Para quem não sabe, há muitos anos atrás, decidi começar uma aventura a aprender a tocar um instrumento. O meu instrumento de escolha foi a guitarra, e, como inspiração para tocar e aprender, um dos géneros aa que sempre mais me liguei foi o Metal.

Metal é um género bastante variado, com uma série de subgéneros (estamos a falar de várias dezenas), e, no meu caso, apesar de não desgostar de nenhum género específico, sempre tive um bocado mais de ligação com Heavy e Thrash Metal, popularizados nos anos 80, e também, em alguns géneros mais modernos, como o Metalcore e o Progressive Metal.

Ora agora questionam-se, porque haverei eu de estar aqui a falar na minha jornada como músico? Uma excelente questão, pois hoje trago-vos um jogo que seguiu os passos que o BPM: Bullets Per Minute começou, e nos trouxe um FPS rítmico com uma boa dose de Metal.

Apresento-vos então Metal: Hellsinger, um FPS que fez algum furor na Gamescom e nos trouxe o que é basicamente um álbum de Metal jogável, com grandes nomes da indústria e uma boa base de jogabilidade que o tornam único e divertido.

A busca pela voz

Em Metal: Hellsinger, tomas controlo de um demónio chamado Unknown. Esta personagem está numa missão para recuperar a sua voz, e, para isso, terá de atravessar o inferno, lutando com várias entidades poderosas de forma a poder chegar ao seu objetivo e recuperar aquilo que lhe pertence.

Irás passar por uma série de cenários variados, desde montanhas de neve até ruínas infernais repletas de contrações invulgares, um pouco semelhante aos jogos recentes de DOOM.

A história tem uma premissa simples, e serve apenas para ligar os vários níveis, sendo apresentada por cutscenes narradas pelo famoso Troy Baker. Este não é o foco principal do jogo, mas faz o seu trabalho, e dá algum sentido para o que verdadeiramente interessa quando vais jogar.

Um FPS clássico de raíz

Penso que a maior inspiração da equipa para a jogabilidade foi DOOM. Temos um FPS clássico, com várias armas, um duplo salto, dashes e arenas com vários inimigos únicos para te desafiar. Onde o jogo se diferencia é no seu aspeto rítmico, onde terás de fazer todas as tuas ações, como disparar, recarregar a arma e fazer os dashes, de acordo com o ritmo, ou seja, em cada tempo do compasso.

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Esta jogabilidade requer atenção extra do jogador, pois se perdes a noção do ritmo e começas a disparar fora do mesmo, irás perder o teu multiplicador e farás muito menos dano, portanto é extremamente importante conseguires manter-te sincronizado com a música.

Felizmente, é bastante fácil de te manteres dentro do ritmo. Não só são as músicas bastantes óbvias com o seu ritmo, como também temos uma boa interface, com 2 símbolos no centro do ecrã, onde, como num jogo rítmico, vão-se aproximando símbolos iguais, sobrepondo-se sobre os estáticos quando se encontram no tempo.

Esta mecânica funciona perfeitamente, mas gostaria que tivessem expandido um pouco mais, talvez com a adição de contratempos, fazendo com que o jogador pudesse fazer várias ações seguidas com um intervalo menor entre elas.

Algo que me surpreendeu foi que, apesar da parte rítmica ser a principal do jogo, temos aqui um FPS sólido na base. Tens acesso a uma série de armas como uma espada, uma caveira que dispara projéteis, pistolas, e uma shotgun. Há mais tipos de armas, que não irei mencionar para guardar a surpresa, mas apenas podes levar a espada e a caveira e mais 2 armas à tua escolha. Isto pode parecer que limita um pouco a jogabilidade, mas, na minha opinião, ajuda a manter o jogo um pouco mais focado na sua mecânica principal.

Juntamente com isto, cada arma tem uma habilidade especial, como, por exemplo, criares um clone com as pistolas, podendo então ter uma espécie de torre que dispara nos inimigos por si, ou então um tiro super forte com a shotgun, capaz de matar vários inimigos à tua frente de uma só vez. Esta habilidade é recuperada à medida que acertas tiros no ritmo, sendo que, quanto mais certeiro és, mais rapidamente tens esta habilidade disponível de novo.

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Os níveis são bastante lineares, moves-te de arena para arena, onde terás de matar todos os inimigos em cada arena para poderes proceder. As arenas têm um bom design, com bastante liberdade de movimento, usando várias plataformas, dando alguma verticalidade e dinâmica às lutas.

Há também uma boa variedade de inimigos. Temos os inimigos mais comuns, uma espécie de zombies que morrem bastante rápido e só te atacam de perto, ou algo como uns insectos gigantes que te atiram com projéteis que deixam uma pequena área com fumo, fazendo dano progressivamente enquanto estás na zona. Estes são apenas dois exemplos de uma série de inimigos, fazendo com que tenhas de pensar em várias estratégias para os derrotar.

Algo que achei bastante interessante foi o multiplicador. À medida que vais matando inimigos e acertando os teus disparos nos tempos corretos, o teu multiplicador irá aumentar, tendo um máximo de 16x. Com o multiplicador no máximo, ganhas um aumento significativo de dano, e à medida que o teu multiplicador aumenta, a música também vai acrescentando instrumentos, começando com a bateria e umas guitarras básicas, aumentando o instrumental até no final acrescentar a voz, que dá uma onda de adrenalina ao jogador.

Um álbum de Metal moderno, com grandes nomes à mistura

Penso que o aspeto mais importante de Metal: Hellsinger seria acertar em cheio com a música. Ora, o que encontramos aqui é sem dúvida uma dose sólida de Metal, praticamente digna de um álbum.

O mais impressionante foi ouvir artistas que admiro bastante a participar nas músicas, como Alissa White-Gluz (Arch Enemy), Matt Heafy (Trivium) e Tatiana Shmayluk (Jinjer). Estes são apenas 3 exemplos dos grandes artistas que dão a voz às músicas no jogo.

Também dou aqui uma especial atenção ao Two Feathers, o duo responsável pela composição das músicas do jogo, que proporcionou uma excelente base para as vozes dos artistas convidados.

Já podem comprar o vosso álbum para reproduzir na Playstation 5, Xbox Series X|S, PC na Steam e no Xbox Game Pass.

CONCLUSÃO
(Des)conhecido
8.4
metal-hellsinger-analiseMetal: Hellsinger traz-nos uma homenagem ao Metal, pondo o foco da jogabilidade na música, dando-nos um jogo sólido juntamente com um álbum de qualidade com alguns dos melhores nomes da indústria.