Depois de uma seca mais árida do que um deserto, e de uma tentativa mais do que falhada de trazer o Blue Bomber de volta a ribalta. Eis que sem aviso prévio a Capcom, (numa onda de reformulação e redenção), anuncia a continuação das aventuras de Mega Man, com Mega Man 11.
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Neste lindo dia de 7 de setembro, a empresa colocou em tudo o que é plataforma, uma demo com a fase do Block Man e algumas habilidades para testar e dominar. Com isto, vamos então descobrir se esta nova encarnação de Rock, é um regresso em grande forma.
Imediatamente o jogo atribui-nos diversas dificuldades não só para quem já colocou o seu icónico capacete, como também pela primeira vez vai calçar as suas botas:
- Newcomer, como o nome indica é a dificuldade a escolher para quem nunca jogou as aventuras do Blue Bomber.
- Casual, para quem jogou, mas durante este período de espera não pegou em nenhum dos seus jogos, e precisa afinar a sua pontaria e destreza.
- Normal, a dificuldade base, ideal para o jogador veterano, que dedicou o seu tempo a jogar as geniais coletâneas, Legacy Collection, e está em pleno domínio das suas capacidades.
- Existe ainda uma dificuldade oculta nesta demo, a Superhero, que neste momento desconheço quais as suas principais mudanças.
Sem surpresas, escolhemos o nosso Robot Master a abater, e chegamos à fase propriamente dita. Depressa chegamos a conclusão de que tudo o que popularizou Mega Man felizmente está presente. Desde os controlos mega responsivos, a todos os seus conceitos inexplicavelmente ausentes dos seus anteriores jogos, como o charged shot e slide. A grande diferença, e novidade aqui, são as Gears. Quais atribuíram um misto de frescura não só pelas situações onde as podemos utilizar, como o jogo gira em volta de elementos clássicos contidos nas mesmas.
Existem diversos inimigos e ambientes que, usando as Gears, mudam completamente o rumo, e até recompensam o jogador. Vou passar a descrever alguns dos mesmos. Quando Rock, no inicio da fase encontra um tapete rolante, com diversos blocos para destruir, se usar a Speed Gear, pode evitar a maior parte deste percurso. Isto porque a outra parte da fase está perante o jogador, mas se demorar demasiado tempo a percorrer este trajeto ou é triturado por um cilindro gigante, ou pode perpetuamente permanecer no percurso.
Os icónicos Metools, com aqueles capacetes revestidos de um metal completamente indestrutível, podem agora ser destruídos e até a distância. Se usarmos a Power Gear, e disferirmos um Mega Buster, este encontra-se acompanhado de duas descargas extra. E enquanto a primeira atordoa o pobre capacete de proteção, as seguintes vão destrui-lo.
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Dr. Wily, desta vez não está para brincadeiras e envia uma versão do Eddy malvada, que rouba items ao Mega Man. No entanto, o jogador pode precaver-se e usar o Speed Gear para destruir este Eddy antes que roube os items. Estes são apenas alguns dos exemplos que consegui assimilar acerca do uso das Gears em elementos clássicos. Referente a sua mecânica as mesmas podem se usadas num infindável número de situações. Desde o planeamento de inimigos que surgem no ecrã, a abrandar blocos, subir para os mesmos e adquirir um valioso E-Tank. Convém não esquecer que o seu uso é temporário, e se abusarmos da sua utilização, podemos correr o risco de ficar desprovidos numa situação importante. Para finalizar, Rush, o inseparável cão robótico, agora está mapeado num botão. Podendo chamar a Rush Coil, sem que o jogador perca o fluxo da ação, ou navegue a quadros.
Chegando ao Robot Master, no final da fase, deparei-me com outra mecânica destas Gears: a Double Gear. Os Robot Masters agora à semelhança de Mega Man X8, têm três fases. Enquanto a primeira é a mais clássica onde o mesmo segue um padrão de ataque, que o jogador com algum treino pode dominar, a segunda é a utilização das Gears. Rock, não é o único em posse das mesmas. Tanto Block Man, como os seus irmãos utilizam as mesmas no duelo, e adquirem diversos efeitos e capacidades. Block Man transforma-se num gigante de pedra usando a Power Gear. E Mega Man perante esta prova titânica, não só tem de evitar o seu enorme dano, como destruir a sua armadura. Resultante desse desfecho, Block Man num ato de desespero utiliza a Double Gear. Esta, muito semelhante ao diabólico Yellow Devil, obriga o jogador a desviar-se de um sem número de blocos. Block Man esteve quase a levar a melhor até que Rock, quando atinge um estado de energia critico passa a usar ambas as Gears e dispara um gigante Mega Buster carregado. O qual levou-me a vitória, e claramente é uma alusão a um último recurso, quando o jogador se encontrar entre a espada e a parede.
Lembram-se quando Rock, derrotava um Robot Master e apenas modificava de cores? Bem em Mega Man 11, o nosso amigo terá mudanças cosméticas, que vão além de uma simples muda de cores. Ao derrotar Block Man, Rock herda parte do seu capacete e as suas luvas passam a ser revestidas de pedra.
Muito bem empregue é também o uso do treino das suas novas habilidades. No quadro de obtenção de arma, é permitido ao jogador testar não só o seu uso, como a sua praticabilidade. Ainda nesta demo podemos testar as armas obtidas por Fuse Man, uma descarga que viaja em redor do ecrã, como o Pile Shot de Impact Man (Pile Man, na versão original, o qual Rock, viaja de uma ponta à outra do ecrã, munido de um espigão no braço.
Todos estes novos conceitos, casados com elementos clássicos e intemporais, deram não só a frescura que Mega Man precisava, como atribuíram diversos elementos dos quais podem ser utilizados em inúmeras situações, por vezes recompensando o seu uso.
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Mega Man 11, é a aventura com melhor aspeto até a data do nosso herói robótico. O detalhe animado das personagens, dos cenários, das animações, e dos pequenos elementos fazem toda a diferença. Os mesmos são evidentes quando Rock se encontra no tapete rolante e surge o cilindro. Quando avista o cenário, ou quando os Metools, ficam atordoados. Tudo é um deleite visual, que abandona por completo aquele perpetuo tributo aos 8 bits e permite finalmente ao Rock, lavar a cara.
Quanto ao departamento sonoro, outro por que Mega Man é bem conhecido, achei para já um pouco aquém do esperado. A fase de Block Man tem uma melodia suave quase inexistente. E a voz de Rock, achando demasiado madura para a sua personagem, decidi mudar o áudio para japonês. Porque sinto que Mega Man perdeu um pouco aquela sua tradicional inocência. Se bem que só ouvi pequenas palavras, o que preocupa-me, porque prevejo que à semelhança de Maverick Hunter X, Rock, retire uma página do seu irmão, e cada ataque que desfira, diga o nome desse ataque. A seu tempo veremos, mas para já o departamento sonoro, é o único elemento em que encontro falhas.
Mega Man 11, é o regresso à boa forma do nosso amigo. Tudo o que o celebrizou, encontra-se presente nesta demo. Os controlos e elementos são Rock Solid, conferindo frescura e desempenho. Os grafismos evoluíram para algo bem próximo de uma série animada. E desta vez podemos ficar descansados, que não gritaremos como um fã de anime numa noite de finalistas. Mas sim quando chegar o dia de lançamento e corrermos para adquirir uma cópia deste, que para já é um grande jogo.