Não sei se foi por mera coincidência que, logo após ter terminado este gigantesco RPG, rumores começaram a surgir sobre a Guerrilla Games estar a planear uma trilogia para Horizon Zero Dawn e já ter a sua próxima sequela em fase de desenvolvimento. Espero bem que seja verdade, porque só de pensar nessa ideia pareço uma criança aos pulinhos!
O jogo foi publicado pela Sony Interactive Entertainment e lançado em 28 de Fevereiro de 2017, exclusivamente para a PS4. No entanto, como tem sido a recente tradição da Sony, o jogo vai deixar de ser exclusivo e será lançado em meados de 2020 para PC.
Antes de comprar Horizon Zero Dawn e ter dado o meu stalk habitual a quase tudo o que era relacionado com o jogo, algo já me dizia que não era só mais um título, mas sim aquele TÍTULO que me iria marcar como uma lufada de ar fresco e não me iria deixar desiludida.
Bem, o meu instinto estava certo! Horizon Zero Dawn foi mesmo aquilo que precisava para conseguir terminar um jogo de sorriso na cara e ainda querer mais.
Horizon Zero Dawn Tem um Visual Incrível
Para além de ter um mundo visualmente magnífico a explorar; o combate proporciona uma mistura de estilos que é satisfatória em todos os sentidos; o design detalhado das máquinas e a maneira como estas reagem às nossas abordagens foi algo que me deixou estupefacta e a narrativa consegue abranger temas super pertinentes que devem servir como um aviso para a nossa sociedade, ao mesmo tempo que revela-nos a história misteriosa por trás de Aloy. Ah sim a Aloy, que é só umas das melhores protagonistas femininas que já não via em que tempos. Onde estiveste durante este tempo todo, Aloy?
Horizon Zero Dawn mostra-nos um possível futuro em que poderosas máquinas passaram a assumir controlo sobre o nosso planeta e a humanidade viu-se obrigada a regressar aos primórdios da sua evolução. As máquinas estão a tornar-se cada vez mais fortes e perigosas, e neste decorrer um grande mal está prestes a despertar. O nascimento de Aloy é um acontecimento repleto de mistério para a tribo Nora, crentes na grande mãe natureza, estes acabam por considerar a jovem uma possível ameaça para a terra sagrada.
No entanto, uma das matriarcas acaba por entregá-la a Rost, um forasteiro da tribo. Embora os ensinamentos dos Nora sejam contra a tecnologia do antigo mundo, Aloy cresce com um espírito demasiado curioso em relação ao mundo à sua volta, acabando por achar um aparelho tecnológico chamado “Foco”. A sua vontade de querer encontrar respostas leva-a a participar num torneio cujos eventos irão mudar o rumo da sua vida para sempre.
Acompanha Aloy, uma futura caçadora que pretende descobrir as suas origens e o que está por trás das ruínas de uma grande civilização!
Aqui fica uma foto linda da minha cópia física:
Um Mundo Inteiro a Explorar
Assim que começas a jogar Horizon Zero Dawn, o primeiro elemento a destacar-se é o seu magnífico mundo aberto. Tens tanto, mas tanto por onde explorar! Cada região foi feita com incrível detalhe e as paisagens são absolutamente deslumbrantes, falo por mim que raramente fiz fast travel só para puder voltar a certas regiões.
Outra parte divertida é que podes fazer Aloy saltar para os locais mais improváveis do mapa, até porque apenas escalar pelos pontinhos amarelos nos rochedos pode tornar-se um pouco aborrecido… Ao saltar constantemente pelas montanhas, acabava seguindo rumos completamente diferentes daqueles que eram sugeridos. Apesar de estes não serem sempre os mais fáceis e quase me deixarem fora do mapa, conseguia alcançar novos horizontes com vistas marcantes… Se fosse a contar as vezes que parei para apreciar a vista neste jogo, acho que nunca mais sairia daqui!
Mecânicas de Jogo
Apesar de terem objectivos um pouco idênticos, as missões secundárias nunca me pareceram repetitivas, cada uma consegue ter o seu próprio charme e prender a nossa atenção com narrativas intrigantes.
Os NPCs não são todos iguais, o que é quase uma raridade hoje em dia! Para além de terem aspecto e vestuário diferentes, ao interagires com estes, notas divergências entre personalidades. Existem determinados NPCs que têm um papel significativo no jogo, ao ponto de chegarem a tornar-se teus aliados e ajudar na batalha final.
Durante o jogo também vais reparar que o diálogo, por vezes, se divide em escolhas, variando entre três tipos de personalidades: o coração representa a afinidade, o cérebro é a inteligência, e o punho remete para a severidade. Opta conforme aquilo que achares mais correcto. No entanto, deixo a nota que as escolhas não influenciam o rumo da história, mas sim a informação adicional que recebes.
Outro pormenor que reparei, mas nada que mereça muita atenção, é que em algumas circunstâncias parece que as expressões faciais das personagens empancam um bocado. Mesmo assim, a boa qualidade do diálogo ajuda a passar essas situações mais despercebidas.
Horizon Zero Dawn possui ciclo de dia e noite com climas específicos para cada região. Tanto podes estar a escalar montanhas cobertas de neve como percorrer os areais de um extenso deserto ou vales verdes cheios de vida.
Para além da terra sagrada, podes visitar outras pequenas tribos e cidades.
Vários desafios encontram-se espalhados pelo mapa como as áreas de caça, onde tens de completar missões de caça dentro dum tempo limite; os acampamentos de bandidos que, após serem invadidos, podem ser transformados em refúgios e os “caldeirões” das máquinas, muito úteis se queres aprender a controlar todos os tipos de máquinas.
Quer queiras ou quer não, vais ter de derrotar as maiores máquinas que possas imaginar em Horizon Zero Dawn – isto para que possas progredir com a história principal. Quando derrotas estas criaturas, elas soltam materiais essenciais para fazeres melhoramentos às armas de Aloy.
Colecciona e Progride
Mesmo que não tenhas muito espaço no inventário, convém dares sempre uma espreitadela às suas carcaças para procurares materiais mais raros que possam ser vendidos a alto preço. Para além de coleccionáveis especiais, podes apanhar itens espalhados no mapa que ajudam a recuperar vida e criar munição.
O jogo também possuí uma maneira interessante em desenvolver o lore da história ao coleccionares placas de aúdio e vídeos holográficos que estão escondidos nas ruínas da antiga civilização.
Vários Equipamentos à Escolha
Durante o jogo, o equipamento principal de Aloy é essencialmente constituído por armadilhas explosivas ou eléctricas, arco e flecha com munição normal ou de fogo, e lança para combate frente-a-frente ou stealth.
O Foco de Aloy é igualmente determinante, tanto durante combate como em exploração. Em combate podes utilizar este aparelho para detectar os pontos frágeis das máquinas ou delinear o caminho que estas percorrem para preparar algumas “surpresas”. O Foco é útil em exploração, especialmente no que toca a missões, servindo para analisar objetos; rastrear movimento ou identificar adversários.
Ao caçares animais, tens a possibilidade de fazer upgrade à quantidade de equipamento que carregas. Tudo o que é equipamento pode ser personalizado, desde vestuário a armamento. Cada arma que adquires também traz um mini tutorial que pode ser completado em troca de alguns pontos de experiência para acrescentar ao teu nível.
A lança de Aloy é tão importante como o aparelho de Foco, pois contém uma peça que te permite fazer override das máquinas, ou seja, hackeá-las para que estas se tornem temporariamente tuas aliadas, podendo até ser utilizadas como veículo.
Cada caldeirão no jogo corresponde a uma tipologia de máquinas. Ao chegares ao seu core e fazeres override pode controlar máquinas mais poderosas, o que é bastante útil em futuras batalhas.
Criaturas Imensas e Diversas
Palavras não podem descrever a sensação de adrenalina que é estar a atacar robôs gigantes só com um arco e flecha, à medida que Aloy se concentrava e o tempo abrandava para poder atingi-los com mais precisão. Ou, por outro lado, a aflição de já ter pouca munição e utilizar as armadilhas como último recurso para destruir criaturas difíceis como o Rockbreaker.
Existem várias máquinas em Horizon Zero Dawn; a sua estrutura assemelha-se a dinossauros ou a outros animais mais comuns. Apesar de ter enfrentado muitas destas em tamanhos ameaçadores como o Thunderjaw ou o Stormbird, acabei por me assustar a sério com a única que era realmente inofensiva.
Sim, é verdade: a primeira vez que vi um Tallneck foi algo de inesquecível! Quando senti as pegadas enormes a vir na minha direção, comecei a entrar em pânico a pensar que a criatura vinha com intenções de esborrachar-me. Ainda por cima estava de noite no jogo e não conseguia ver quase nada. Depressa apercebi-me que o pânico todo era desnecessário e fiquei simplesmente a apreciar a vista. Isto até aperceber-me que podia escalá-lo como uma torre e obter informações do mapa!
Um Caminho Estonteante
Em relação à história, posso dizer que é cheia de surpresas! Desde cedo começava a formular teorias complexas sobre as origens por trás do enigma “Horizon Zero Dawn” e nenhuma delas acabou por estar correcta.
O jogo superou as minhas expectativas e conquistou o meu coração pela recriação de um mundo que é dividido entre o natural e o robotizado. Não é nenhuma mentira que a nossa sociedade tem sede constante por evolução, especialmente no que toca a novas tecnologias. Horizon Zero Dawn mostra-nos até que ponto isso pode ser catastrófico, especialmente no que toca ao ramo da robótica.
Muitos gostam de apontar glitches ou pequenas falhas mediante jogos de mundos abertos, mas na minha experiência não assisti a nada disso em Horizon Zero Dawn.
No fundo, é uma peça artística bem formulada que nos deixa uma certa vontade em jogar tudo novamente só para reviver a experiência, ainda que tenha umas boas 50 horas de jogabilidade.
Por último, também quero dar destaque à maravilhosa banda sonora do jogo, foram vários os momentos que fiquei arrepiada com a sua grandiosidade, composta por ritmos calmos ora tumultuosos, que se assemelham à jornada de Aloy diante o desconhecido.
Apesar de ter devorado o jogo desde início até ao fim, admito que me ficou a faltar o seu DLC, Frozen Wilds, mas esse vai ter de ficar para uma próxima análise.
Horizon Zero Dawn está disponível para Playstation 4, eventualmente também será lançado no verão de 2020 para PC.