Enquanto a Nintendo prepara tranquilamente a sucessora da Nintendo Switch vai recuperando séries e trazendo-as para novamente para cima da mesa. Estes trabalhos, que podem ser apresentados através de remasterizações ou de remakes, têm sido importantíssimos não só para as equipas de produção de jogos de alto orçamento da casa (os apelidados de AAA), pois vão concedendo mais tempo para se desenvolver experiências diferenciadas, assim como produtos mais aprimorados, mas também muito importantes para o continuo estimulo do mercado e para os jogadores – consumidores, que assim podem ter experiências do passado reformuladas, adaptadas ao presente, com valiosas opções de qualidade de vida.
Mario vs. Donkey Kong é o jogo que junta a rivalidade clássica do canalizador com o macaco mais carismático da indústria dos videojogos, que teve sucesso na Game Boy Advance, e que agora salta para a Nintendo Switch com visuais completamente renovados, dois novos mundos, algumas opções de qualidade de vida e personalização, banda sonora completamente renovada e modo cooperativo pronto para ser desfrutado até dois jogadores. Estas, são as principais novidades a olho nu.

Com mais de 130 níveis distribuídos por vários mundos – onde se incluem algumas surpresas para os jogadores mais habilidosos, Mario vs. Donkey Kong é um jogo de acção e quebra-cabeças, onde jogador terá de guiar Mario através de níveis constituídos por duas fases, em que a primeira o seu objectivo é alcançar uma chave e no segundo resgatar um dos preciosos Mini-Mario – os brinquedos tão desejados de Donkey Kong.
São ao longo de mais de 130 níveis que Mario terá de saltar de forma habilidosa, carregar em interruptores de forma lógica, desviar-se de obstáculos em pino, carregar inimigos e lançando-os estrategicamente para sítios para futuramente poder passar por cima deles e alcançar lugares antes impossíveis. Tudo funciona através de curtas sessões de jogo, com níveis que podem ser facilmente ultrapassados em menos de 5 minutos, e que se tornam altamente proveitosos, divertidos, e altamente estimulantes, com três presentes colocados ardilosamente em cada nível para serem alcançados de forma opcional.
Mario vs. Donkey Kong possui um visual moderno, fazendo lembrar a direcção de arte utilizada na série New Super Mario, com efeitos de luz e planos de fundo renovados, modernizados, e com cores chamativas, dando um toque simples, mas perfeitamente adaptado ao formato do jogo. A acompanhar, uma banda sonora também completamente renovada, com faixas de jazz, calmas, com ritmos que fazem não só relaxar, mas também que estimulam a concentração.

Com dificuldade progressiva – com dois modos de dificuldade disponíveis, causal e padrão -, Mario vs. Donkey Kong vai crescendo gradualmente nos desafios propostos ao jogador, com níveis cada vez maiores, mais complexos, e com inimigos estrategicamente colocados para colocarem à prova a habilidade dos jogadores. O tempo, esse, também tende a ser cada vez mais curto (ainda que seja o mesmo desde o primeiro nível), o que tudo junto faz com que seja um jogo para ser repetido, examinado e partilhado.
Mas nem tudo se resume a níveis de plataformas e a comandar Mario. Há também níveis onde Mario é acompanhado por Mini-Marios, que têm como função alcançar letras distribuídas pelos cenários que constituem a palavra T-O-Y, o desafio passa por conseguir orientá-los da forma mais eficiente possível, sem perder unidades, guiando-os até ao final, com pelo menos uma unidade. Para além desse desafio, no final de cada mundo, há espaço para um encontro com Donkey Kong, uma luta de chefe, que geralmente envolvem troca de barris.

Mas nem tudo são cogumelos verdes. Mario vs. Donkey Kong apesar de ter mecânicas divertidas e bem feitas na sua grande generalidade, em alguns pontos sente-se que poderiam estar mais polidas. É o caso de lançamento de bombas, que nem sempre resultam em destruição de objectos, sem nenhuma explicação plausível, ou algumas fragilidades mecânicas no momento de agarrar cordas ou correntes, onde se sente pouca sensibilidade no mecanismo, e que por vezes resultam em mortes inesperadas, e frustrantes.
Pensado para ser jogado principalmente para curtas sessões de jogo, e cumpre perfeitamente esse propósito, Mario vs. Donkey Kong é um jogo que pode oferecer pouco mais de uma dezena de horas para ser concluído a 100 por cento, o que para o seu género, da forma como foi pensado, adapta-se perfeitamente, não dando a sensação de repetição, de excesso de campanha.