O destaque de hoje não precisa de qualquer apresentação, mas como o que a malta gosta é de jogos como deve ser, vou fazer uma na mesma. Inúmeros prémios, incluindo G.O.T.Y.(!), um louvor incrível por parte da comunidade, estiloso, sublime, épico (divino até). Em suma, a magnum opus da Supergiant: Hades.
Com certeza terão lido a excelente análise do meu colega Igor, onde este aponta todos os pontos certos e termina com nota máxima a este colosso dos roguelites. Caso não tenham, aconselho vivamente! De seguida, perguntar-se-ão o que é que estou aqui a fazer (creio eu), e eu explico:
Ora, como relembrar coisas boas nunca é demais, neste caso então, com melhorias visuais, uma ajuda haptic, e um bom lote de troféus para escalarmos até à nada fácil Platina, a Supergiant teve a delicadeza de nos fornecer uma chave para testarmos esta nova versão em 4K60, dando vida ao inferno de onde tentamos fugir.
Reservei a jornada de Zagreus para a Playstation, ou seja, nunca tinha jogado, visto, ou ouvido sequer uma gota do que era Hades, apenas tinha noção da sua magnitude pela multitude de prémios que este arrecadou. Escusado será dizer que este passeio no escuro compensou e de que maneira…
(Esta é a perspectiva de alguém que não tem por hábito jogar roguelites ou roguelikes.)
Sempre tive dificuldade em perceber este género de jogos. Escrevo isto no sentido em que era (reparem no tempo verbal usado) difícil perceber onde é que estava a piada em fazer a mesma coisa vezes e vezes sem conta.
Ora pois, o segredo da fórmula é mesmo esse: a perfeição na reinvenção, e Hades, ainda mais que Returnal (apenas numa nota de comparação dos dois grandes roguelites que saíram) dá motivos para que o jogador se sinta investido, não só na história, mas no poder acumulado por cada vez que reencontra o pai no inferno.
Confesso que, ao início, senti-me “sobrecarregado” quando me disseram que tinha de completar o jogo 10 (!) vezes para desvendar a história por completo. No entanto, a partir de cerca da sexta run, não só começamos a conhecer as manhas dos NPCs, como acumulamos poder suficiente para limparmos cada sala em menos de 5 minutos (algumas até em 30 segundos).
Com uma jogabilidade simplificada, mas forte o suficiente para manter o jogador motivado, as possibilidades são infinitas, tanto através dos poderes que os deuses gregos nos concedem, como com as armas que podemos utilizar. Conjugando estes dois elementos, conseguimos fazer 20 runs e nenhuma ser igual!
Não só encontramos uma imensa variedade na construção de cada run, como esta também se encontra nos pisos que visitamos. Várias vezes parei para observar a qualidade do mundo que a Supergiant construiu. Com uma aposta na arte mais cartoonish, utilizam uma palette tão vibrante que quase sentimos o calor a emanar das profundezas, tornando o ecrã um festival de cores quando começa a hora da matança.
Hades encontra-se disponível para a Nintendo Switch, e na Steam e Epic Store para PC.