Decorreu entre 23 e 26 de Novembro o tão esperado e aclamado Lisboa Games Week 2023. Esta oitava edição, marcada e pautada pelo Kick Off (lê aqui) no Cupra City Garage a 15 de Novembro foi, possivelmente, dos eventos em terreno português com menos foco em gaming até à data. Infelizmente, não é de coração alegre que o digo e, ao contrário do que Luís Leal (Gestor Comercial FIL), quando confrontado com a pergunta pela RTP Arena (neste vídeo) “Com a ausência de algumas das grandes marcas, como é que vocês deram a volta para realizar esta edição da Lisboa Games Week?” responde “Olha! Eu acho que… Temos sempre que olhar para o lado positivo!” eu prefiro olhar para o lado realista.
Dito isso, e antes de prosseguir com o balanço do evento, deixo algumas considerações: não divagarei como um artigo noticioso tradicional, onde são anunciados os vencedores de X ou Y competição, nem uma visão completa dos dois pavilhões da FIL. Se pretendes um artigo desse género, não o encontrarás aqui. Ao invés disso, testemunharás maioritariamente uma opinião honesta e franca do que foi o evento por alguém apaixonado pela indústria.
Após verificar o recinto Lisboa Games Week 2023 espalhado pelos dois pavilhões assentou-se uma ideia: demasiado espaço. Não o registo de uma forma positiva, mas sim porque claramente não houve mais conteúdo para preencher. Dita ausência permitiu a zona de restauração, habitualmente relegada para o exterior na passagem entre pavilhões, estar quase toda disposta pelo terceiro pavilhão. Contudo, honestamente, tendo em consideração o briol lá fora sentido, antes assim.
Para preencher algum desse espaço espalhadas pelo evento estavam as conhecidas lojas da comunidade de cosplay e amantes da cultura japonesa que tanto participam noutros eventos em Portugal, repletas de posters e caixas mistério a preços apelativos com ênfase em anime.
Por falar no público estudantil, esse marcou maior presença nos primeiros dois dias. Imensas crianças e adolescentes, todas de mochila às costas, vagueando entre dois pavilhões, rodeando as bancas e os seus produtos, com larga parte a aproveitar zonas apelidadas de Lisboa Games Week Arena Gaming. Nestes espaços, uma fileira mostrava Astro’s Playroom, e as restantes EA FC. Destaco o look diretamente fora do sotão sendo que, fora alguma abundância de PS5s, marcaram também presença Xbox Series S, Ps4 Slims e Ps4 Pros. Pelas bancas eSports, Rádio Popular ou LG circulavam CS, Fortnite, LoL ou Rocket League.
Felizmente, a Nintendo, única das grandes marcas conhecidas pelos portugueses, marcou presença no evento, igual a si mesma, com uma oferta um pouco inferior a anos passados e sem competições, fora as amigáveis produzidas no palco pelos anfitriões energéticos com Quizzes, Just Dance e outras tantas ofertas que provocaram risos e boa disposição do público que lá colocou os pés. Neste espaço, era possível experimentar Kirby’s Return to DreamLand DELUXE, Pikmin 4, Super Mario Bros. Wonder, The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom, Wario Ware Move It! e Super Mario RPG.
Felizmente, embora esta palavra seja a segunda e última vez utilizada no artigo, a zona dos retrogames, organizada pela Arcade Lovers, trouxe uma boa panóplia de videojogos de vários géneros. Máquinas Pinball, cabines com Street Fighter ou Mortal Kombat, clássicos como Q*Bert, Super Pac-Man, R-Type, Galaxian e até exclusivos como Initial D The Arcade. Esta foi, sem dúvida, a melhor área do evento e uma a igualar ou superar em edições futuras.
Já a Loading Zone, conhecida zona por publicitar o que melhor se faz em solo português, esteve este ano um pouco reduzida em tamanho e oferta, comparativamente com o ano anterior, não só pelo espaço e por estar destacada num canto sem grande visibilidade, mas também pela curta (e um pouco repetida) lista de videojogos. Contudo, por outro lado, quem lá esteve e testou títulos como Blackout da Nerd Monkeys ou Arc Seed verificará que cada vez mais qualidade é uma questão que não se põe em dúvida.
Não terminarei o artigo sem destacar muito positivamente a Devir, que neste evento promoveu de forma fortíssima o espírito dos jogos de tabuleiro em família e amigos, com um espaço muito bem distribuído e organizado. Inclusive, um amigo meu quis experimentar um jogo de tabuleiro, e a equipa rapidamente encontrou jogadores para ele e ainda prestou atenção e explicou pacientemente as regras. Não é uma marca relacionada com videojogos, mas é uma que espero ver em edições futuras.