O décimo primeiro título de Mortal Kombat chegou num kick, suportado por altas expectativas e fãs sedentos de novidades. Mortal Kombat 11 foi projectado num outro patamar, de modo a competir com os gigantes do Fighting moderno. Há algum tempo que aguardávamos notícias deste clássico transversal a gerações por todo o mundo mas… Será que, em Mortal Kombat 11, toda a espera compensou?

Para começar, há que destacar todo o trabalho envolvido na elaboração de um conteúdo produzido e de qualidade, rico em acção e igualmente em modos de jogo. A diversidade parece ter conseguido o primeiro lugar no planeamento de toda a produção. Para além dos habituais 1vs1 online, offline e em multijogador, que garantem a durabilidade do género, agora podemos competir em torneios, desafios encadeados (Towers of Time e Klassic Towers) e ainda num modo chamado Krypt.

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Injustice 2, és tu?

Não podemos, em traços gerais, ignorar um facto quase óbvio. Este Mortal Kombat está pouco longe de ser uma cópia de Injustice 2. Um ponto que, contudo, não surpreende, visto ambos terem sido desenvolvidos pela NetherRealm Studios. Aliás, se de Injustice 2 e Tekken 7 resultasse uma fusão, ela seria sem dúvida este Mortal Kombat 11. Pois os controlos são excelentes, mas praticamente idênticos; o estilo de personalização também; A evolução do jogador funciona sobre os mesmos moldes, assim como o estilo de recompensação no qual este se baseia.

Como resultado, nem o estilo cinematográfico do jogo escapa à comparação. O Story Mode, desenrolado através de capítulos protagonizados por personagens, é excelente… mas muito similar ao de Injustice 2. Quem experimentou ambos os títulos, encontra facilmente grandes semelhanças entre ambos. Apesar disso, é importante realçar a construção de um Story Mode evoluído, que contrasta com o peso da idade de Mortal Kombat.

Então e em termos de imagem? Bem, há aqui inegavelmente um grande foco de desenvolvimento nesse sentido. Um foco que coloca Mortal Kombat 11 ao lado dos grandes nomes do Fighting, anteriormente mencionados. O detalhe é evidente e pormenorizado; a animação é rápida, fluída e impactante. No entanto, apesar de o estilo visual ser similar aos dos anteriores, acaba por se revelar bastante mais explícito. Não há nuvens avermelhadas, mas poças e salpicos de sangue. E quem diz salpicos de sangue diz jorros, costelas partidas e maxilares deslocados; todos evidenciados em raio-x e slow motion, a acompanhar um ou outro golpe certeiro.

Mortal Kombat 11

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Como não podia ser excepção, a personalização é novamente fundamental num jogo do género. Para além dos elementos desbloqueáveis e coleccionáveis que podem ser incorporados nas personagens, estas próprias oferecem igualmente (e de imediato) leques de personalização seleccionáveis, que incluem desde um novo aspecto a ataques e habilidades variáveis. As personalizações a cargo do jogador, tal como é comum, permitem não só reinventar a aparência do lutador, mas também impulsionar parâmetros e determinados aspectos para o combate.

Fighting meets RPG?

Referi anteriormente que a NetherRealm Studios apostou em força na criação de numerosos e variados modos de jogo. Como resultado, aquele que pela diferença mais se destaca é sem dúvida o Krypt. Mais do que num combate frente-a-frente, aqui o objectivo passa pela exploração e pela recolha de tesouros (elementos de personalização). Numa vista geral, funciona à base de um RPG comum, com a condução de uma personagem dentro de um determinado espaço. Dependendo da expectativa, tanto pode ser um desafio como apenas mais um modo de jogo.

Indiscutivelmente, e apesar de tudo, é um upgrade; marca pela diferença. Se é suficiente? Provavelmente não. A experiência pode ser pobre e marcar presença apenas por estar presente, acabando por se tornar cansativa… Algo que, como disse anteriormente, dependerá sempre da expectativa.

Mortal Kombat 11

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Em resumo, Mortal Kombat 11 oferece uma versatilidade alargada, que não corresponde totalmente de forma proporcional à qualidade global. Apesar de todos os modos de jogo, da conexão multiplataformas à app Mortal Kombat Mobile e dos excelentes gráficos, há “algo de novo” que parece estar em falta.

Mortal Kombat 11, publicado pela Warner Bros. Interactive Entertainment e distribuído em Portugal pela Upload Distribution, está disponível na Steam para PC e para PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch.

CONCLUSÃO
Finish It!
7.8
mortal-kombat-11-analiseRecordo-me dos primeiros Mortal Kombat, assim como me recordo de um “quê” que os tornava especiais. Aqui, talvez seja esse “quê” que está em falta. A nível gráfico é trabalhado, bem como em termos de jogabilidade, acabando serem estes os principais pontos fortes. Toda a restante experiência parece algo já visto, tanto em Tekken 7 como muito (mesmo muito!) em Injustice 2. Uma onda de nostalgia. Bom e produzido.