De regresso ao mundo de We Happy Few, encontramos o primeiro de 3 DLCs: They Came From Below.  Um novo capítulo que pretende expandir ainda mais os horizontes desta estória bizarra, com horas onde podemos rentabilizar novos conteúdos.

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Roger e James

Como seria de esperar, este DLC apresenta-se como um novo capítulo, onde o jogador terá de reviver novamente todo o mundo de We Happy Few, sob o ponto de vista de novas personagens principais. Pois bem, depois de vestirmos a pele de Artur, Sally e Ollie, chegou a altura de nos prepararmos para interpretar o papel de Roger. Uma personagem que todos os jogadores se deverão recordar e qual inevitavelmente me rouba um sorriso.

Roger e o seu namorado James, são os dois ajudantes / guardas que protegem a cientista louca Dr. Faraday na sua mansão. Esta última, acaba por desaparecer misteriosamente durante o capítulo de Artur, e é agora, interpretando o papel de Roger, que conseguimos encontrar as respostas para resolver o mistério. Contudo, para não vos dar spoiler, só vos digo que nada do que vimos anteriormente no jogo, me faria prever a aventura do outro mundo em que me fui meter.

Sempre com muito mistério a pairar no ar, avançamos novamente a bom ritmo numa jornada também muito introspectiva, como tenho vindo a notar que é o fulcro deste jogo. Questões como o que é correcto e o que não é. Os sentimentos, a liberdade e o direito à vida, são algumas questões já analisadas nas estórias das personagens anteriores, mas nada comparado ao nível deste DLC, pois é uma realidade diferente de todas as que conhecemos até então.

Aqui até mesmo as relações mais íntimas são testadas até ao limite. Contudo sinto que ficaram em falta condimentos que viessem a despertar no jogador maiores ligações para com estas personagens. Pois recordo-me que algo que apreciei no jogo principal foi a familiaridade que chegamos a criar com as personagens secundárias. Aqui lamento dizer, mas para além de não ligar a mínima para as outras personagens, cheguei mesmo a detestar o relacionamento entre Roger e James. Pois este último demonstrava-se extremamente possessivo, mandão, e sempre a querer encurtar as rédeas à nossa personagem principal… Deixava-me sempre com um sabor amargo quando o ouvia a reclamar pelo intercomunicador… Roger por outro lado foi uma personagem que sobressaiu imenso. Finalmente uma personagem com as ideias no sítio e que se sente viva.

They Came From Below

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Novas armas e menos mecânicas

Para cada personagem individual, a Compulsion Games procura dar um cunho próprio à sua parte da história. O melhor exemplo disto, é o facto de a cada personagem que controlamos, vermos o UI ser completamente adaptado para um estilo gráfico que tem mais a haver com a personalidade de quem controlamos.

Outra característica é ao nível das skills, que são também totalmente diferentes e adaptadas ao individuo. Recordo que Artur recorria muito à inteligência para criar engenhocas, já Sally, sendo mais fraca, procurava novos conhecimentos a nível de químicos que pudesse utilizar para imobilizar os inimigos mais facilmente sem os confrontar. Contudo é neste ponto que  em They Came From Below começam a surgir as maiores mudanças em termos de mecânicas de jogo. Pois Roger, simplesmente não possui qualquer skill tree, mas também não precisa.

E por falar nas skills, é já agora de mencionar que também temos em falta o sistema de crafting. Mas novamente, tal também não se sente necessário, pois foi substituído de certa forma para que ao longo da nossa progressão encontremos certos upgrades para a nossa Ray Gun. Esta é a arma principal do jogo e permite-nos disparar vários tiros ou então fazer um ataque carregado em que o projéctil tem maior impacto sobre a área que circunda o inimigo. A Ray gun tem também uma vertente que nos possibilita empunhar a arma de forma a podermos andar a cacetada com os inimigos quando esta está com pouca bateria, e assim carregar.

Em adição, temos também outro gadget que nos permite manipular a posição de certos objectos, mas achei que esta contribuiu com uma mecânica muito pouco explorada. Em contrapartida a estas adições e substituições, tivemos também um corte no sistema que media as necessidades fisiológicas da personagem. Ou seja, aqui não temos a necessidade garantir que a personagem está bem alimentada e hidratada, nem temos sequer a presença da Joy para que conste. Sendo que só temos de nos preocupar com a saúde do personagem, uma vez que vamos apanhar muita pancada e que temos poucos recursos para nos curarmos. A ausência deste sistema foi deveras a mais notável. A quantidade bastante limitada de bálsamo para curar a personagem, acabou a longo prazo por tornar a minha experiência algo maçadora, visto que temos de enfrentar algumas hordes de inimigos pelo caminho.

They Came From Below

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Arte

Sem grandes novidades em relação ao jogo base. Aqui encontramo-nos perante uma arte que explora um estilo meio vintage, mas com um toque futurista meio bizarro que conferem a este DLC a identidade visual que marcou o jogo principal. De maior destaque, temos a mencionar a sua banda sonora, que transporta-nos para uma atmosfera mais sci-fi, como se estivéssemos numa outra dimensão.

We Happy Few: They Came From Below, já está disponível tanto para compra individual como integrado no Season Pass para PlayStation 4, Xbox One e na Steam para PC.

CONCLUSÃO
É bom, mas não vai deixar saudades
6.5
Joana Sousa
Apaixonada pelo mundo do cinema e dos videojogos. A ficção agarrou-me e não me largou mais! A vida levou-me pelo caminho da Pós-Produção, do Marketing e da organização de Eventos de cultura pop, mas o meu tempo livre, dedico-o a ti e à Squared Potato.
we-happy-few-they-came-from-below-analiseO primeiro DLC de We Happy Few, traz-nos uma história completamente nova e inesperada, que nos lança numa nova perspectiva sobre o mundo do videojogo. Este capítulo é focado em Roger e James, que procuram desvendar o mistério do desaparecimento da Dra. Faraday. Aqui é notável a substituição de algumas das mecânicas que marcaram presença no jogo principal, bem como cortes em sistemas que não fariam muito sentido estarem aqui presentes. Pessoalmente, supreendeu-me, mas a longo prazo acabou por me começar a massar um pouco.