Uma das raças mais amadas do mundo que Tolkien nos deixou, teve recentemente um foco extraordinário com o lançamento de LOTR: Return to Moria. Se por um lado foste um dos que fazia questão de perguntar: quem é que pediu isto? fica a saber que quando entramos neste mundo, trazido pela North Beach Games, deixamos todas as perguntas e preocupações para trás, e só jogamos, e jogamos, e jogamos… Portanto, se este não é o jogo que querias mas sim o que acabas de descobrir que precisas, acende uma tocha e prepara-te para descer às catacumbas desta análise.

LOTR: Return to Moria assinala-se durante a 4ª Era, após os eventos da clássica aventura do Senhor dos Anéis. Junta-te a uma companhia de anões rabugentos e pançudos, que abrem caminho para regressarem a Moria. Todo um vasto reino de passagens subterrâneas, túneis e catacumbas, localizado mesmo por baixo da Misty Montain, e cujas memórias de Khazad-dûm são herança e motivação de gerações e gerações de anões que trauteiam enquanto não pensam em mais nada se não partir pedra.

Liderada agora por Gimli, filho de Glóin, a Companhia que integramos procura acesso a uma das passagens para o reino subterrâneo, Doors of Durin, no entanto é precisamente aí que o desastre acontece e somos engolidos pela montanha.

Sozinhos, no escuro e ao frio, é com determinação que nos erguemos. A nossa única opção: seguirmos em frente a partir pedra ou morrermos a tentar, na esperança de eventualmente chegarmos a ​​Khazad-dûm ou ao exterior da montanha. E que Durin nos oiça!

Num survival onde o crafting é a lei da vida, eu diria que me espanta não só nunca termos ouvido falar do conceito deste jogo muito mais cedo (tendo o mesmo apenas sido apresentado no ano passado), como também me espanta o calorzinho e este sentimento acolhedor que sentimos apesar dos cenários de pedra, vazios, frios e maioritariamente escuros.

Foi uma escolha muito inteligente por parte do departamento artístico, criar um ambiente onde sentimos vontade de pernoitar a jogar.

Seja pela escolha de uma paleta de cores mais quentes, onde as umbras das sombras e os cinzas são maioritariamente um jogo de tons castanhos, ou pela própria luz do fogo que temos obrigatoriamente de levar connosco para conseguirmos navegar pelo mapa. Facto é que nos sentimos confortados e motivados a continuar a jogar.

Em relação ao mapa, importa mencionar claro que estas catacumbas são processualmente geradas, o que alavanca a longevidade e replayability de tal forma que acho que este será nos próximos tempos, o título a que irei recorrer quando precisar de algo extra relaxante. 

Com isto, não fiques com a ideia de que os espaços aqui consistem apenas em corredores vazios, de todo, são muitas as surpresas, edificações da civilização antiga de Moria, estátuas, runas,  estruturas dos Orcs que patrulham as catacumbas, entre outros inimigos, e mais surpresas que certamente também te irão encher o olho de emoção, mas que não irei detalhar.

É também de destacar o nosso character creator, onde temos uma boa escala de variedades estéticas que permitem customizarmos o nosso aspecto, e que devo dizer é muito fácil criar um personagem interessante e carismática!

LOTR: Return to Moria não é, contudo, só conforto e relaxamento, pois temos o trabalho árduo de abrir caminho entre ruínas para chegarmos a Moria. Ruínas essas que são partilhadas por orcs e inimigos naturais que apesar do sistema de combate totalmente Meh, providenciarão carne para um bom churrasco!

Explora e recolhe matéria prima para ergueres construções e desenvolveres ferramentas e equipamentos que levem mais longe. Sabe ainda que cada vez que te sentires demasiado confortável com o menu de crafting, serás desafiado a melhorar ainda mais a tua trouxa com matérias mais duráveis e difíceis de adquirir… Acho que sabes ao que quero chegar, boa sorte com esse Mithril!

Se tens o sentido de orientação espacial de uma ervilha, sabe que a exploração destas catacumbas é facilitada pelos waypoints que tens de seguir para cumprir o rumo da história. No entanto é algo agradável sentir que temos espaço e tempo para explorar, minerar e criar recursos à vontade antes de podermos seguir. 

A acompanhar-nos, uma banda sonora que não é nada de monumental, de facto até me esquecia da sua existência, mas não quebra a imersão e de vez em quando inclusive adapta-se para receber os trauteios do nosso personagem.

LOTR: Return to Moria está disponível para a PS5 e para o PC através da Epic Games, com lançamento marcado para a Xbox X|S em 2024.

CONCLUSÃO
Reconfortante
8
Joana Sousa
Apaixonada pelo mundo do cinema e dos videojogos. A ficção agarrou-me e não me largou mais! A vida levou-me pelo caminho da Pós-Produção, do Marketing e da organização de Eventos de cultura pop, mas o meu tempo livre, dedico-o a ti e à Squared Potato.
lotr-return-to-moria-analiseLOTR: Return to Moria é uma viagem reconfortante ao encontro de Moria. Pilha, ergue e constrói num survival que requer mãos habilidosas e mente afiada. Pelo caminho, relaxa no calor de uma fogueira com um belo churrasco para aquecer o estômago, e retoma a ação a teu ritmo. Definitivamente irei regressar a Moria.