Introdução aos Videojogos Portugal criança de 7 anos Nintendo

Algumas das memórias que mais cedo e de tenra idade formei, estão ligadas aos videojogos. Na altura comecei a aprender o que eram estes fascinantes engenhos que misturam inputs físicos com o controlo de personagens e objetos, perto dos meus 4 anos de idade, e muito de mão dada com familiares e amigos, fui gatinhando até receber a minha própria consola aos 6 anos.

Nessa altura, os jogos chegaram a minha casa sob pretexto e por necessidade de ter algo que me fizesse de companhia durante as longas férias e tardes livres que tinha pela frente sozinha depois da escola e das minhas atividades. Embora ache que tenha tido muita sorte nas escolhas dos jogos que vieram parar cá a casa, a verdade é que hoje em dia não precisaria de ser assim. Com um artigo como este, talvez muitos padrinhos, irmãos e pais, possam ter um recurso que não os entregue à sorte, e ajude a efetivamente encontrarem o que procuram: uma forma saudável de introduzirem os videojogos na vida de uma criança e na sua casa.

A Proposta

Se alguém pensa que dar uma consola, e alguns videojogos, a uma criança, irá deixá-la isolar-se e a criar menos laços com a família lá de casa, então é porque na realidade esse alguém não foi introduzido aos videojogos, ou então é porque fez tudo completamente errado. Nisto, devo dizer que o primeiro ponto, na minha ordem de objetivos para esta pequena (espero *oof ) série de artigos, é precisamente mostrar como os videojogos podem incentivar à criação de memórias e momentos em família, onde uma criança e todos os familiares podem aprender com os seus benefícios, e contribuir para a solidificação dos laços afetivos.

Coisa que me enche de nostalgia é relembrar os primeiros tempos de fascínio pelo mundo vibrante atrás do ecrã. Um mundo onde podíamos ser pilotos, jogadores de futebol, policias, enfim… Tudo o que o nosso coração procurasse ser na altura. O mundo da imaginação abre-se como um livro estendido, com páginas que tocam o horizonte, e com linhas de mais de 1000 histórias escritas e por viver, através de uma única máquina didática que nos permite viajar, e no entanto pasma-me o quão subestimada tem sido. Esta possibilita que aos olhos dos mais pequenos, os mais velhos se tornem visualmente nos seus heróis. Hoje em dia, com as famílias cada vez mais dispersas, é também uma excelente altura de re aprendermos a usufruir desta magia para reativar os laços perdidos ou mais distantes.

Por vezes, vemos alguns pais comprarem jogos sem saberem efetivamente o que estão a levar para casa, só por acharem que as crianças vão ficar entretidas e sossegadas no seu cantinho, e que assim deixarão os adultos descansar. Muitas vezes, nem reparam no selo PEGI que tem presença obrigatória na capa de qualquer videojogo, e que indica a partir de que idade a obra em mãos é indicada. Talvez esses pais também já necessitem de desfrutar da brincadeira, sendo esta uma atividade lúdica e inclusiva.

Se déssemos mais voz às crianças que recebem estes jogos, há algo que os pequenitos gostariam de puder dizer a estes pais: gostariam de dizer que queriam mesmo era puder contar com os pais e com a família para partilharem destas aventuras e jogarem com elas, passando tempo de qualidade juntos, como que um escape do dia-a-dia. Para a grande maioria dos nossos leitores na Squared Potato, já jogadores de longa data, a realidade e os conhecimentos que pretendo passar nesta longa introdução não são novidade nenhuma, e podem conferir tudo o que refiro. Por isso, estes podem saltar esta parte e passar diretamente para a lista de jogos. No entanto, quero referir enquanto mantenho a vossa atenção, que foco esta série de artigos pensando mais nas famílias que nunca jogaram e não têm conhecimentos sobre como começarem a dar estes passos, e daí a sua extensão até chegarmos à parte dos jogos.

Passados alguns estigmas, a sociedade começou finalmente a ver que os videojogos estimulam o desenvolvimento cognitivo e a coordenação das crianças, incentivam à cooperação para se entre-ajudarem umas às outras a superar os desafios mais difíceis destas aventuras, bem como à comunicação para falarem destas aventuras e dificuldades, mas também para se vangloriarem das suas conquistas. Aqui reforço esta última parte, porque as crianças querem muito falar sobre os seus videojogos favoritos, mas estarão os adultos abertos para as ouvir e conseguirem acompanhar sem jogarem? Não se forem o tipo de adultos que só lhes compra os jogos para as deixarem ficar sossegadas a jogar sozinhas e a um canto da casa.

Além de tudo isto, os videojogos ainda têm também um enorme potencial para ensinar como nenhuma outra ferramenta de ensino alguma vez existiu na história da civilização humana. Aqui temos espaço para aprender História como se efetivamente o jogador tivesse estado lá, vivendo-a quase em primeira mão. Temos Estudo do Meio, que obriga a ter logo um pensamento consciente na maior parte dos jogos que o abordam, Geografia para quem quiser saber como os reinos e impérios evoluíram ao longo dos tempos até à atualidade, Física, Química e Ciências, porque para avançarmos nos videojogos temos uma curva de aprendizagem que aguça a lógica do jogador, para o ajudar a perceber como todo o seu mundo funciona. Matemática e por aí fora, mas também e sobretudo, umas boas doses de Inglês e ainda há espaço para se aprender e experimentar outras línguas estrangeiras! 

Imaginemos que queremos começar por introduzir os videojogos na vida de uma criança com 7 aninhos ou pouco mais, idade ideal na minha ótica. Este é o foco deste artigo, mas também é importante pesar a vida familiar em casa, e portanto escrevo com a ideia de que a mesma tanto pode viver num ambiente familiar muito ativo, com pais e irmãos sempre num cagaçal, como que pode apenas viver com um dos seus progenitores, e serem só os dois a se apoiarem no dia-a-dia. Ambientes muito diferentes, com as suas peripécias, mas que em ambos os casos, os videojogos podem funcionar como uma chave-mestre para desbloquear um novo hobby, para estarem todos presentes naquele momento e passarem tempo de qualidade juntos. 

A escolha da Consola perfeita

A primeira questão a que temos de responder, é obviamente a escolha da consola perfeita para esta criança e para o seu ambiente. Embora eu planeie fazer uma abordagem diferente deste artigo para cada uma das marcas de consolas existentes do mercado, de forma a eventualmente aproveitar as que já possam existir aí em casa, é importante referir, francamente, que há uma resposta concreta e um bocado óbvia nesta questão.

Precisamos de uma consola versátil, que possa ser facilmente transportável e adaptável a diversas adversidades e maneiras de se jogar. Uma consola cujos comandos não sejam muito grandes para as mãozinhas da criança, que sejam fáceis de se substituir, e igualmente uma consola onde seja fácil juntarmos mais comandos para aumentarmos o número de jogadores. 

Nintendo

Felizmente, hoje em dia há precisamente a consola ideal para tudo isto no mercado, e devo acrescentar que nunca houve consola mais perfeita para preencher todos estes requisitos: a Nintendo Switch, versão normal ou OLED. Esta vem logo com dois comandos, e pode ser jogável tanto numa televisão como no próprio ecrã táctil integrado na consola. Desta forma a família pode desfrutar dos videojogos durante as viagens ou em casa. Além disto, uma clara vantagem é que pelo mesmo preço de apenas um comando individual de qualquer outra consola, consegue-se comprar um novo par de comandos para a Nintendo Switch, e assim ficar com 4 comandos que já garantem espaço para toda a família.

Na altura de fazer as contas, isto permite economizar bastante, dado que para termos 4 comandos noutras consolas, seria preciso gastarmos o triplo do valor. Em boa verdade, com sorte também se apanham packs onde podem vir incluídos 2 comandos numa PlayStation ou Xbox, ou ainda, podemos explorar os mercados de segunda mão.

Nintendo-Switch-Oled-Splatoon

No entanto é preciso ter atenção a esta última parte, dadas as burlas na internet. Nós aqui na Squared Potato, estamos atentos e repudiamos a forma como essas práticas têm infestado os mercados de segunda mão. Por isso também já abordámos dicas e regras para ensinarmos os nossos leitores a não caírem nesses esquemas e a saberem procurar negócios fidedignos. Espreita este artigo com atenção, se estiveres a pensar ir procurar consolas no OLX, Facebook Markets e afins..

Importa também referir que a Nintendo Switch é 200€ mais barata que a concorrência, e de todas é sem dúvida a consola desenhada a pensar nas famílias, ao passo que as outras tendem para uma biblioteca de jogos para o público mais crescido, e com tecnologia que não seria muito aproveitada pela criança. Com muitos pesos na balança é portanto com muita ponderação que indico esta consola.

Fiquem para já com uma apresentação da da Nintendo Switch OLED:

Nota: Apenas escolhi o vídeo do modelo OLED para poderem ver melhor as diversas formas de se jogar com a consola, sendo a versão não-OLED, a normal, uma perfeita escolha.

Ao abrirem pela primeira vez a consola, num local com acesso a wifi, serão guiados pela Nintendo na preparação da conta de utilizador da criança, uma Conta Nintendo que serve para agregar a biblioteca de jogos que iremos construir de seguida, bem como o serviço mensal que é opcional, mas muito interessante e que menciono mais no final deste artigo. Esta conta ficará ligada a um login que é preciso associar a um email, por isso é importante que os pais já tenham a ideia de qual utilizar em antemão.

Outro tema interessante a explorar nesta consola, é o Controlo Parental. Através de uma aplicação instalável nos smartphones dos pais, temos a possibilidade de definir as horas de jogo por cada dia da semana a que a criança terá direito a passar com a consola. Além disto, a aplicação também é útil para notificar os pais sobre quais os jogos que a mesma jogou e parece gostar mais, o que sempre abre alguns temas de conversa à mesa, mas relembro, a ideia deste artigo é pôr a família a participar e a jogar com a criança, e não simplesmente dar-lhe os jogos para ela jogar sozinha. Deixo abaixo o vídeo onde a Nintendo PT explica tudo sobre esta funcionalidade:

Estando tudo configurado e pronto a funcionar, é hora de começarmos a pensar na biblioteca de jogos que queremos construir, e assim, e com a ajuda dos meus caríssimos colegas da Squared Potato, debatemos e pesámos uma lista dos 21 videojogos excelentes que são ótimas escolhas para introduzirmos a criança e a família a este novo hobby, pondo em destaque 3 grandes categorias: tempo em família, tempo com um progenitor, tempo sozinho. Sem mais demoras, vamos lá!

Joana Sousa
Apaixonada pelo mundo do cinema e dos videojogos. A ficção agarrou-me e não me largou mais! A vida levou-me pelo caminho da Pós-Produção, do Marketing e da organização de Eventos de cultura pop, mas o meu tempo livre, dedico-o a ti e à Squared Potato.