Se és dos que gosta de colecionar Funko POPs ou dos que abominam essas cabeças quadradas de vinil, Funko Fusion traz-te um exército de POPs cheios de vida e propósito. A 1010 Games procura, com esta instalação, pôr todas as cartas na mesa para a receção de um novo universo de videojogos, cujo teor é impossível não comparar às obras da LEGO.

Partindo da premissa de que todos somos fãs de alguma coisa, então se arranjarmos duas mãos cheias de franquias diferentes, de certeza que conseguimos impactar qualquer jogador, certo? E, nesta linha de pensamento, será que há lugar para construir uma nova saga à margem do sucesso que a LEGO tem tido com os mesmos universos e franquias que a Funko Pop comercializa?

Esta confesso que não foi uma análise fácil de escrever e digerir. Não me limitei a olhar para o produto final a que seria muito fácil apontar defeitos, mas a tentar perceber se este tem pernas para andar em futuras interações, respondendo às perguntas de cima.

Primeiramente, Funko Fusion apresenta-nos uma interação de sete universos distintos que vão buscar desde filmes, a jogos e banda desenhada, como Jurassic Park, The Thing, Five Nights at Freddy’s, Scott Pilgrim VS The World, entre outros.

No entanto, devo confessar que ao longo dos cinco níveis que exploramos em cada um destes universos, que seguem um resumo abreviado destas histórias, nada clicou comigo.

O jogo tenta ser cómico à semelhança dos jogos LEGO, mas com piadas mais acriançadas, no meio de cenas onde não poupam a sangue e vísceras que servem um público mais adulto. A meu ver, este último é o público-alvo em que a 1010 Games deveria se focar. Se querem usar franquias como The Thing e não poupar na violência, logo aqui têm uma incongruência de objetivo.

Não há volta a dar, são públicos diferentes: uns vão achar fatigante o tipo de humor (que é a única ponte para aguentarmos o desenvolvimento das histórias), outros vão ficar traumatizados para o resto da vida.

Noutro ponto, os níveis têm alguma variedade e dão azo a descontrair por alguns momentos mas, em suma, é tão pouca a diversidade que se tornam monótonos logo que repetes a mesma receita no segundo universo, seja ele qual for que escolhas.

Seja explorar uma pequena àrea e resolver o puzzle das alavancas que tens de ativar em sequência dentro de poucos segundos, seja escoltar uma personagem e protegê-la, ou defrontar cópias de um boss para poderes, finalmente, aceder a lutar contra o mesmo… Até o Boss final de cada universo aparece logo na segunda interação dos níveis mais aborrecidos.

Primeiro, porque não o consegues derrotar; apenas tens de recolher uma certa gosma e encher um depósito para chamares um MEGA Funko Pop que irá lutar com ele enquanto ficas a olhar e a apanhar cristais até à cutscene final.

Apesar disto, não se enganem: cada personagem tem o seu próprio sistema de combate, pelo que o Scott, por exemplo, usa o baixo para disparar notas musicais. Outros disparam armas. Mas, em suma, o combate à distância é predominante. O que é preferível, pois o combate corpo a corpo em Funko Fusion é enervante de quanto deixa a desejar. 

A isto temos a adicionar a coleção de bugs de todo o tipo que experienciei ao longo da minha jornada. Desde freeze frames, a personagens ficarem presas, frame drops, enfim! O que é certo é que, com as mais recentes atualizações, vi algumas melhorias neste aspeto, sendo, para mim, o mais perturbante continuar a ter personagens presas, pois é dos que nos obriga a reiniciar todo o nível de novo.

Em termos de animação, não há muito a dizer, até porque não temos bocas nem grandes expressões, o que leva a que o foco seja a linguagem corporal. Seria de esperar que nisto se focassem nesse aspeto para conferir alguma expressividade às personagens, mas não é o caso: é mesmo difícil entender o que vai no coração das mesmas e lidar com a genericidade das suas poses. Até dói escrever sobre isto.

Funko Fusion está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox Series X/S, Nintendo Switch e na Steam para PC.

Agradecemos à Editora a cedência de uma cópia para análise na Xbox Series X/S.

CONCLUSÃO
Um conceito a estruturar...
5
Joana Sousa
Apaixonada pelo mundo do cinema e dos videojogos. A ficção agarrou-me e não me largou mais! A vida levou-me pelo caminho da Pós-Produção, do Marketing e da organização de Eventos de cultura pop, mas o meu tempo livre, dedico-o a ti e à Squared Potato.
funko-fusion-analiseAfinando estes bugs e se construíssem um humor mais adulto que ancorasse a história que trilhamos, creio que teriam aqui um produto sólido para desejar sequelas. No entanto com tudo isto apenas sentimos que este foi um protótipo mal explorado e feito à pressão para chutar qualquer coisa cá para fora a ver se cola.