nós.
Com uma optimização exímia da nDreams nos periféricos, conseguimos manobrar apenas por inclinar a cabeça, não sendo necessários grandes movimentos, de forma a evitar enjoos. Somos aconselhados logo ao início a jogar sentados, algo que não aconselho, pelo menos para os menos experientes.
Utilizamos os comandos do Move para tudo o resto, incluindo uma mecânica de andar que achei excelentemente implementada, dando ainda a opção de definirmos a velocidade das passadas. A mira podia ter sido mais afinada visto que testei 3 tiros ao perto e foram parar a 3 sítios diferentes. Podemos também utilizar um sistema de cover que traz uma imersão adicional ao jogo, sendo excelente para recuperarmos o fôlego e voltarmos à pancadaria.

O combate é de alta voltagem, dando pouco espaço para respirar, porque somos perseguidos por inúmeros bandidos, dando-nos mais que tempo e oportunidades para aperfeiçoarmos a nossa técnica. Achei até que, na parte final encontramos demasiados inimigos, parecendo que criaram um sistema de waves apenas para prolongar o tempo de jogo, o que acabou por se tornar repetitivo.
Embora o combate seja bastante divertido, não existe grande variedade nas armas, dando-nos apenas uma pistola e uma sub-machine, o que também contribui para a tal repetitividade. Podemos ainda utilizar armas especiais, mas estas são extremamente limitadas, sendo que a que tem mais balas transporta apenas 6 e só aparecem nos últimos 3 níveis.
O jogo é desafiante, não sendo demasiado difícil, apenas requer o mínimo de dedicação às mecânicas para termos uma sessão confortável e sentirmos que somos o maior. A IA também ajuda nisso, visto que parecem ter ascendência japonesa pois lançam-se que nem kamikazes para a frente das balas.

Fora do combate, temos uma exploração mínima, apenas para recolhermos balas e uma quantidade reduzida de colecionáveis. A escalada é sempre divertida, apresentando até desafios a meio da mesma!
Tendo jogado Fracked na Playstation 5 não tenho quaisquer queixas em termos visuais, longe já lá vão os tempos dos jogos blurry. Claro que ajuda a arte ser lindíssima, evocando títulos como Borderlands pela vitalidade das cores e o traço mais à desenho animado do que realista. A banda sonora deriva do que se passa no ecrã, acelerando nos momentos de combate e desvanecendo durante a exploração.
Fracked já se encontra disponível para a Playstation 4.