Lisboa Games Week

Mais um ano, mais um Lisboa Games Week, e como não poderia deixar de ser, a Squared Potato esteve presente nesta que é a maior feira dos videojogos existente no nosso país! À semelhança do ano passado, estes foram 4 dias recheados de actividades e torneios, onde os videojogos do momento encheram os pavilhões da FIL, em Lisboa, nos dias 15, 16, 17 e 18 deste mês. Com isto, quero dizer que neste ano, a LGW conseguiu estar ao mesmo nível que as demais Games Weeks em termos de oferta de experiências aos visitantes. Contudo, algumas coisas foram deixadas de fora desta edição, e nós não podemos deixar de reparar nessa ausência. Em certos aspectos o evento teve um crescimento muito animador, mas trouxe consigo uma repercussão negativa que iremos agora analisar.

Comecemos por falar na organização do espaço em si. Este ano a LGW sentiu-se um pouco mais claustrofóbica, na medida em que nos perdíamos facilmente entre os vários espaços das empresas e lojas circundantes, sem grandes corredores por onde nos pudéssemos orientar. Para lá da PlayStation no pavilhão 1 ou da Nintendo no Pavilhão 2, tudo era um emaranhado de empresas, umas ao lado das outras, quase conectadas e sem mais espaço para onde se expandirem. Contudo, é importante referir que algumas entidades ficaram no local destinado à restauração, como foi o caso do exército (secalhar a malta portou-se mal com a buzinada do ano passado e neste ano quiseram conter melhor esse comportamento), e de outras como os inventors do Nintendo Labo que partilharam um espaço extra com um palco de auditório. Isto e a total ausência de artistas que normalmente se viam a partilhar espaço com as bancas amadoras, quer dizer que o LGW precisa urgentemente de consumir mais pavilhões da FIL, para poder corresponder tanto às expectativas dos visitantes, como às exigências das empresas.

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Entre todos os stands, houve contudo alguns espaços que nos surpreenderam positivamente pela sua organização. Falo por exemplo do stand da Nintendo, que nesta edição apostou em força no evento, e como resultado trouxe-nos o maior stand que a empresa nipónica alguma vez teve presente em Portugal! Ocupando um terço do pavilhão 2, este stand teve todos os grandes jogos à disposição dos visitantes, uma presença inédita no nosso país: o Pikachu que este ano se juntou à presença habitual de Mário, bem como a mais de 40 promotores, para além das caras habituais do palco. Este foi sem dúvida um dos stands mais atractivos e que proporcionou grandes momentos cheios de animação aos visitantes do LGW. Pokémon Let’s Go, Mario Tennis Aces, Splatoon 2, Pokkén Tournament DX, Mario Kart 8 Deluxe, Nindies, tantas ilhas de demo units, onde as pessoas puderam experimentar os jogos mais aclamados da Nintendo Switch, e no entanto, ao contrário do restante espaço do pavilhão, aqui não se fazia sentir o caos da falta de espaço para se circular.

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Equiparável a este stand, só mesmo a PlayStation, que também nos trouxe grandes títulos como Kingdom Hearts III, Days Gone, Spyro Reignited Trilogy, e grandes ilhas de espaços cuidadosamente preparados para nos ambientar às ruas de Nova Iorque na ilha de Marvel’s Spider Man, ou a Midgard na ilha de God Of War, ou até a simular um ambiente bem mais caseiro e sociável dos espaços dedicados ao PlayLink. A grande surpresa aqui neste ano, foi um slider introduzido no stand de Call Of Duty: Black Ops 4, que permitiu aos visitantes sentir a adrenalina, enquanto deslizavam de uma ponta à outra do stand. Contudo, também foram dispostas num corredor, mais umas dezenas de demo units com outros títulos muito atractivos como o Remake de Resident Evil 2 ou o Soul Calibur VI, entre muitos outros títulos. Apesar de toda a logística que implica toda esta construção do espaço, e ambientação dos visitantes para os títulos em destaque, à semelhança da Nintendo, este foi dos stands onde melhor se podia circular e apreciar o que de melhor o LGW tinha para oferecer.

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Em contra partida, o stand da Microsoft continua a encolher, só que em comparação com o stand do ano passado, nesta edição tivemos direito a mais jogos, entre os quais os muito aguardados Devil May Cry 5 e Kingdom Hearts 3. É realmente uma pena constatarmos esta realidade, só podemos esperar que para o ano, sendo que o LGW tem de se expandir para outros pavilhões, a Microsoft agarre esta oportunidade e conquiste também o seu próprio pavilhão ao lado da Nintendo e da PlayStation. Contudo, este foi um stand muito acolhedor e com muitas unidades disponíveis para se jogar. Mas se o stand da Microsoft foi apertadinho mas bem recheado de conteúdos, o stand da Capital Games logo ao lado, sentiu-se demasiado amplo para a quantidade de ilhas e unidades que tinha à disposição dos visitantes. Apesar de trazer imensos títulos como Flashback, NBA 2K19, W2K19 e GearClub2, o espaço pareceu sempre mais despido que os restantes.

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Para além dos já referidos, é importante dizer que como sempre a Worten conquistou os visitantes com o seu GameRing. Sendo que desta vez se fez sentir uma loucura total pela  caça às caixas de papelão com prémios que a empresa dispôs. Esta foi sem dúvida uma actividade muito mais interessante que as que vimos nas edições passadas. Claro que com isto não poderia deixar de faltar também um espaço para a loja propriamente dita da Worten, onde as suas promoções malucas fizeram muitos dos visitantes vender a alma ao Diabo… mas com isso já contamos todos os anos, por isso chegamos sempre ao LGW conscientes que a nossa dívida do ano passado foi saldada.

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Obviamente no LGW não podiam deixar de marcar presença os grandes títulos de eSports, sendo as grandes apostas das empresas como a Republic Of Gamers (da Asus), da FPF esports, e das demais marcas presentes: CS: Go, Fortnite, PUBG e FIFA 19, e claro a presença do nossos streamers favoritos como o Zorlak e o nosso grande grande shoutcaster Archarom, uma figura de referência nacional, que incansável foi literalmente a todas as grandes competições, sem parar! A própria Nintendo já demonstra apostar mais neste campo dos desportos electrónicos, com Splatoon 2 e Mario Tennis Aces, pelo que podes apostar que cada passo que davas nestes pavilhões, levava-te directo a algum stand com um torneio a acontecer.

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Mas porque o LGW não é só falar das marcas e dos videojogos que trouxeram à FIL, falemos agora um pouco da sua organização, a E2Tech. O evento cresce de ano para ano e isto implica mais responsabilidades, mais burocracias, mais encargos, um evento a rebentar pelas costuras, mas que no meio disto tudo, a sua organização conseguiu pensar à frente e implementar um sistema a pensar nas famílias de visitantes. Este foi um sistema de avisos, transmitidos por todos os pavilhões, para descanso dos pais que perdem os filhos nestas confusões, de forma a ajudar reencontrá-los facilmente através de comunicados. Não me recordo de ver isto noutras edições, mas é sem dúvida algo por que parabenizar a organização. Pelo que soube no entanto, este ano foi uma confusão desmarcada com trocas de nomes em acreditações, e cortes até nos convites a que habitualmente as lojas amadoras tinham direito para levarem consigo ajudantes.

Contudo, houve algo que me deixou um pouco desinquieta: a forma como deixaram as roulotes na zona de restauração ao Deus dará… A organização pode até não ter mão na forma como as mesmas vendem os seus produtos, mas é no mínimo ridículo, veres um preçário numa destas, e enquanto numa pagas exactamente o que consta no preçário, noutras pagas um IVA extra que não estava anunciado nos painéis com os menus, e ainda noutras, nem houve preçário de todo… Resultado, quando tínhamos de aconchegar o estômago, bem que podíamos olhar para os menus que na verdade não saberíamos a quanto é que nos ia ficar a despesa na realidade.

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Com tudo isto, quer nos parecer que o Lisboa Games Week está a crescer imesurávelmente, e não é para mais. Pois não só o evento se notou a rebentar pelas costuras a nível de espaço para as marcas se exporem, como apesar das dificuldades de acesso, circularam pelo espaço cerca de 60.000 visitantes! É sempre um orgulho para nós, vermos estes eventos crescerem e ganharem terreno, mas é importante que a organização cresça com o mesmo. Pelo que deste ano retiramos duas coisas: a primeira é que as empresas estão a apostar neste evento com tudo o que têm, e a segunda é que efectivamente o LGW tornou-se a Meca dos jogadores. Foi de facto um evento muito agitado e claustrofóbico, mas que nos deixa grandes expectativas para o futuro. Por favor, só não deixem entrar a malta do Axe para a próxima vez…nem vale a pena mencionar…

Joana Sousa
Apaixonada pelo mundo do cinema e dos videojogos. A ficção agarrou-me e não me largou mais! A vida levou-me pelo caminho da Pós-Produção, do Marketing e da organização de Eventos de cultura pop, mas o meu tempo livre, dedico-o a ti e à Squared Potato.