Parece mentira, mas passaram-se 11 anos desde a última entrada de um jogo original de Mario Kart nas nossas consolas! O Mario Kart 8 surgiu na velhinha Nintendo Wii U em 2014, tendo feito o resto da sua jornada na Nintendo Switch, sob o título de Mario Kart 8 Deluxe, albergando o maior número de pistas até à data num jogo desta franquia.
Este último facto foi deveras incrível e, ao mesmo tempo, preocupante. Isto porque, se um novo jogo de Mario Kart fosse lançado, este teria que, no mínimo, igualar o conteúdo do seu antecessor.
Contudo, a Nintendo pareceu estar ciente disto e chegou com uma nova visão para a franquia, mudando por completo a maneira com que olhamos para um jogo de Karting.
Eis que, no culminar de várias ideias, nasceu Mario Kart World!, o novo jogo exclusivo da Nintendo Switch 2, sito em mundo aberto, repleto de terreno para queimar borracha!
Vamos então conhecer um pouco mais deste incrível jogo!
Grandes trajetos, grande diversão!
Mario Kart World leva-te a queimar borracha num novo mundo em estrada aberta! Aqui, todas as pistas estão interligadas, sendo possível realizarmos uma corrida numa pista e saíres, de imediato, para a estrada a caminho da próxima! Esta é a premissa das novas Taças Grande Prémio (Grand Prix), cada uma albergando 4 pistas que formam um trajeto.
Na primeira pista, dás as clássicas 3 voltas. Porém, já na seguinte tens que sair dessa última pista, entrando num trajeto exterior a caminho da próxima. Ao chegares ao destino, já só te é exigida uma volta lá, em vez das 3 voltas, dado que o próprio trajeto até chegar à pista é longo. É algo que pode parecer estranho no início, mas com pouco tempo de jogo conseguimos adaptar-nos!
Em adição às Grand Prix, temos as novas Corridas de Eliminatória (Knockout Races). Nestas corridas o objetivo é percorrer um trajeto inteiro de 4 pistas, sem paragens. O que difere aqui é que, em cada checkpoint, é necessário estar acima de uma posição específica anunciada durante cada checkpoint.
Por exemplo, no primeiro checkpoint só os primeiros 16 continuam a corrida; no segundo 12, depois 8 e por aí fora. Caso fiques abaixo dessa posição, és automaticamente eliminado, tendo que começar tudo de novo.
Vê isto como uma espécie de battle royale dos carros, onde no final só um pode sair vencedor. Sem qualquer sombra de dúvida, este tornou-se o meu modo favorito deste jogo!
No total, temos 8 Grand Prix e 8 Knockout Races disponíveis para competir, com os tradicionais modos 50cc, 100cc e 150cc. No entanto, é ainda possível desbloquear o conhecido modo 150cc Espelho (Mirror), assim que sejam alcançados determinados requisitos de jogo. Podemos também contar com 30 pistas, cuidadosamente montadas neste continente aberto.
Se já és jogador de longa data não vai ser estranho conseguires reconhecer algumas partes das pistas de outros Mario Kart anteriores, bem como outras referências a outros jogos do universo de Super Mario. Como já era de esperar, todas têm os seus próprios atalhos secretos, perfeitos para serem explorados a fundo pelo peritos da condução!
Outra das grandes novidades em Mario Kart World é o aumento do número de pilotos nas pistas. Pela primeira vez, temos 24 jogadores entrem nas corridas, em vez dos 12 que tínhamos no jogo antecessor.
Com o dobro de carros, há espaço para mais disputa (e confusão!), entre os muitos que almejam cruzar a linha da meta! Em particular, é uma experiência fascinante começar uma partida com 24 carros em andamento, todos a dirigirem-se para a estrada a caminho da próxima pista!
Focando agora nos pilotos, temos agora uma mão cheia de novas personagens para escolher. No total são 50 as personagens únicas que com que poderás jogar! Contudo, nas pistas poderás encontrar Snacks, que vão desbloquear fatos novos, aumentando ainda mais as tuas opções na lista de pilotos.
Infelizmente, não sei o porquê disto, mas os fatos desbloqueados são apresentados como uma nova personagem, em vez de ser agregada à personagem original. Isto faz com que a janela de escolha de personagens fique demasiado comprida, tornando-se difícil de encontrar a personagem que se pretende. Ainda que tenhamos a opção de ordenar as personagens, não creio que esta seja a solução certa.
No Mario Kart 8 Deluxe isto não acontecia, pois quando escolhes (por exemplo) o Yoshi, surgia uma janela secundária de seleção para escolher as outras cores da personagem.
No que toca aos motores do jogo, podemos contar no total com 40 veículos, entre Karts e Motos. Infelizmente, estes agora vêm como um todo, em vez de às peças como no jogo antecessor, algo que achei interessante na altura. Ainda assim, podemos contar com uma modesta seleção de Karts que ganham cores diferentes consoante a personagem que escolhemos, dando aquela distinção quando vários jogadores decidem levar o mesmo Kart.
Já na parte da acessibilidade, continuamos a ter as opções de Condução assistida, auto aceleração, entre outras ferramentas de apoio para os mais novatos ou inexperientes.
Por fim, temos alguns itens novos e outros que nos abandonaram. Posso anunciar que o famoso item “8” já não se encontra presente, bem como a planta piranha. Contudo, novos itens, como o Cogumelo gigante e a Pena estão de regresso à franquia.
De novidades originais temos agora a flor de gelo para congelar inimigos, o bloco “?”, que te concede moedas, uma nova carapaça dourada que te liberta moedas durante o seu percurso quando é lançada e, por fim, temos o Kamek, que passa por todos os jogadores, alterando-lhes a sua aparência e ainda invocando inimigos na pista por um certo período de tempo.
Por último, temos os já referidos Snacks, que para além de alterarem a tua roupa, dão um boost idêntico ao do cogumelo.
Parkour, PARKOUR!
Em Mario Kart World, temos novas mecânicas à nossa disposição. Temos a possibilidade de fazer saltos carregados, permitindo saltar para outras superfícies e até mesmo andar pelas paredes e dar saltos de um lado para o outro! Temos também a possibilidade de derrapar por outras superfícies estreitas como cabos, corrimões, carris de comboios, etc., abrindo portas a várias técnicas para achar atalhos e ultrapassar os outros pilotos.
Estas “ferramentas” são incrivelmente poderosas, e uma pequena pesquisa de Youtube é suficiente para perceberes como os jogadores experientes estão a abusar delas para alcançar feitos nunca antes vistos num jogo de Mario Kart. Acho, até mesmo, que a Nintendo quebrou o seu próprio jogo!
Já no espectro competitivo, vai ser incrível assistir a vários veteranos a disputar entre si, com técnicas de deixar qualquer um de boca aberta. Se antes achava que teria alguma hipótese em jogar Mario Kart competitivo, agora é para esquecer; não possuo capacidades assim tão desenvolvidas para replicar técnicas tão avançadas como as que já testemunhei.
Por último, temos ainda a ferramenta de recuo, que permite fazer com que recuemos no tempo para poder retificar um salto mal feito ou um item que ficou por apanhar. No entanto, este recuo apenas é pessoal, pelo que, na mesma, todos os outros condutores continuam a andar normalmente. Além disso, a ferramenta está inativa durante as corridas online (óbvio), para evitar batotices.
Explorar o mundo e realizar missões!
Como já foi mencionado algumas vezes, neste jogo podemos entrar no modo livre, onde podemos explorar todo o continente, pilotar nas pistas e ainda testar as nossas capacidades, apanhando peach coins, encontrar Paineis “?” e, o que mais ansiava por ver novamente: as Missões!
Originalmente, as missões foram introduzidas pela primeira vez no Mario Kart DS, sendo um dos modos que mais me marcou num jogo de Mario Kart. Agora, após tantos anos, eis que estas estão de volta, e desta vez são às centenas!
Cada uma propõe um desafio diferente: seja reunir moedas num determinado período de tempo, fazer uma trajetória passando por vários pórticos, ou fazer curtas corridas, são as tuas capacidades de condutor que vão ter de estar afinadas para conseguires superar as centenas de missões espalhadas por todo o continente.
Posso constatar de que algumas são absurdamente fáceis de concluir, enquanto outras vão exigir um pouco mais e as que repitas algumas vezes até as concluíres. Neste último ponto, gostei de como é fácil repetir as missões com apenas um clique do botão analógico L ou no menú de jogo, reposicionando o carro no local de início da missão.
No que toca às recompensas, Mario Kart World dá-te autocolantes como prémio por concluíres Missões, encontrares Paineis “?”, concluir alguns feitos no modo livre, entre outros pequenos objetivos… E é isto, infelizmente.
Se há algo que justificaria o esforço e a motivação de perseguir todos os segredos do modo livre seria receber (por exemplo) peças de carro alternativas (que já nem existem neste jogo), ou algo mais vistoso para expor no modo online. Em vez disso, autocolantes que apenas podem ser aplicados aos carros de uma só maneira (não dá para escolher o local onde podes colocar). Pior é que em alguns carros nem têm espaço para apresentarem os ditos cujos, ou pelo menos não os consegui encontrar quando tentei aplicar.
Se és fotogénico, tens um novo modo de fotografia, que te dá a liberdade de tirares fotos em qualquer local, permitindo controlar algumas coisas como o zoom, foco, moldura, pose da personagem, entre outros.
Os modos para mais de um volante
À semelhança do seu antecessor, Mario Kart World possui modos de multijogador na mesma consola. Até 4 jogadores podem disputar em ecrã dividido – porém, a partir de 3 jogadores, a taxa de fotogramas é reduzida para 30, em vez dos 60 que o jogo corre nativamente (tanto em modo Dock ou em Portátil).
Já no online e em modo sem fios local, é possível levar um jogador adicional para juntar-se às corridas. Posso confirmar que o online funcionou perfeitamente nas sessões de jogo que tive com amigos, sem qualquer latência sem quebras.
No entanto, destaco que se jogares com alguém na mesma consola e essa pessoa deixar de mexer no comando por uns segundos, a partida é automaticamente cancelada e ambos os jogadores saltam para fora do grupo.
No que toca ao modo batalha, é aqui que posso afirmar que houve um downgrade quando comparado com o Mario Kart 8 Deluxe.
Apenas os modos de moedas e de balões estão presentes nestes, sendo que os outros modos (Bob-bombas, Caça ao Sol e Polícias e Ladrões) ficaram de fora. Não sei se no futuro ao não estes modos vão ser implementados, mas por agora este foi um dos maiores dissabores deste jogo.
Visuais novos e uma banda sonora de louvar
Com a nova geração Nintendo Switch 2, os jogos dedicados a este novo hardware têm agora mais espaço para aperfeiçoar não só a sua performance como também a sua fidelidade visual. Mario Kart World é a prova viva de que entrámos em força nesta nova era Nintendo!
Os visuais do jogo estão muito bem polidos, as cores estão melhores com a nova opção de HDR e as animações estão muito bem executadas. Exemplos recentes que testemunhei foi quando as carapaças azuis chegam ao jogador em primeiro lugar: este olha com ar de espanto para ela, segundos antes desta lhe cair em cima.
Já na parte da performance, temos aqui os 60 fotogramas estáveis na maioria das situações, apenas apontando uma exceção para o já mencionado modo split screen em 3-4 jogadores e o modo binóculo no modo livre, cujos fotogramas caem para os 30. Tirando, então, isto, podemos estar descansados, tanto em modo dock como em portátil.
Por fim, as músicas, MEU DEUS as MÚSICAS! Não acredito na quantidade absurda de música que Mario Kart World guarda na sua biblioteca!
Para além das músicas originais produzidas para as novas pistas, temos uma panóplia de outras músicas referentes não só às outras pistas de Mario Kart como também de outros jogos do universo de Super Mario. São mais de 200 músicas.
Todas estas foram completamente recriadas e estão divinais! Posso, com toda a garantia, dizer-te que esta é uma das melhores bandas sonoras alguma vez produzidas num jogo Nintendo!
Por fim, vamos ter que falar no preço. Oitenta euros por um videojogo Nintendo tornou-se na nova realidade, e isto não foi nada bem recebido pelos fãs. Contudo, para ferver ainda mais o sangue, a versão física de Mario Kart World custa uns espantosos 90 (noventa) euros!
OK, o jogo tem bastante conteúdo e uma banda sonora massiva; porém, este valor é totalmente descabido para a grande maioria.
O jogo, certamente, terá conteúdos adicionais no futuro, pois temos muito por onde pegar. Contudo, assusta-me só de pensar se estes conteúdos vão ser gratuitos ou se vamos ter que pagar ainda mais por estes.
Dito isto, neste momento, aconselho vivamente a aproveitar a oportunidade de comprar o pack da Nintendo Switch 2 com o jogo digital, o que te faz poupar um valor considerável em relação à versão física.
