Confesso que quando a Playstation nos enviou uma chave do MLB The Show 23 ainda questionei a equipa relativamente aos conhecimentos sobre o desporto, tendo sido retornado com o famoso som de grilos dado o completo desconhecimento. Não obstante, como se costuma dizer, conhecimento é poder, portanto, nem que seja para desbloquear uma conversa, lá fui eu aventurar-me pelo mundo do basebol.
O basebol é um desporto que se joga entre duas equipas de nove jogadores cada. O objectivo do jogo é conseguir mais runs do que a equipa adversária. Jogado num campo com quatro bases dispostas em forma de diamante, a equipa que está a bater tenta acertar na bola e avançar à volta das bases, enquanto a equipa que está no campo tenta parar os avanços do batedor e os seus corredores.
O jogo começa com um pitcher a atirar a bola para o batter, que tenta acertar na bola com um taco. Se o batedor acertar na bola, corre para a primeira base, enquanto os jogadores de campo tentam apanhar a bola e levá-la de volta para uma base antes de o corredor a alcançar.
O jogo é normalmente jogado durante nove innings, com cada equipa a ter uma oportunidade de bater e jogar à defesa em cada inning. A equipa com o maior número de runs no final do jogo é declarada vencedora.
Depois desta leiga introdução, tal como eu o era antes de jogar MLB, vamos então discutir em que é que The Show 23 acerta, e quais as tacadas falhadas.
Jogabilidade
A jogabilidade em MLB The Show 23 é adaptável a qualquer jogador, tanto reactivos como relaxados, facilitando aos jogadores a execução das acções que pretendem. Após escolhermos entre Casual, Competitive e Simulation, com as devidas introduções, iniciamos a nossa jornada. As tacada são satisfatórias, com uma panóplia de movimentos e tacadas diferentes à escolha. O lançamento acompanha esta satisfação, acrescentando desafio, pois os jogadores têm de escolher o tipo de lançamento que querem fazer, bem como a sua localização.

Um dos principais focos de desenvolvimento foi claramente a Inteligência Artificial. Os jogadores controlados pelo CPU movem-se e reagem de uma forma natural e realista, aproximando-se cada vez mais da simulação de um jogo real. Para além da movimentação, tomam também decisões bastante inteligentes no que diz respeito à corrida de base e à colocação em campo.
Ironicamente, a IA foi tão melhorada que acaba por ser demasiado desafiante, especialmente para novos jogadores. Para além disto, são oferecidas muito poucas orientações ou tutoriais, o que pode dificultar a aprendizagem da learning curve.
Modos de Jogo
Um dos principais modos é o Road to the Show, onde criamos o nosso próprio jogador e o guiamos através de uma carreira. Aliando jogabilidade com estratégia, controlamo-nos no campo, treino, desenvolvimento, e interacções com os jogadores.
Diamond Dynasty é o equivalente ao Ultimate Team, onde construimos a nossa equipa e competimos contra outros jogadores online. Tal como o exemplo que referi, controlamos a construção de várias equipas através da colecção de cartas e a criação de partidas online.
O modo multijogador online não se revelou muito fiável, estando sujeito a atrasos e problemas de conectividade (atenção que tenho internet de 1GB ligada por cabo e ligação estável em outros jogos online, pelo que me parece que a falha não seja minha). A falta de “cuidado” com a qualidade da ligação acaba por ser frustrante para os jogadores que tentam elevar a competitividade.

Temos também o Franchise Mode, que nos permite assumir o controlo de uma equipa e gerir desde contratos e trocas de jogadores, a melhorias no estádio e marketing. Este modo oferece muita profundidade e opções estratégicas, e foi elogiado pelos críticos pela sua atenção ao detalhe e realismo.
Para além destes modos, estão também disponíveis uma variedade de outros modos e funcionalidades, como ligas online, torneios personalizados e equipas e jogadores clássicos da história do basebol. Em suma, encontramos muita variedade e profundidade nos modos de jogo, o que ajuda a manter a experiência fresca e cativante a longo prazo.
Audiovisual
Os modelos dos jogadores são bastante impressionantes, com texturas e animações detalhadas que retratam os movimentos de forma fidedigna. As animações faciais acompanham a qualidade, destacando as expressões e emoções transmitidas por cada jogador. Os estádios do jogo são também incrivelmente detalhados, tanto na iluminação como nos fatores meteorológicos dos vários locais que compõem a Major League Baseball.
Para além disto, temos ainda uma série de opções de personalização, onde podemos criar as nossas próprias equipas e estádios. O Stadium Creator é bastante intuitivo, permitindo-nos criar estádios personalizados com uma vasta gama de opções.

Um dos fatores que mais me atraiu foram os menus e gráficos elegantes pois acredito que conferem um aspecto polido, e a primeira impressão dos videojogos é muito importante, independentemente do género. Os comentários do jogo aprofundam no conhecimento mas não cativam o suficiente para transmitirem a energia que contagia o desporto. A banda sonora também é digna de nota. O jogo apresenta uma variada selecção de música licenciada, que se enquadra perfeitamente na atmosfera. A música dos menus é relaxante (Mac Miller, yes) e animada.
Embora apelativo na apresentação, encontrei alguns bugs, como jogadores a passarem uns pelos outros ou animações estranhas durante certas jogadas. Não obstante, estes contratempos são escassos, pelo que não prejudicam a qualidade geral dos visuais do jogo.
Breviário
MLB The Show 23 apresenta-se como uma adição sólida à série e uma boa introdução para os potenciais fãs de jogos de basebol. Com uma elevada atenção ao detalhe, as animações cativantes e a atmosfera levam-nos para dentro do diamante. Em suma, se és fã de jogos de basebol, não ficarás desiludido com MLB The Show 23, e se nunca viste ou jogaste, terás uma introdução igualmente competente.