Lembram-se de Ikumi Nakamura? Certamente que será difícil de esquecer. A grande sensação da E3 de 2019 concedeu uma bela entrevista ao canal de Youtube Cutscenes. Uma encontro muito cinematográfico e com belos planos fotográficos, num cenário spooky, como a mesma gosta de mencionar; e bem ao seu estilo muito peculiar.
A ex-directora criativa de Ghostwire: Tokyo, começou por falar um pouco das suas origens enquanto jogadora, referindo que colocou pela primeira vez as mãos numa Playstation One durante a escola primária, com Resident Evil e Final Fantasy VII, e já mais tarde em outra plataforma: Devil May Cry.
Como uma notável fã de jogos de terror, o primeiro Resident Evil foi das primeiras experiências que teve na consola, e como qualquer criança e adolescente que cresceu durante os anos 90, não foi nada fácil jogar o título pela primeira vez, tal era o clima assustador nunca antes visto até então.
Quanto ao Resident Evil, eu sempre fui muito fã do género de terror em geral, mas quando o joguei pela primeira vez, foi muito assustador, mas bastante divertido ao mesmo tempo. Foi aí que pensei que os jogos eram algo de fascinante.
Foram acima de tudo estes três títulos que motivaram a jovem Nakamura a envergar pela indústria dos videojogos, bem, isso e um DVD bónus incluído na edição de Resident Evil; no qual os developers bebiam até cair e discutiam entre si. Amor à primeira vista. Curioso, no mínimo…
Mais tarde em 2005, após ter concluído o seu curso, viajou para Osaka; e foi aí que começou a trabalhar na Capcom, fazendo já 16 anos que dedica a sua vida profissionalmente aos videojogos.
O seu primeiro título em que trabalhou, foi Okami, a aclamada obra de Hideki Kamiya. Um jogo muito singular, com traços artísticos de um grande brilhantismo. Mais tarde, ainda com Hideki como director, participou também em Bayonetta, um dos títulos que mais empolgada a deixou, já que era uma grande fã de Devil May Cry.
Mas foi em The Evil Within que Ikumi não só brilhou, como despertou uma grande paixão pela propriedade intelectual da Tango Gameworks, já que considera Evil Within quase como ‘a sua cria’. Trabalhou por lá até 2019, deixando a sua posição por motivos de saúde.
Durante os meus dias na Capcom, os veteranos dormiam debaixo das suas secretárias, tal era a paixão e dedicação aos videojogos. Essa dedicação excessiva pode trazer alguns problemas mais tarde, tal como surgiu na minha saúde. Comecei a pensar se não haveria uma maneira para fazer jogos enquanto me sentia melhor, e não consegues fazer jogos se não estiveres de boa saúde. Foi quando decidi sair antes que fosse tarde demais. “Fugir” foi uma boa escolha.
Após o anúncio da sua despedida, as suas redes sociais foram invadidas por mensagens de apoio, encorajamento, e até ofertas de emprego e pedidos de visitas a estúdios. Uma oportunidade que Ikumi aproveitou ao máximo, já que conseguiu absorver muitas boas ideias, além de tirar partido sobre a aprendizagem de variados diversos ambientes de trabalho.
Foi assim, que Ikumi decidiu fundar o seu novo e pequeno estúdio independente, junto da mais recente propriedade intelectual que tem trabalhado com a sua equipa. Nada sabemos sobre o projecto ainda, mas as ideias bem afincadas de Ikumi Nakamura prometem trazer algo inovador aos jogadores:
Comecei nos cargos mais baixos, portanto sinto-me uma directora criativa que conhece um pouco de cada departamento. Quero tentar ao máximo passar essa mensagem à minha equipa, para que possa ganhar a sua confiança, e confiar mais.
Nakamura finaliza este mini documentário a explicar-nos de como revigorante e vantajosa foi para si viajar um pouco por todo o mundo e aprender sobre novas culturas, e que mesmo com a barreira linguística, espera atrair enorme talento de todos os lugares do mundo para trabalhar neste novo projecto.
Nakamura espera também atrair talento de todo o mundo para trabalhar com ela na sua nova casa, outra decisão que foi tomada após as suas viagens. “Claro que há uma barreira linguística, mas mesmo para alguém como eu que não consegue falar inglês, quero comunicar com pessoas que tenham a curiosidade de aprender e compreender os outros”.
A duração desta entrevista é de aproximadamente 17 minutos, e podes verificar tudo de forma completa abaixo, com legendas em inglês: