Vindo nos confins da Hasbro, através da Hasbro Retro Arcade e pelo estúdio Maple Powered Games (no seu 2º jogo), chega o Beat ‘Em Up nostálgico G.I. Joe: Wrath of Cobra.

“Yooo, Joe!

He’ll fight for freedom!
Wherever there’s trouble
G.I. Joe is there!

G.I. Joe (A Real American Hero)
G.I. Joe is there!”

Antes de avançar com a análise em si, um pouco de história:

G.I. Joe é uma linha de bonecos militares detida pela Hasbro desde 1964 até aos tempos actuais. O Franchise já expandiu para Bandas Desenhadas, séries de animação e filmes. Para focar nesta análise, vamos falar do período em que o jogo é baseado. O jogo é baseado da linha G.I. Joe: A Real American Hero (1982-1994;1997-até agora), para aproveitar a febre dos brinquedos militares. Existe um total de mais de 500 bonecos e mais de 250 veículos e cenários.

O Real American Hero é a linha G.I.Joe mais popular, sendo facilmente reconhecida por pessoas nascidas nos anos 80 e 90, e resultou numa Banda Desenhada publicada pela Marvel Comics e duas séries animadas produzidas pela Marvel Productions (atualmente Marvel Studios) e Sunbow Productions. Juntando o Wrath of Cobra, saíram no total de 19 jogos, desde jogos de tabuleiro (curiosamente é o jogo mais antigo de toda a Franchise, datada de 1965), consolas e Smartphones, para fracas pontuações.

A história do Wrath of Cobra é a mesma história de sempre: a eterna tentativa de Cobra, uma organização secreta, de conquistar o mundo e os G.I. Joe tentarem parar os Cobra de conseguir alcançar essa conquista custe o que custar.

Somos logo recebidos pela nostalgia com a intro da série de 85, mas, inexplicavelmente, essa própria intro no fim é logo cortada para o ecrã principal sem qualquer transição, o que não deixa de ser bizarro no mínimo. Já estive a ver a intro original da série e nota-se algumas pequenas diferenças para enquadrar com o jogo, mas não deixa de dar um grande sinal vermelho também à fraca animação da intro, quase parecendo Stopmotion.

Mais uma vitória suada para os heróis americanos

O menu não é muito por aí além, mas mantêm a identidade do jogo: 16 bits como se fosse um jogo de DOS, Megadrive ou Super Nintendo, e infelizmente, mesmo com essa identidade o jogo não deixa de ter pouco conteúdo. A grande e principal falha do jogo é mesmo a falta de conteúdo extra para aumentar as horas de jogo, e eu vou apontando essas falhas.

Para começar o menu. O menu é do mais simples que há: temos o clássico Story mode, Extra modes, Extras, Tutorial e Opções e Créditos. No Extras temos só a loja, onde podemos gastar as disquetes que apanhamos pelo jogo para comprar as personagens desbloqueáveis Gung-Ho e Ripcord, os modos Arcade e Boss Rush e modificadores para tornar o jogo mais desafiante. O modo Arcade funciona como o modo Arcade do TMNT: Shredder’s Revenge, é uma espécie de modo díficil, e Boss Rush é como o nome indica, fazer a série toda de Bosses do jogo.

O Story Mode em si é muito simples: escolhemos a dificuldade, o nosso G.I.Joe (inicialmente Duke, Scarlett, Snake Eyes e Roadblock com as suas stats específicas) e o nível se já avançamos algum. A Story Mode está dividida em 12 níveis e corre um pouco por todo o mundo tal e qual como a série animada.

A jogabilidade é uma das coisas que falha bastante. Os controlos são simples: Light e Heavy Attack, bloco, salto, taunt e o Super. Cada G.I.Joe tem o seu Super e os seus combos, mas é a partir disto que o jogo mostra todas as debilidades. Os combos são sempre o mesmo, ou seja, 1-2-3 combo, começamos sempre 3 vidas e não ganhamos mais, e comparativamente com qualquer outro jogo do género, não tem sistema de níveis de personagem, não desenvolve maneiras de alargar os combos e isso torna a jogabilidade super limitada. O combo de hits também não compensa em nada, só mesmo para apontar que chegamos até aquele número.

POW!

Nos níveis temos caixas dos Cobra por partir, e contém armas e saúde. As armas são boas até um certo ponto com a munição limitada, mas a sua seleção é muito curta, existindo só 4/5 armas aos dispor, e conhecendo o conteúdo riquíssimo da Franchise, sabe a pouco.

A mesma coisa pode-se dizer dos inimigos. Nos primeiros 2-3 níveis vamos apanhando sempre o mesmo, e daí para a frente, os níveis limitam-se a ter os mesmos inimigos e mais um novo ou dois, e isso arrasta pelo jogo todo. O pior a apontar são os inimigos robóticos. Não existiu coisa mais frustrante do que defrontar esse tipo de inimigos, que, para começar, os timings para conseguir fugir dos ataques pode ser bem frustrante porque os saltos podem não resolver tudo e nem sempre, e pior de tudo, obrigavam a um tipo de estratégia diferente e não dava muito para combos. Outro aspeto negativo deste tipo de inimigos é a eterna demora de esperar que eles se rebentem e mata completamente o tempo do combo dos hits. As Boss Battles são contra as personagens mais ínfames da organização, como a Baroness ou o Cobra Commander, mas as batalhas são bastante sem inspiração, sendo quase bastantes semelhantes umas com as outras.

Outra coisa a apontar é a evidente falha da Inteligência Artificial dos inimigos. Houve uma das Boss Battles que cheguei a comentar com o Igor em que basicamente fiz a batalha toda sem sofrer dano porque tudo o o que o Boss fazia era ir atrás e dar um soco que nem sequer era certeiro. Houve outros momentos, como quando os Kamikaze iam direitos ao buraco quando tentavam atacar. Mas também a IA era brutal em certo pontos e deixa aquela frustração de jogo difícil sem necessidade.

Come disto, escumalha Cobra

A banda sonora está ao estilo da série animada e está bom para quem vive com a nostalgia da série e com nada a apontar e o grafismo está bem conseguido, sendo até uns dos melhores aspetos do jogo.

No geral, G.I.Joe: Wrath of Cobra está um jogo bastante mediano e bastante penalizado por limitações de conteúdo e questões técnicas. Espero que tirem notas do TMNT: Shredder’s Revenge por exemplo para melhorar o conteúdo em si se alguma vez lançarem uma sequela.

E lembrem-se:

“G.I. Joe is the code name for America’s daring highly
Trained special mission force. It’s purpose: to defend
Human freedom against Cobra, a ruthless terrorist
Organization determined to rule the world!”

G.I.Joe: Wrath of Cobra já disponível para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X, Switch e Steam.

CONCLUSÃO
Yooo, Noe!
6.5
Hugo Campos
Tendo o Mortal Kombat II como o 1º jogo que jogou desde os 5 anos, teve todos os PCs até ao Pentium 3 e mudou para as consolas quando consegiu ter dinheiro. Grande viciado de jogos de corridas, luta, RPGs e musicais, tem uma grande de coleção de jogos de ps2 até ao 5. É cofundador (juntamente com a Phazel) do canal da Twitch dos Team Squil.
g-i-joe-wrath-of-cobra-analiseG.I.Joe: Wrath of Cobra não deixa de ser um jogo entretido para algumas horas. A falta de conteúdo foi um grande fator que ajudou o jogo em não conseguir subir mais do seu potencial. Para quem quer andar à porrada contra mauzões e ser salvador do mundo, este jogo é simplesmente um jogo OK.