Depois de Kirby and the Forgotten Land e Kirby’s Dream Buffet, regressamos novamente ao género das plataformas com mais um título recém-chegado, o Kirby’s Return to Dream Land Deluxe!

Esta nova entrada na família de consolas Nintendo Switch é um remake do jogo Kirby’s Return to Dream Land (conhecido na Europa como Kirby’s Adventure Wii), lançado em 2011 para a Nintendo Wii. Quando comparado, este recebeu várias melhorias gráficas e ainda uns extras que poderão justificar a compra do jogo, mesmo para aqueles que já o jogaram na sua versão original. Então sem demoras vamos lá conhecer um pouco mais este jogo!

História

Kirby e seus parceiros encontram-se a festejar quando de repente uma fenda se abre nos céus, saindo de lá uma nave mágica severamente danificada e que se despenhou nas redondezas. Kirby e companhia, chegando ao local de embate, deparam-se com Magolor, um ser de outro mundo que viu a sua nave destruída por uma criatura terrível e agora não tem hipótese de regressar ao seu mundo. É aqui que Kirby e os seus amigos oferecem ajuda ao pobre coitado para recolher as várias peças da nave, espalhadas pelos vários cantos do mundo.

Em honesta palavra pessoal, este é aquele tipo de história que quase nada (ou nada mesmo) me interessou. Não falamos de um RPG aqui, onde temos que prestar atenção às conversas entre personagens. Este é um jogo com uma história muito simples dedicada a um público mais jovem, que praticamente entende tudo o que se passa só de olhar para as cutscenes durante a aventura. E falando em entender, tenho que falar-te dos idiomas do jogo.

Kirby’s Return to Dream Land Deluxe vem com os típicos idiomas que já conhecemos e, agora novidade, o idioma português! Mas espera…português do Brasil! Por um lado fico contente e por outro preocupado. Primeiro, o fato de ser português do Brasil sempre facilita muitas pessoas que têm dificuldade com o inglês, o que ajuda na altura de jogar em conjunto com alguns membros da família, como seniores por exemplo. Por outro lado, temos aqui uma janela aberta para os mais jovens (falo em novatos de 6-7 anos) começarem a aprender erradamente o nosso português, pois que existem termos ligeiramente diferentes entre brasileiro e o português. Isto preocupa, em particular nos casos em que não haja acompanhamento parental para explicar os termos corretos à criança.

Sempre desejei ver os jogos Nintendo a adotarem a nossa língua, mas já percebi que ainda falta tempo para que o sonho se concretize.

Gameplay

O jogo, como muitos outros jogos Kirby, passa-se num mapa mundo, constituído por várias zonas, que compõem um bioma próprio. Cada zona é constituída por vários níveis, sendo que o último abriga o Chefão (Boss) cuja sua derrota concede uma peça da nave e consequentemente desbloqueia a zona seguinte.

Os níveis estão bem elaborados e incluem alguns desafios, que poderiam ser ainda mais desafiantes se Kirby não tivesse a habilidade de voar. Infelizmente, é algo com que terei que conviver. Jogo de plataformas e habilidade de voar são duas coisas que nunca vi combinarem bem. Talvez seja por isso que muitos acham os jogos de Kirby bastante fáceis.

Como sempre, Kirby tem a capacidade de sugar inimigos e absorver os seus poderes, tornando-o apto a derrotar os inimigos rapidamente como conseguir aceder a locais anteriormente inalcançáveis como resolver alguns quebra-cabeças. No entanto, o grande gimmick deste jogo são os Mega poderes que Kirby consegue obter ao sugar um inimigo vindo de outra dimensão. Estes poderes são os mesmos que já estás habituado a ver, só que em grande escala! É uma delícia ver as animações massivas eliminarem tudo, libertando em nós um elevado sentimento de satisfação e de invencibilidade temporário (pois estes poderes permanecem por um certo período de tempo).

Não que seja necessário, mas este jogo tem suporte para amiibo, que te podem dar alguma ajuda. Estes podem ser tanto poções como habilidades aleatórias, dando uma ajuda ao nosso amigo rosa. Se me perguntares, não vale apena adquirir os amiibo de propósito para usar no jogo.

Diversão em conjunto!

Para fins de diversão conjunta, este jogo permite jogar em multijogador cooperativo com mais três pessoas. Cada um dos jogadores adicionais pode escolher ser Kirby (de outra cor) ou um dos outros aliados como Meta Knight ou King Dedede. Isto tornará o jogo mais fácil, especialmente quando toca a derrotar bosses ou solucionar puzzles específicos em alguns níveis. Por outro lado, confesso que houve alturas (bem específicas) em que jogar com mais pessoas tornou-se mais complicado do que simplesmente seguir o cominho sozinho.

Para que a diversão nunca pare, temos também a Merry Magoland, uma praça onde podemos jogar vários minijogos competindo uns contra os outros. Atirar estrelas ninja a alvos, fazer a maior fenda no chão, rebentar os oponentes com bombas ou apanhar ovos com a grande boca do Kirby são alguns exemplos dos dez mini jogos que habitam na praça.

Há semelhança dos outros first party da Nintendo, como Super Mario e Yoshi, Kirby’s Return to Dream Land Deluxe também contém alguns segredos para descobrir-mos. Estes podem ser as engrenagens que vais apanhando durante os níveis, desbloqueando novos níveis de desafio, como também descobrir as salas secretas dos desenvolvedores HAL Laboratory. Adicionalmente, no Merry Magoland, há missões (que o termo certo seria chamar de conquistas) que podes tentar alcançar para desbloquear máscaras cosméticas das várias personagens/inimigos do jogo que podes usar ou itens que poderás levar contigo para a história principal e utilizar num momento mais crítico. No fundo é uma boa maneira de estender o tempo de diversão com o jogo.

Magolor Epilogue: The Interdimensional Traveler

Este é o grande conteúdo adicional que se segue depois do final da história principal. Esta acompanha a redenção de magolor, que tenta recuperar os seus poderes mágicos de volta, recolhendo as esferas mágicas espalhadas pelos novos níveis criados para este desafiante epílogo.

Magolor de início começa com movimentos e ações muito limitadas, mas à medida que vai recolhendo esferas de magia podemos aceder a uma seção de upgrades, onde podemos aumentar o poder dos vários ataques, capacidade de voar, resistência e outras habilidades que o tornarão mais forte perante os desafios que este terá que enfrentar. Pessoalmente achei que este epílogo tem um bom nível de dificuldade, especialmente se não ficar a repetir níveis e coletar esferas para aumentar exageradamente os poderes do Magolor.

Infelizmente, neste modo não será possível jogar no modo multijogador sendo que apenas o jogador principal poderá usufruir desta experiência. É algo que, para o bem da história, faz sentido.

Se procuras ainda mais desafio, existe um modo Arena que põe à prova as tuas habilidades de combate. Aqui tens que derrotar todos os bosses do jogo, um de cada vez, apenas fazendo uso de um número finito e muito limitado de poções de vida, tentando criar um recorde de tempo pessoal. Ainda que comum em outros jogos, este modo não deixa de ser interessante, já que me pôs a testar os meus limites contra tudo o que já tive que passar no modo história. Mesmo tendo levado alguém comigo (sim aqui há multijogador!) para me ajudar, a tarefa não foi nada fácil e ambos ficamos arrumados ao fim de umas dezena de combates.

Se quiseres o melhor desafio de Kirby’s Return to Dream Land Deluxe, é aqui que o encontrarás, dito a titulo pessoal.

Performance e música

Com grande emoção posso dizer que o jogo corre que nem manteiga, ao contrário do que originalmente tinha visto no Kirby Star Allies. A Única exceção é a praça Merry Magoland onde aparenta estar a correr a 30 frames por segundo, ainda assim bastante estável. Isto confirma-se tanto no modo Dock, onde joguei 95% do meu tempo, como também no modo portátil, onde as cores sobressaem intensamente com a Nintendo Switch OLED.

Os visuais estão absolutamente vivos e bem polidos, enchendo o ecrã de efeitos e muita cor. E como referido anteriormente, se queres cor, dá uso da tua Nintendo Switch OLED! É bastante agradável e excitante executar os mega poderes de Kirby e ver tudo a ser aniquilado da maneira mais colorida e fofa.

As músicas em Kirby’s Return to Dream Land Deluxe estão tão boas ou melhores que a sua versão original. Além disto, contamos ainda com novas adições à sua biblioteca musical, derivado dos novos modos presentes no jogo. Em suma, as músicas do jogo criam uma boa atmosfera, tanto positiva como emocionante, tornando-se num perfeito aliado que nos fazem desfrutar do jogo com um sorriso na cara.

Kirby’s Return to Dream Land Deluxe já se encontra disponível, para a família de consolas Nintendo Switch, tanto em formato físico como digital, através da Nintendo eShop. Caso tenhas interesse em experimentar o jogo, tens também disponível uma demo na Nintendo eShop.

CONCLUSÃO
Divertido!
8.5
Bruno Dores
Um fanático por Nintendo, de nome "Nintendista", que procura mostrar ao mundo o lado mágico da empresa que o acompanhou durante toda a vida.
kirbys-return-to-dream-land-deluxe-analiseKirby’s Return to Dream Land Deluxe é um ótimo jogo para descontrair com amigos ou familiares. No geral, o jogo não exige grande esforço para superar os desafios propostos, o que faz dele um mau jogo para quem procura dificuldade e desafio predominante. Mas por outro lado, é um ótimo jogo para aqueles que procuram algo mais "soft" e divertido.