Confesso que sou fã de jogos fofinhos e Melobot: A Last Song fez-me apaixonar logo por quão fofinho que o jogo é.
Desenvolvido por Anomalie Studio, que faz a sua estreia, e distribuída por Microids, que conta com anos e anos de experiência que datam desde os anos 80, o Melobot: A Last Song é um jogo de aventura musical com algum combate pelo meio.
A história do jogo é uma espécie de mensagem ambiental. Os humanos descobriram as Medoplants, plantas que tocam música , e os humanos criaram robôs para extrair a matéria negra, uma fonte de energia, nessas plantas para pesquisa. Mas os robôs acabaram por se revoltar contra os humanos e apoderaram-se da matéria negra para eles próprios, acabando por poluir o planeta e levar à extinção da humanidade.
Nós controlamos o Melobot, um pequeno robô fofinho, criado pelo último humano sobrevivente. Somos logo introduzidos a um pequeno tutorial, que além de bem estruturado, descobrimos que acordamos num mundo pós apocalíptico consumido pela matéria negra e reinado pelo silêncio. Quando acabámos o tutorial, conhecemos o Melobase, que resumidamente é o nosso hub e onde podemos ver registos de dados que procuramos espalhados pelo planeta, usar upgrades para o Melobot e partir para o próximo bioma.
Na Melobase também temos o último humano sobrevivente, que está preso dentro de um espécie de câmara de vidro e infetado pela matéria negra. Ele ajuda-nos a indicar o próximo sítio que vamos visitar, além de nos dar conselhos e comentários cada vez que encontramos dados perdidos.
Através dele o Melobot recebe a missão de curar as plantas que ficaram corrompidas com a matéria negra e para isso Melobot tem que abraçar aquilo que nunca foi: herói. E com isto partimos à aventura com o objetivo de curar as plantas e, se quisermos saber mais sobre o planeta e humanidade, encontrar cartões de dados espalhados pelos biomas como foi já mencionado.

O jogo tem exploração, combate e música num só. A exploração é simples: temos 7 biomas no total, e cada bioma tem um ambiente único. O ambiente dos biomas fez-me apaixonar logo pelo jogo, fazendo lembrar qualquer obra de arte do Studio Ghibli. Temos um floresta, uma selva e por aí fora, e o design está muito lindo e muito diversificado e é claramente um dos pontos fortes do jogo.
A parte musical está simplesmente no ponto e é outro ponto forte. Temos vários tipos de plantas e cada tipo de planta tem uma sequência de botões (que basicamente são botões que fora da parte musical também servem de notas musicais e vemos a natureza a reagir positivamente a isso). Quando curámos pela primeira vez uma planta, essa planta fica registada no Melodex, uma espécie de enciclopédia de plantas, e no Melodex fica registado o nome da planta e o nível de dificuldade. Quanto maior a sequência e mais botões tiver, mais difícil será purificar essa planta, e no fim recebemos um ranking de 1 a 3 estrelas.
Outra coisa que me fez apaixonar o jogo foi que quando vamos curar a planta, durante a sequência, a sequência é acompanhada por música. Em cada bioma fica disponível para o Melobot um instrumento próprio para aquele bioma, que vai desde a triângulo a xilofone. Na parte musical também podemos definir o nível de dificuldade: fácil em que vemos os comandos que temos de introduzir da sequência e difícil em que esses comandos ficam ocultos durante o nosso turno e temos que confiar da memória cerebral e musical.

A jogabilidade é super simples: o Melobot tem 3 habilidades: escudo, propulsores e onda de choques. O escudo é simplesmente a nossa vida. Temos a barra do escudo e a barra da vida.
Se a barra do escudo for abaixo, o Melobot fica exposto e sujeito a perder vida quando leva dano, e se a barra da vida for abaixo, o Melobot forçadamente volta ao Melobase. A habilidade do escudo serve para recuperar a barra do escudo e assim proteger o Melobot da eventualidade perca de vida com o dano. O propulsor só tem o propósito de andarmos mais rápido e serve também como desvio de obstáculos e ataques de bosses, sem poder abusar muito senão acaba por sobreaquecer e temos que esperar que arrefeça. A onda de choques é a única arma ofensiva dele e permite dar dano tanto a certos obstáculos como dar dano aos robôs.
Sobre as batalhas de bosses, o boss é sempre o mesmo guardião, que quando atingimos um certo limite de estrelas do bioma (através de cura das plantas), ele aparece num sítio indisponível anteriormente para impedir a nossa missão. O boss pode ser sempre o mesmo, mas as batalhas em cada bioma são sempre diferentes, o que nos força a adotar uma estratégia diferente. O jogo conseguiu com que as batalhas não fossem repetitivas mesmo sendo o mesmo inimigo, e cada vez que batemos o boss, ganhamos um ponto para gastar nas melhorias do nosso robô e cada melhoria trás mais vantagens para o Melobot.

Cada batalha tem duas partes e a dificuldade dessas batalhas aumenta mais um pouco. Só achei mais chato que cada vez que o derrotamos, somos forçados a voltar ao Melobase e temos que voltar a fazer o caminho todo para explorar o novo sítio.
Resumidamente, gostei imenso do jogo, da história e a sua mensagem, e principalmente a música melódica e relaxante especialmente com destaque à parte da cura das plantas. Para os fãs de jogos fofinhos ou que simplesmente gostam de uma boa história, o Melobot: A Last Song está um jogo bastante sólido, simples e com arte linda. O único grande problema é a muito curta duração do jogo, entre 2 a 4 horas.
Agradecemos à Microids por nos ter cedido esta chave para análise, para a plataforma PS5.