Sou um grande fã do universo que George R. R. Martin criou. Quando acabei de ler todos os livros de Game of Thrones: A Song of Ice and Fire, vivi tempos de ansiedade desmedida para que a série chegasse e a verdade é que não me desiludiu nada comparado aos livros (tirando a omissão de algumas partes, próprias de uma adaptação).
As personagens estavam bem entregues às atrizes e atores que as interpretavam, o argumento estava muito parecido com os livros em termos de surpresas, de cadência de emoções, de vivacidade, mas no fim culminou numa amálgama de coisas que não resultaram muito bem talvez por a última temporada não ter tido o apoio de um livro que até à data de hoje ainda não foi lançado.
Por causa deste final de Game of Thrones, e apesar de não ter sido o mais crítico do final, esse final acabou por não me deixar com saudades do universo e não estava particularmente ansioso por esta House of the Dragon. Esperei que todos os episódios saíssem para me dedicar à série e no fim de tudo, digo o seguinte: meh. Vou explicar…
Esta série passa-se muito tempo antes da guerra pelos Sete Reinos em Westeros protagonizada por Daenerys Targaryen, Jon Snow, Cersei Lannister e companhia. Nela começamos por perceber como foi formada esta nova dinastia Targaryen com Viserys a assumir o papel de rei depois de uma crise de sucessão. Vamos ter oportunidade de conhecer algumas famílias que não estão presentes em Game of Thrones, mas também de encontrar os antepassados de algumas personagens bem conhecidas (parece que os Lannister sempre foram assim para o odiáveis). Com um orçamento gigante, e com paisagens fantásticas ajudadas por um muito bom CGI, se faz esta série mas…
House of the Dragon é previsível. É uma série que se perde a tentar construir personagens sem tempo, a quantidade de anos que passam durante esta primeira temporada parece-me demasiado, a dada altura uma pessoa não sabe quem é quem, o que aconteceu e o que está a acontecer.
Apesar disso, temos coisas boas, em termos de CGI, temos muito mais dragões que em todas as temporadas de Game of Thrones (ou não se passasse esta temporada 100 anos antes dos acontecimentos de GoT), temos também a fantástica paisagem de Monsanto que serve muitas vezes as melhores imagens em termos cinematográficos na série.
Depois temos a maravilhosa atuação de Paddy Considine como Viserys Targaryen. Já o tinha adorado como Father John Hughes em Peaky Blinders e aqui volta a ser a estrela da companhia. Esta personagem é uma das melhores pessoas que vimos como rei neste universo, parece até que daria um bom companheiro de jantar, o que é único em GoT. Infelizmente para mim, mais nenhuma atuação me encheu as medidas e sinto-me bastante triste por isso.
No fim de tudo, fico sem vontade de saber quando vai ser a segunda temporada, não estarei ansioso para que chegue, ainda assim, por respeito a este universo, lá estarei a vê-la.
House of the Dragon está disponível na HBO Max.