O terceiro volume de Guardians of the Galaxy já chegou às salas para aquela que pode muito bem ser a derradeira aventura desta equipa de heróis já que o filme marca também a despedida de James Gunn do MCU.
À equipa original constituída por Peter Quill (Chris Pratt), Groot (Vin Diesel), Rocket (Bradley Cooper), Drax (Dave Bautista) e Gamora (Zoe Saldana) já se tinham juntado Nebula (Karen Gillan) e Mantis (Pom Klementieff) e neste terceiro volume Kraglin (Sean Gunn) e Cosmo (Maria Bakalova) também ganham mais destaque. Já do lado dos antagonistas temos o regresso de Ayesha (Elizabeth Debicki) a estreia de Adam Warlock (Will Poulter) e, claro, The High Evolutionary (Chukwudi Iwuji), o grande vilão deste filme. E, como já começa a ser hábito nos filmes de Gunn, temos ainda os cameos da esposa Jennifer Holland, de Nathan Fillion e da portuguesa Daniela Melchior.
O filme começa em Knowhere, a sede dos guardiões, mas a montanha russa de emoções não demora a arrancar. E não deixa de ser curioso que nesta terceira entrada que é também o adeus de James Gunn ao MCU este acabe por optar por nos contar uma origin story, no caso a de Rocket. E ainda bem que o faz, dado que o passado de Rocket, que nos vai sendo contado ao longo do filme através de bem posicionados flashbacks, é bem durinho e emocional e bem merece que nos tenha sido servido no grande ecrã.
Mas se o passado do Guaxinim nos traz drama, os esforços da equipa para o salvar trazem-nos a acção e aventura que sempre caracterizou os filmes dos Guardiões, naturalmente polvilhado com bastantes momentos de comédia que também nunca faltaram nos filmes desta equipa. Tudo isto bem embrulhado por bons efeitos visuais e uma competente edição ao longo das duas horas e meia de filme que, apesar de ser o mais longo da trilogia, segue sempre a bom ritmo deixando-nos pregados na cadeira.
Dar nota também para a excelente banda sonora, outro aspecto icónico dos filmes dos Guardiões e que claramente não defraudará as expectativas dos fãs contando com temas dos Radiohead, Faith No More, Beastie Boys, Alice Cooper, Florence + The Machine e Bruce Springsteen.
E falando de expectativas, sendo este o filme de despedida de Gunn e não havendo qualquer indicação da Marvel Studios quanto ao futuro dos guardiões, muitos fãs teorizaram sobre o que poderia acontecer neste terceiro volume, e James Gunn claramente estava ciente dessas conjecturas e não desperdiçou a oportunidade de aproveitar essa predisposição dos fãs para subverter essas expectativas e aumentar dessa forma a montanha russa de emoções que fez questão de ir mantendo ao longo do filme.
Já ao nível das interpretações é certo que não temos propriamente nenhum actor a destacar-se, mas o elenco cumpre com eficiência o papel que lhes foi dado e até mesmo o vilão, habitual calcanhar de aquiles de tantos filmes do MCU, apesar de não ter, de todo, a presença de um Kang de Majors, não desilude minimamente e cumpre bem o seu desígnio.
Aliás, o único ponto negativo que encontro neste terceiro volume está na forma como adaptam Adam Warlock, mas aqui é mais um problema com a forma como o escreveram e não na forma como é interpretado por Will Poulter. É certo que Gunn até faz por dar uma explicação baseada nos comics para que tal suceda dessa forma, mas francamente creio que outra versão do personagem teria encaixado melhor, principalmente para eventuais incursões futuras de Adam Warlock no MCU.