Há quem defenda a ideia que a febre dos jogos Battle royal reformularam a forma como os jogos dedicados a multijogador vieram a ser pensados e desenvolvidos desde então. As sessões de jogo curtas e os desafios simples onde centenas de jogadores a competem em simultâneo, passaram a ser na última geração elementos comuns em jogos online competitivos e apropriados para festas.

Com a crescente popularidade do estilo Battle royal, o modo competitivo e cooperativo local começaram a cair em desuso e a base do sucesso e do insucesso, assim como a forma como se vai determinando a longevidade e actividade no mercado de cada título, sobretudo do género Battle royal, é calculado cada vez mais pela aceitação do público e da sua popularidade. Casos como Fortnite, Fall Guys ou PUBG: Battlegrounds viverão enquanto existir interesse, ou então alteram-se, moldam-se conforme o interesse das comunidades e caso não resulte, os servidores fecham e os jogos naturalmente desaparecem, sem deixar rasto.

Headbangers: Rhythm Royale é a nova proposta Battle royal que chega ao mercado para reunir 30 jogadores numa sessão de quatro eliminatórias, numa possível selecção aleatória de 23 minijogos diferentes. Com um grau de dificuldade gradual – durante as quatro fases, a finalíssima dá lugar a apenas 5 jogadores. A cada sessão, independentemente do resultado obtido em cada disputa, o jogador vai adquirindo experiência que poderá utilizar para comprar novos acessórios para personalizar a sua personagem – um hilariante pombo, que vai controlando durante os vários minijogos -, e podendo assim, destacar-se dos restantes 29 jogadores com o seu próprio estilo.

Parte dos desafios que Headbangers: Rhythm Royale oferece tem como tema central o ritmo, onde o jogador será desafiado a carregar no momento certo para saltar, mover ou acionar mecanicamente algum objecto. Há também vários minijogos de memorização ou de acção rápida, colocando os reflexos do jogador em prova. A maioria dos minijogos são engraçados, desafiantes e acessíveis, de boa selecção. Ainda a acompanhar cada estágio, as animações são riquíssimas e as músicas que os acompanham foram selecionadas a dedo. Porém, a determinada altura, a selecção dos 23 minijogos disponíveis nesta primeira temporada transmitem a sensação de repetição muito rapidamente.

Parte da proposta de Headbangers: Rhythm Royale passa pela memorização, execução e repetição – isto se o jogador quiser ser competitivo, perante os outros restantes 29 jogadores – e a inspiração é clara: Fall Guys. O jogador mais rápido, o que menos errar, o que for mais eficiente, terá maiores probabilidades de seguir em frente e de conquistar o tão desejado primeiro lugar.

Ao iniciar cada desafio, Headbangers: Rhythm Royale exibe instruções de como cada desafio funciona de forma bastante simplória, rápida e pouco atraente a jogadores inexperientes. As instruções das mecânicas – embora sejam simples, são dadas de forma muito apressada, e o jogador só começa a criar alguma intimidade jogando, repetindo, aperfeiçoando, sempre de forma online, em competição. Sente-se uma gritante ausência de um modo de treino – offline, para se ir aperfeiçoando os tempos, o ritmo, a intimidade mecânica, mas não estando disponível, o jogador é levado a repetir, a aprender com os erros, puramente sempre de forma competitiva.

Headbangers: Rhythm Royale utiliza o sistema de cruzamento de plataformas – um sistema bastante comum em jogos do mesmo estilo -, o que alarga imenso a base de jogadores disponíveis, e que futuramente poderá ditar o sucesso ou o insucesso do jogo, contudo no momento que o jogo está a ser analisado, já é possível sentir algumas flutuações de jogadores disponíveis. Headbangers: Rhythm Royale não tem modo offline, não tem modo para se jogar contra o computador e, como tal, dependerá sempre de uma base de jogadores em rede para que as partidas se iniciem – e já é possível avistar alguns bots, infelizmente. Para além disso, o jogo possui imensos ecrãs de carregamento, e alguns bem longos, por sinal, o que tornam cada início de jogo lento e aborrecido.

Agradecemos à editora por nos ter cedido uma chave para análise.

CONCLUSÃO
Terá de ganhar corpo no futuro
6
headbangers-rhythm-royale-analiseHeadbangers: Rhythm Royale tem como proposta agradar os jogadores que apreciam o estilo Battle royal e fá-lo bem: é divertido, hilariante, constrangedor, colorido, animado; contudo a forma como irá no futuro progredir, com novo conteúdo para as próximas temporadas, com novos minijogos atrativos e igualmente polidos, ou a forma como irá manter a base de jogadores activa, é uma incógnita. A selecção de minijogos é boa, bem feita e arrojada, mas é curta, dada a proposta do jogo. Apesar de Headbangers: Rhythm Royale se apresentar como um jogo simples, a forma como introduz os minijogos também não o faz de forma cautelosa, sobretudo para jogadores com menos intimidade com videojogos, dando imenso a sensação de faltar conteúdo offline, principalmente de treino, para os jogadores criarem um pouco mais de afinidade com cada minijogo.