Poucas, ou atrevo-me até dizer nenhuma empresa rivalizam a relação quantitativa e qualitativa da Insomniac no que toca aos videojogos. Após uma série de jogos bastante bem sucedidos em tão pouco tempo, o trabalho árduo culminou com a obra (analisada pelo caro colega Diogo Lopes) que todos vimos em Spider-Man 2, no lançamento original para a Playstation 5.

No seguimento dos ports dos Playstation Studios para PC, chega-nos então uma versão desenvolvida pela Nixxes em colaboração com a Insomniac que não deslumbra, e trouxe bastantes questões para cima da mesa.

PC utilizado na análise:

CPU: i7-11700KF

GPU: RTX 4060 Ti 16GB

RAM: 32GB

As versões da Playstation 5 dos jogos da Insomniac são, na minha opinião, o estandarte a alcançar no que toca a optimização. Entre vários modos de desempenho por onde escolher sem grande perda na fidelidade, ou modos visualmente mais apelativos que não morrem para manter uma framerate estável, encontramos uma panóplia de opções que não escassam em qualidade, mantendo assim a equipa de Ratchet & Clank na liderança da optimização esta geração. Esta liderança alia-se a um trabalho com uma equiparável qualidade de ports desenvolvidos pela Nixxes no PC, que de certa forma também lidera em alguns aspetos no que toca a ports de qualidade.

E aqui se levantam as questões. Como é que, duas equipas cujos trabalhos têm sido de uma qualidade incomum, colaboram num projeto e conseguem lançar uma versão de um excelente jogo com inúmeros problemas?

O código chegou no dia em que o port foi lançado na Steam, no entanto, decidimos aguardar por patches para avançarmos com a publicação da análise, e ainda bem que o fizemos. Assim que o iniciei, encontrei um jogo que estava numa luta entre qualidade gráfica e estabilidade nos fotogramas. Embora o desempenho geral fosse bom, não tinha como medir até onde conseguia ir, pois bastava alterar uma definição (que não fosse ray-tracing) e de repente tinha uma jogabilidade completamente diferente da anterior.

Não faltaram também congelamentos do ecrã durante alguns segundos, antes ou depois de cortes de câmara em cutscenes e ao fechar o mapa. Claro que isto não chega para estragar a experiência geral do jogo, mas é frequente, o que quebra a imersão sempre que acontece. Adicionalmente, encontramos inúmeras falhas visuais e sonoras. Entre cutscenes que parecem perfeitamente normais até percebermos que os veículos não foram carregados ou o cabelo a ganhar vida própria e não querer estar quieto, a viagem de Peter e Miles não tem apenas obstáculos emocionais, pois estamos cá nós para ver os obstáculos visuais.

Eventualmente foram lançados dois patches com dezenas e dezenas de correções que vieram colmatar grande parte dos problemas, no entanto, ficam imensos por resolver, e claro, estamos cá para ver com bons olhos o ressurgimento da qualidade técnica destas equipas.

Passei boa parte desta análise a abordar vertentes negativas do port, mas por outro lado, o problema encontra-se apenas no desempenho, pois as definições estão cá todas. Com cerca de três dezenas de opções gráficas, podemos configurar o grau de detalhe de forma granular, seja na iluminação, sombras, ou simplesmente no nível de objetos carregados no ecrã, caso tenham um CPU menos robusto. Felizmente mantém-se o suporte para ecrãs ultrawide, embora o menu não acompanhe a resolução (fica com barras pretas).

Marvel’s Spider-Man 2 traz consigo um port para PC desalinhado com a elevada expetativa com que deixou a Playstation 5. É, como o meu colega Diogo escreveu, indubitavelmente um dos melhores jogos da geração, culminando todo o trabalho da Insomniac numa viagem partilhada entre Peter e Miles. Com um loop de transversalidade que encontra o equilíbrio entre a jogabilidade arcade e a sensação realista de voar por entre os prédios de Nova Iorque, aguardem e verão que serão recompensados com um produto que vos dará lustro à coleção. **

CONCLUSÃO
Em construção!
7
Sara Kohl
Na internet, ninguém sabe que és uma batata.
marvels-spider-man-2-pc-anliseVoltarei com certeza para atualizar e complementar a análise pois acredito que, à semelhança de The Last of Us Part 1 e Horizon Zero Dawn, as correções eventualmente tornem este jogo numa experiência essencial e memorável.